O suco gástrico podem vazar de volta para o esôfago. Isso é chamado refluxo ou refluxo gastroesofágico. Esse refluxo pode causar sintomas ou pode até lesar o esôfago.
Os fatores de risco do refluxo incluem hérnia hiatal (uma condição na qual parte do estômago se move acima do diafragma, que é o músculo que separa as cavidades torácica e abdominal), gravidez e esclerodermia.
Obesidade, cigarros e possivelmente álcool também aumentam a chance de DRGE.
Azia e refluxo gastroesofágico podem ser causados ou piorados por gravidez e vários medicamentos diferentes. Essas drogas incluem:
- Anticolinérgicos (p.ex., para enjoo do mar)
- Betabloqueadores para pressão arterial alta ou doença cardíaca
- Broncodilatadores para asma
- Bloqueadores dos canais de cálcio para pressão arterial alta
- Drogas ativadas por dopamina para doença de Parkinson
- Progestina para hemorragia menstrual anormal ou controle de natalidade
- Sedativos para insônia ou ansiedade
- Antidepressivos tricíclicos
Se você suspeitar que um de seus medicamentos possa estar causando azia, fale com o seu médico. Nunca mude nem pare com um medicamento que você toma regularmente sem falar com o seu médico.
Exames
Você pode não precisar de nenhum teste se seus sintomas não forem graves.
Se seus sintomas forem graves ou voltarem após você ter sido tratado, um ou mais testes podem ajudar a diagnosticar refluxo ou alguma complicação:
- A esofagogastroduodenoscopia (EGD) frequentemente é usada para identificar a causa e examinar o esôfago (tubo de deglutição) para verificar se há lesões. O médico insere um tubo fino com uma câmera na extremidade através de sua boca. O tubo é então passado pelo seu esôfago, estômago e intestino delgado.
- Ingestão de bário
- Monitoramento contínuo do pH esofágico
- Manometria esofágica
Um exame de sangue oculto nas fezes positivo pode diagnosticar hemorragia da irritação no esôfago.
sintomas
Sintomas de Doença do refluxo gastroesofágico
Os sintomas mais comuns são:
- Sensação de que o alimento pode ter ficado preso atrás do esterno
- Aumentados ao se curvar, inclinar para a frente, ficar deitado ou comer
- Mais prováveis ou piores à noite
- Aliviados por antiácidos
- Náusea após comer
Os sintomas menos comuns são:
- Tosse ou respiração ofegante
- Dificuldade para deglutir
- Soluços
- Rouquidão ou alteração na voz
- Regurgitação de alimento
- Dor de garganta
Buscando ajuda médica
Ligue para o seu médico se os sintomas piorarem ou não melhorarem com os medicamentos ou com as mudanças no estilo de vida.
Também ligue se tiver algum dos seguintes sintomas:
- Hemorragia
- Engasgamento (tosses, dificuldade para respirar)
- Sensação de estar satisfeito rapidamente quando come
- Vômitos frequentes
- Rouquidão
- Perda de apetite
- Dificuldade para deglutir (disfagia) ou dor na deglutição (odinofagia)
- Perda de peso
Dicas alimentares para portadores de refluxo gástrico | |||||||
por Jocelem Salgado | |||||||
A causa comum de refluxo gastroesofágico e esofagite é a ocorrência de hérnia hiatal. Em circunstâncias normais, o hiato é uma pequena abertura no diafragma, na junção do esôfago com o estômago. A hérnia de hiato desenvolve-se quando a abertura se alarga e permite que a parte superior do estômago se projete para cima.
Algumas hérnias de hiato são congênitas. A maioria, entretanto, se desenvolve ao longo da vida, à medida que a abertura do hiato vai se alargando, geralmente como resultado de gravidez, ganho excessivo de peso e situações em que o estômago sofre pressões geradas pelo diafragma suficientes para forçar o conteúdo gástrico ácido para cima, em direção ao esôfago. Além disso, excesso de tosse, vômitos, força ao evacuar ou súbito esforço físico também podem causar alargamento do hiato provocando a hérnia de hiato. Os pacientes experimentam mais desconfortos após as refeições pesadas e quando estão deitados ou curvados sobre si mesmos.
