Piodermites são infecções cutâneas primárias causadas por bactérias piogênicas, com ou sem a formação de pus.
Pricipalmente causadas por S. aureus e S. pyogenes. Pode atingir a pele, anexos (saida dos pelos e glândulas da pele)
Eslas são classificadas quanto a profundidade, localizacçao e ahgente etiologico
  • Em relação à localização na pele (agente etiológico: S aureus e S pyogene)
1. infecção superficial da pele: impetigo;
2. infecção da epiderme e derme: ectima;
3. infecção mais profunda: celulite e erisipela;
4. profunda com tendência à supuração: fleimão.
  • Em relação aos anexos, a infecção pode ser localizada nos seguintes sítios (agente etiológico: S. aureus)
1. abertura do folículo pilo-sebáceo: osteofoliculite;
2. profundidade do folículo piloso: foliculite;
3. folículo piloso juntamente com sua glândula sebácea: furúnculo e antraz;
4. glândula sudorípara écrina: periporite e abscessos múltiplos dos lactentes;
5. glândula sudorípara apócrina: hidradenite;
6. unha e suas dobras: paroníquia e panarício subepidérmico.
Algumas pessoas manifestam um risco específico de contrair infecções da pele: por exemplo, os diabéticos, imunodeprimidos e portadores de outras dermatoses. A pele danificada pelos raios solares, pelas arranhadelas ou por outra irritação também tem mais possibilidades de se infectar.
IMPETIGO
O impetigo é uma infecção bacteriana da pele, comum em crianças, causada pelos germes estafilococos e estreptococos.
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A doença caracteriza-se pelo surgimento de vesículas e bolhas com pus que rapidamente se rompem (muitas vezes as bolhas nem são vistas) deixando áreas erosadas recobertas por crostas espessas de aspecto semelhante ao mel ressecado. Podem ser várias pequenas lesões disseminadas ou poucas que vão aumentando progressivamente de tamanho.
O impetigo é uma infecção cutânea causada por Staphylococcus ou por Streptococcus, que se caracteriza pela formação de pequenas vesículas cheias de pus (pústulas).
Esta doença afeta principalmente as crianças e pode aparecer em qualquer parte do corpo, embora seja mais frequente na cara, nos braços e nas pernas. As vesículas podem ser do tamanho de uma ervilha ou como grandes anéis. O impetigo pode seguir-se a uma lesão ou a uma doença que provoque uma lesão na pele, como uma infecção micótica, as queimaduras pelo sol ou uma picada de insecto. O impetigo também pode afetar a pele normal, em especial as pernas das crianças.
O tratamento precoce pode evitar que o impetigo infecte a pele mais profunda (ectima). Antibióticos como a penicilina ou uma cefalosporina são habitualmente administrados por via oral. Em determinada situação excepcional, o impetigo causado por Streptococcus pode levar a uma insuficiência renal.
ECTIMA
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É uma infecção que se inicia como o impetigo não bolhoso, mas com uma evolução mais arrastada; gradualmente a infecção torna-se mais profunda evoluindo para uma crosta escura, seca, aderente, com formação de escara de bordos elevados. O agente causal é Streptococcus pyogenes sendo Staphylococcus aureus considerado um agente secundário com uma ação sinérgica na manutenção da infecção.
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FOLUCULITE, FURÚNCULO E ANTRAZ
Foliculite, furúnculo e antraz são um grupo de infecções que têm em comum a sua origem nos folículos pilosos com formação de abcessos, e cujo agente etiológico é Staphylococcus aureus. As lesões de foliculite representam um abcesso de um único folículo com reação tecidular mínima; quando o processo é mais profundo com necrose do folículo e tecidos adjacentes toma o nome de furúnculo; o antraz resulta da coalescência de vários furúnculos. Enquanto que as lesões de foliculite são habitualmente auto-limitadas, o furúnculo e o antraz podem progredir, com risco de celulite, bacteriemia, e focalização à distância. Os furúnculos da asa do nariz e lábio superior podem associar-se a trombose do seio cavernoso.

FOLICULITE
foliculite

FURÚNCULO
Furúnculo
ERISIPELA
A erisipela é uma celulite superficial, causada por Streptococcus pyogenes, que envolve a camada profunda da pele e a camada superficial do tecido celular subcutâneo, com grande envolvimento linfático. A área afetada apresenta-se edemaciada, eritematosa, quente, de limites bem definidos, bordos elevados, com aspecto de casca de laranja, por vezes com vesículas, muito dolorosa, associada a linfangite superficial e adenite satélite. Os sinais sistêmicos estão habitualmente presentes.