Incidência
Cerca de metade das pessoas com mais de 50 anos tem hérnia de hiato, mas a maioria não sabe disso, pois não apresenta sintomas ou problemas associados. A hérnia de hiato normalmente é diagnosticada após recorrentes crises de azia e má digestão, resultantes do refluxo de ácido do estômago para o esôfago e garganta. Mesmo quando os sintomas se desenvolvem, o problema não é considerado grave. Há todavia, exceções em que a freqüente exposição aos ácidos do estômago causa danos graves ao esôfago, inclusive úlcera, sangramento e até obstrução ou ruptura. Nesses casos, é necessário a intervenção cirúrgica. Geralmente, no entanto, tudo o que se precisa são cuidados que a própria pessoa pode tomar, como perda de peso para aliviar a pressão sobre o estômago e não usar cintos, cintas, ou roupas que apertem.
Dieta
A dieta tem um papel fundamental no tratamento da hérnia de hiato. Independentemente se a pessoa faz ou não tratamento medicamentoso, a mudança de hábitos alimentares é importante para o sucesso do tratamento. Um ganho excessivo de peso, o consumo de alimentos gordurosos como embutidos, carnes gordas... ; o consumo de alimentos ácidos que irritam a mucosa do estômago como picles, suco de tomate, frutas cítricas... e o consumo de alimentos ricos em cafeína como chocolates, café, entre outros, podem agravar o problema. Com relação ao peso excessivo, sabe-se que aumenta a pressão intra-abdominal e faz piorar o refluxo. Uma redução das gorduras e da ingestão total de calorias pode reduzir os sintomas, bem como a perda de peso gradual para aqueles que estiverem acima do peso. É desejável uma perda de peso de 0,5 quilo por semana ou de 1 quilo por mês. Exercícios regulares também são importantes para manter o peso corporal ideal. Os alimentos ricos em gorduras comumente fazem piorar o refluxo e representam um problema particular quando comidos rapidamente e juntamente com bebidas carbonatadas de cola, álcool ou café. As comidas gordurosas ficam mais tempo no estômago que as outras e também podem causar indigestão. As recomendações para a ingestão diária de gorduras variam: uma diretriz é de 45 g para homens e de 30g para mulheres. Para se ter uma idéia, um hambúrguer típico com um pacote grande de batatas fritas fornece 60g de gordura. É importante também que o portador de hérnia de hiato evite bebidas gasosas, que podem aumentar o desconforto. Depois de comer, é aconselhável não se deitar ou abaixar durante pelo menos uma hora, pois isso pode provocar refluxo. Recomenda-se também que se evite substâncias que relaxam o diafragma, como o álcool. Alimentos que irritam o estômago ou provocam indigestão devem ser eliminados. Dentre os mais prejudiciais estão as especiarias, as frutas cítricas, o suco de tomate, o picles e o vinagre. O café e o cigarro aumentam a acidez estomacal. O chocolate e a hortelã tendem a relaxar o esfincter do hiato.
Aliados
Alimentos ricos em fibras, como cereais e pães integrais, vegetais e frutas frescas podem ser grandes aliados dos portadores de hérnia hiatal. Esses alimentos ajudam no bom funcionamento do intestino e impedem a prisão de ventre, um problema que agrava a hérnia por causa da dilatação do abdômen. Por esse mesmo motivo, exercícios físicos diários e uma adequada ingestão de líquidos também são importantes no tratamento da doença.Uma recomendação importante é evitar grandes refeições que provocam dilatação exageradas do estômago. Ao invés disso, sugere-se 4 ou 5 pequenas refeições ao longo do dia. A pessoa não deve comer ou beber nada por pelo menos duas horas antes de ir para cama, já que à noite as crises são mais comuns. Dicas alimentares para portadores de refluxo 1º) Reduzir o peso se estiver acima de seu peso. 2º) Manter um diário dos alimentos e das bebidas que pareçam causar seus sintomas. 3º) Observar o papel e os comportamentos alimentares, como comer "correndo", refeições grandes, excesso de álcool e cafeína. 4º) Ficar num equilíbrio de três refeições e dois lanches por dia. Basear cada refeição em alimentos pobres em gordura, ricos em fibras e em carboidratos, como cereais, pão, massas ou arroz. 5º) Evitar "repetir" ao jantar e evitar comer menos de 2 horas antes de ir dormir. 6º)Fazer escolhas sensatas ao comer fora - menos gordura e limitar o número de pratos (tente uma entrada e uma salada ou apenas um prato principal e salada) Dieta para Refluxo Gastro-Esof·gico e Gastrites Alimentos n„o recomendados: Refrigerantes, cafÈ puro, ch· mate, frituras em geral, preparaÁıes ‡ milanesa e empanados, batata frita, pipoca, pastel, coxinhas, bolinhos de queijo, empadinhas; Condimentos: pimentas, mostarda, catchup, vinagre, molho de tomate, picles, maionese; Vegetais: brÛcolis, couve-flor, repolho, piment„o, pepino, tomate; Frutas ·cidas cruas, laranja, acerola, maracuj·, abacaxi, morango, lim„o, uva, banana nanica; Salgadinhos de pacote: amendoim e similares; Queijo prato ou mus arela, presunto, mortadela, linguiÁa, bacon, salsichas, salame, hamb˙rguer, carne de porco, picanha; Doces concentrados em aÁ˙car: leite condensado, creme de leite, goiabada, doce de leite, cocada, pÈ de moleque; Biscoitos recheados e os do tipo waf ers; Chocolates e achocolatados (nescau); Chicletes, balas; miojo; strogonof . Alimentos preferidos: P„es, tor adas, biscoitos simples; Margarina ou requeij„o light; Ar oz, farinhas, mas as com pouco ou sem molho; Caldo de feij„o; Carne de boi, ave, peixe grelhados ou cozidos (sem molhos); Ovos cozidos ou poches; Leite, coalhada, queijo branco, ricota; Iogurtes, yakult e danones devem ser consumidos com critÈrio; Verduras e legumes cozidos, folhas de alface crua; Frutas como; Mam„o, pÍra, maÁ„, ameixa, pÍs ego, banana prata- maÁ„, laranja lima, mel„o, melancia, manga; Frutas ·cidas como abacaxi, goiaba devem ser cozidas antes de serem consumidas; Sobremesas: gelatina, pudins sem calda, sag˙, bolo simples; Temperos: na quantidade de 2 colheres de ch· por dia de Ûleo de soja ou canola ou margarina, cebola, alho, salsinha; Ch·s- de- ervas, sucos de frutas n„o ·cidas. Os sucos de frutas industrializados devem ser consumidos com critÈrio moderadamente de diluÌdos. RecomendaÁıes: Coma devagar e mastigue bem os alimentos; FaÁa de 5 a 6 refeiÁıes por dia, em pequenas quantidades e em intervalos regulares; FaÁa as refeiÁıes em ambiente tranq¸ilo; Evite ingerir lÌquidos durante as refeiÁıes, n„o faÁa refeiÁıes volumosas antes de deitar, n„o tomar mamadeira ou comer, deitado ou as istindo TV, evitar mamar, tomar lÌquidos ou alimentar-se 1 hora e meia antes de dormir; Em caso de refluxo dormir com a cabeceira da cama mais alta ( 30-45), dando preferÍncia para o dec˙bito lateral esquerdo; Se tiver mais que 2 anos e meio de idade e mamar na mamadeira, ela deve ser retirada cuidadosamente, especialmente as noturnas. Alimentação: o que fazer ?
Dicas inteligentes
Dieta de baixa acidez é mais eficaz do que remédio contra refluxoRefrigerantes e morangos estão vetados, enquanto brócolis, aveia e banana estão liberados
The New York Times | 21/11/2011 17:01
Foto: Getty Images
Brócolis no cardápio ajuda a garantir a saúde intestinal
O ácido estomacal é, há muito tempo, apontado como causador de males como refluxo e azia. Mas agora, alguns especialistas começam a afirmar que o problema não está só no ácido estomacal que sobe, e sim, no tipo de comida que desce.
A ideia tem recebido atenção ultimamente, principalmente em livros populares como "Crazy Sexy Diet" e "The Acid Alkaline Food Guide" - que afirmam ser possível melhorar a saúde concentrando-se no equilíbrio acidobásico nadieta, principalmente comendo mais vegetais e determinadas frutas, e menos carnes e alimentos processados.
Conheça a Enciclopédia da Saúde do iG Embora a ciência por trás de tais afirmações não seja definitiva, algumas pesquisas sugerem que haja benefícios numa dieta de baixa acidez. Estudos recentes indicam uma ligação entre a saúde dos ossos e uma dieta de baixa acidez, enquanto outros estudos sugerem que a acidez da dieta ocidental aumenta o risco de diabetes e doenças cardíacas.
Este ano, um pequeno estudo concluiu que limitar a ingestão de alimentos ácidos pode aliviar sintomas de refluxo como tosse e rouquidão em pacientes que não obtiveram melhora com tratamento à base de medicamentos, de acordo com a publicação científica Annals of Otology, Rhinology & Laryngology.