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CELULITE
Caracteriza-se por uma inflamação do tecido celular subcutâneo, com ligeiro envolvimento da derme, não atingindo a epiderme (não confunda com celulite estética cujo nome correto é lipodistrofia ginóide). A área afetada apresenta-se edemaciada, eritematosa, quente, dolorosa e de limites mal definidos. Os agentes etiológicos mais comuns são Streptococcus pyogenes e Staphylococcus aureus, mais raramente Streptococcus pneumoniae. A celulite causada por Staphylococcus aureus é, regra geral, mais localizada e mais rapidamente supurativa. Streptococcus pyogenes tem uma distribuição mais difusa, e sintomatologia sistêmica mais grave. A celulite por Haemophilus influenzae tipo b (rara após a introdução da vacina conjugada) surge no decurso de bacteriemia e tem um aspecto violáceo, por alguns considerado patognomônico.
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TRATAMENTO
É de suma importância o diagnóstico diferencial entre as piodermites, já que do agente causal, Staphylococcus e Streptococcus, depende a terapêutica a ser utilizada. No caso de dúvida quanto à etiologia, deve-se recorrer à cultura e, para fins de maior precisão quanto ao uso da medicação, o teste de sensibilidade a antibióticos deve ser efetuado.
No caso de infecção estreptocócica, a penicilina continua sendo o antibiótico de escolha. É possível, porém, recorrer a outros antibióticos no caso de hipersensibilidade a esta droga, como a eritromicina e as cefalosporinas, entre outros.
A tetraciclina não deve ser utilizada em crianças por se depositar nos dentes e ossos, devendo também ser evitada na gravidez, pela possibilidade de provocar degeneração gordurosa difusa do fígado.
Para os estafilococos que, com freqüência, são resistentes à penicilina, pois produzem a penicilinase, enzima inibidora da atividade deste antibiótico, utilizam-se, como escolha, a dicloxacilina, as cefalexinas ou a associação de amoxacilina com o ácido clavulínico, substância esta que, ao se ligar à penicilinase, bloqueia sua ação sobre a penicilina.
Dependendo da opção de antibiótico, seu uso pode ser por via oral, intramuscular ou endovenosa e a dose total preconizada para cada substância deve ser sempre utilizada, por um mínimo de sete dias, conforme o grau de infecção.
Nas infecções mais graves ou naquelas acompanhadas de dor e febre, podem ser usados analgésicos e antitérmicos. Nos casos recidivantes, pode ter bom resultado a vacina autóloga, preparada a partir do pus da lesão, ou o BCG, com o intuito de melhorar as defesas imunológicas dos pacientes.
Anti-sépticos ou antibióticos locais podem ser prescritos isoladamente para as formas discretas de piodermite, destacando-se o mupirocin, sob a forma de pomada. Esta substância vem sendo preconizada como de grande valia e com resultados equivalentes aos da eritromicina oral. No entanto, dependendo da extensão da área a ser tratada, o custo desse medicamento pode ser maior do que do antibiótico oral. Embora a aplicação tópica do mupirocin a 2% seja tão efetiva e segura quanto a do ácido fusídico a 2%, o primeiro pode ser usado com mais segurança em relação à resistência cruzada com outros antibióticos, sobretudo nos pacientes em ambiente hospitalar. Leyden demonstrou que o uso local do mupirocin é eficaz, tanto no impetigo causado por estreptococo do grupo B, quanto por estafilococos. Estudos demonstram que o sulfonazol e o miconazol, agentes antifúngicos efetivos, também têm atividade anti-bacteriana, sendo eficientes, segundo Nolting et al., no tratamento do impetigo e do ectima. É necessário, no entanto, um estudo comparativo desses medicamentos com o mupirocin, que mostra um índice de cura ou melhora de 85%, quando aplicado três vezes ao dia por pelo menos cinco dias. Nolting & Braütigam verificaram que a terbinafina a 1% e o sulfato de gentamicina a 0,1%, ambos aplicados duas vezes ao dia sob a forma de creme, mostraram-se igualmente eficazes no tratamento da piodermite estafilocócica superficial.
Já nas formas graves e nos quadros generalizados, a medicação local é feita concomitantemente à medicação sistêmica, além de se proceder à monitorização do doente, para evitar distúrbios hidroeletrolíticos. Nas estreptodermias deve ser dada preferência aos antibióticos orais ou injetáveis pela possibilidade de complicações, como a glomerulonefrite
O tratamento bem conduzido é da maior importância para se evitar as infecções recidivantes e, às vezes, é necessário se proceder a descolonização dos focos infecciosos no próprio paciente, como fossas nasais, axilas, região umbilical e genital e em seus contactantes íntimos. Para esta descolonização, se utiliza localmente o ácido fusídico ou o mupirocin nessas regiões por cinco dias, associado ou não a sabonetes anti-sépticos.
De extrema relevância é, também, a melhora da higiene, o tratamento de dermatoses associadas, do diabetes, da obesidade, de doenças hematológicas, e outras, que podem facilitar a instalação das piodermites, pela diminuição das defesas imunológicas ou pelo agravamento das condições locais da pele