A autora do estudo, Jamie Koufman, especialista em distúrbios da voz e refluxo laringo-faríngeo (o tipo associado à rouquidão), defende a dieta de baixa acidez em seu novo livro, "Dropping Acid: The Reflux Diet Cookbook & Cure."No estudo, 12 homens e 8 mulheres com sintomas de refluxo, que não melhoraram com medicação, foram colocados numa dieta de baixa acidez durante duas semanas, eliminando todos os alimentos com pH menor que 5. Quanto menor o pH, maior a acidez; entre os alimentos altamente ácidos estão refrigerantes diet (2,9 a 3,7), morangos (3,5) e molho barbecue (3,7). De acordo com o estudo, 19 entre 20 pacientes melhoraram depois da dieta de baixa acidez, e 3 eliminaram todos os sintomas.
Medicamentos contra refluxo agem neutralizando ou reduzindo o ácido produzido no estômago. Mas, apesar do ácido estomacal ser um fator, diz Koufman, o verdadeiro culpado em muitos pacientes é a pepsina, uma enzima digestiva que pode existir no esôfago. Nesses pacientes, diz ela, não é suficiente neutralizar o ácido que sobe do estômago.
"Uma vez que você tenha pepsina no tecido, o acido ingerido é igualmente danoso," disse ela. "Quando você bebe um refrigerante e sente dor no peito, pode ser por causa do ácido que sobe ou por causa do ácido que vem de cima."
Evite ou aposte Alimentos de baixa acidez equilibram a dieta: menos alimentos de alta acidez e mais alimentos de alta alcalinidade. A escala de pH vai de 0 a 14; a água destilada tem um pH de 7 e é considerada neutra, e a acidez aumenta 10 vezes a cada unidade de pH que diminui. Um alimento com pH 4 é 10 vezes mais ácido que um com pH 5. (o pH do ácido estomacal varia de 1 a 4.)
Para aliviar a azia e os sintomas de refluxo, Koufman recomenda uma dieta "introdutória" estrita, por duas semanas, sem nada que tenha pH inferior a 5 - nenhuma fruta exceto melão e banana, nada de tomate ou cebola, mas muito de outros vegetais, grãos integrais e peixe ou frango sem pele. Alimentos de alta alcalinidade incluem banana (5,6), brócolis (6,2) e aveia (7,2).
Para as pessoas que não têm refluxo grave, Koufman sugere uma dieta de manutenção evitando alimentos com pH inferior a 4, que permite itens como maçã, framboesa e iogurte.Alguns alimentos devem ser eliminados por razões outras que não a acidez. Independentemente dos níveis de pH, carnes gordurosas, laticínios, cafeína, chocolate, bebidas gasosas, frituras, álcool e hortelã são conhecidos por agravar os sintomas de refluxo. Outros alimentos como alho, nozes, pepino e pratos muito condimentados também podem desencadear o refluxo em alguns pacientes.
Ela observa que a dieta não é tão radical, e é coerente com as recomendações de vários médicos de uma alimentação rica em vegetais, grãos integrais e com redução de carnes e alimentos gordurosos. Mesmo assim, muitas pessoas que seguem dietas relativamente saudáveis podem estar ingerindo muitos alimentos ácidos demais, como refrigerantes diet e sucos cítricos. Ela diz que, uma vez que a pessoa conheça o básico sobre a acidez dos alimentos, assim como quais são seus alimentos-gatilho, é uma dieta relativamente simples de se seguir.
"É um processo de tentativa e erro," disse Koufman. "Os grãos são bons, assim como a maioria dos vegetais. Nada que venha enlatado ou envasado, exceto água, é bom. E feche a cozinha às oito da noite."
Como se desenvolve ou como se adquire?
O esôfago do adulto é um canal de 35 a 40 cm, que liga a boca ao estômago. Ele é elástico e na espessura de sua parede contém camadas musculares recobertas internamente por uma delicada pele com o nome de mucosa, parecida com o revestimento da boca. O início do esôfago fixa-se na parte inferior da garganta, desce pelo mediastino e cruza o diafragma através de um orifício chamado hiato, poucos centímetros antes de se abrir no estômago. O mediastino é a região entre os dois pulmões e o diafragma; é uma calota muscular que divide o tórax do abdome. O esôfago tem ligamentos para prendê-lo junto ao hiato diafragmático e que contribuem para formar um tipo de válvula de retenção para impedir o refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago.
Quando o esôfago desliza para cima mais que 2 a 3 cm., traciona o estômago e ambas as estruturas se deslocam para o tórax. Decorre dessa alteração anatômica a Hérnia Hiatal que, por sua vez, prejudica a válvula anti-refluxo. Quando o conteúdo do estômago, em geral muito ácido, atinge a mucosa esofágica, este tecido reage - inflama - originando a Esofagite de Refluxo.
O que se sente?
A azia é a principal queixa e raramente não ocorre. Seu nome técnico é pirose. Pode piorar, por exemplo, quando se dobra o peito sobre a barriga e quando se deita com o estômago cheio. É referida como ardência ou queimação, em algum ponto entre a "boca do estômago" e o queixo, correndo por trás do esterno, o "osso do peito". A azia pode ser tão intensa como uma dor no peito, causando impressão de infarto cardíaco. Pode ocorrer também um aumento da salivação, a sialorréia, que é um reflexo natural porque a deglutição dessa saliva alivia a queimação, como se fosse um antiácido natural.
A regurgitação é a percepção da volta do conteúdo estomacal no sentido da boca, sem enjôo ou vômito, freqüentemente, com azedume ou amargor. Não raro determina tosse, pigarro e alterações da voz. O engasgo - tosse forte e súbita, atrapalhando a respiração - pode despertar do sono e representar uma situação de refluxo gastro-esofágico. A ocorrência de falta de ar com chiado no peito, como a asma, pode ser desencadeada pelo refluxo.
Sensações, desde bola na garganta e desconforto ao engolir até fortes dores em aperto - espasmos - no meio do peito, representam uma desorganização das contrações faringo-esofágicas responsáveis por levarem ao estômago aquilo que ingerimos. Esses sintomas são considerados complicações do refluxo e levam o nome geral de dismotricidade esofágica.
Na criança, ainda no primeiro ano de vida, pode ocorrer um refluxo gastro-esofágico excessivo, levando à devolução da mamada, a engasgos, a choro excessivo, a sono interrompido e quando repetitivo, predispõe a infecções e distúrbios respiratórios.
Como o médico faz o diagnóstico?
O relato do paciente adulto jovem pode levar ao diagnóstico, sem necessidade de exames num primeiro evento.
A radiografia da transição esofagogástrica, enquanto se deglute um contraste rádio-opaco, pode demonstrar tanto a hérnia, quanto o refluxo.
A Endoscopia Digestiva Superior é um exame para visualizar o esôfago, estômago e duodeno, passando um fino feixe de fibras óticas através da boca. A evolução da qualidade dos equipamentos, da eficiência da anestesia local da garganta, a eficácia e a segurança da sedação do paciente, tornaram a endoscopia um exame simplificado, do qual se acorda “sem ressaca”. Além disto, pode ser repetida para controle de resultado de tratamento e, mais recentemente, para procedimentos terapêuticos especiais. Uma tela recebe e amplifica com nitidez as imagens das áreas sob inspeção direta, permitindo também fotos e filmes para reexaminar os achados. Pode mostrar a incompetência da válvula de retenção gastro-esofágica e a hérnia. O mais importante é que permite ver manchas vermelhas, placas branquicentas e úlceras, principalmente na mucosa do esôfago inferior, sugestivas de graus variados da Esofagite de Refluxo. A endoscopia facilita a coleta de material destas lesões para exame microscópico, no qual se pode definir a inflamação, avaliar um potencial cancerígeno e até diagnosticar o câncer.
A Cintilografia do trânsito esôfago-gástrico é um método que tem sido usado mais na criança. Administra-se uma mamadeira normal, contendo uma quantidade inofensiva de substância radioativa. A cintilografia capta e registra imagens da radioatividade descendo para o estômago ou do estômago refluindo para o esôfago. É uma metodologia não invasiva, indolor e ambulatorial. Entretanto, nem sempre capta o refluxo, pois este não é permanente.
O estudo da pressão interna ao longo do esôfago (Manometria) e a verificação do refluxo da acidez do estômago para o esôfago (pHmetria de 24 horas) detectam variações naturais e anormalidades capazes de diagnosticar a DRGE. São métodos que chegaram à rotina clínica há relativamente poucos anos. Precisam ser usados quando os demais tem resultados insatisfatórios e para estudar parâmetros antes e depois do eventual tratamento cirúrgico da doença do refluxo.
Como se trata?
Em geral, o tratamento é clínico, com medidas educativas associadas aos medicamentos. A vídeo-laparoscopia vem facilitando o método cirúrgico, aplicado a casos selecionados, com resultados muito bons.
Além de combater a obesidade, é importante evitar grandes volumes às refeições e de deitar nas primeiras duas horas seguintes. Algumas pessoas beneficiam-se de dormir numa cama elevada pelos pés da cabeceira, em 20 a 25 cm. Outras, não se adaptam à posição: incham os pés, doem as costas, etc. Há controvérsias sobre restrição de diversos alimentos, particularmente, cítricos, doces e gordurosos. Ajudam no controle dos sintomas, algumas medidas, como: evitar a bebida alcoólica, não deglutir líquidos muito quentes, ingerir um mínimo de líquidos durante ou logo após as refeições, evitar a ingestão de chá preto e café puro com estômago vazio.
Os medicamentos mais usados são os que diminuem o grau da acidez no estômago (os populares antiácidos) e aqueles que inibem a produção de ácido pelas células do estômago ("antiácidos sistêmicos"). Outros remédios de um grupo chamado de pró-cinéticos destinam-se a facilitar o esvaziamento do conteúdo estomacal para o intestino, minimizando a quantidade capaz de refluir para o esôfago.
Uma queixa importante dos pacientes é a recidiva dos sintomas, particularmente da azia, poucos dias após o término dos medicamentos. Nesse momento, surge a questão do tratamento por tempo indeterminado ou do tratamento cirúrgico.
Vale dizer que o tratamento clínico combate muito bem os sintomas, mas não modifica a hérnia hiatal e poucas vezes muda o refluxo gastro-esofágico, propriamente dito.
Como se previne?
Na prática clínica há a prevenção da recidiva dos sintomas, que se resume no seguimento das medidas ditas educativas instituídas quando do primeiro tratamento.
Perguntas que você pode fazer ao seu médico
Para que serve o tratamento?
Devo tomar os remédios mesmo quando estiver bem? E se estiver bem há muito tempo?
Se eu parar de tomar os remédios, os sintomas vão voltar?
O que faço quando acabar a receita?
A doença tem cura?
Vou precisar repetir exames? De quanto em quanto tempo?
O que faço se os sintomas piorarem durante o tratamento?
Posso precisar de cirurgia? Se operar vou ficar curado? A doença pode voltar?
Sou portador de “stent” arterial e recebo clopidogrel, posso usar omeprazol ao mesmo tempo?
Leia Mais: Doença do Refluxo Gastro-Esofágico | ABC da Saúde http://www.abcdasaude.com.br/gastroenterologia/doenca-do-refluxo-gastro-esofagico#ixzz3Bzc5eluE (c) Copyright 2001-2014 - ABC da Saúde Informações Médicas Ltda Follow us: @abcdasaude on Twitter | ABCdaSaude on Facebook
O refluxo gastroesofágico (RGE) é uma causa comum de sintomas e afecções torácicas tais como: tosse crônica, asma brônquica, infecções respiratórias, fibrose pulmonar intersticial e dor torácica. O alívio dos mesmos é variável após tratamento clínico ou cirúrgico anti-refluxo. A monitorização do pH intra-esofágico de 24 horas tem sido considerada o padrão áureo para o diagnóstico de doença do refluxo gastroesofágico (DRGE). A utilização de dois ou mais sensores de pH em diferentes níveis ao longo do esôfago é uma forma útil de diagnosticar níveis mais intensos de RGE, assim como da possibilidade de aspiração de conteúdo gástrico para as vias aéreas e pulmões. O objetivo deste estudo foi o de determinar se os diferentes níveis nos quais o RGE é detectado ao longo do esôfago são indicativos para tratamento cirúrgico ao invés de terapia medicamentosa anti-refluxo. Em uma série de 35 pacientes com tosse como única manifestação de RGE, os níveis intra-esofágicos do refluxo foram avaliados quanto à sua correlação com a resposta ao tratamento clínico ou cirúrgico anti-refluxo. Os testes diagnósticos, assim como os procedimentos cirúrgicos, foram realizados nos hospitais afiliados às Universidades Católica e Federal de Pelotas - RS. Os testes do qui-quadrado e U de Mann-Whitney foram utilizados para a análise estatística. Os achados do presente estudo demonstraram que o refluxo gastroesofágico presente no esôfago distal e proximal pode causar tosse crônica. O nível no qual o refluxo é detectado ao longo do esôfago é um importante fator preditivo de resposta ao tratamento. Os pacientes portadores de refluxo no esôfago proximal têm pior resposta ao tratamento clínico que aqueles nos quais o refluxo foi detectado somente no esôfago distal. O tratamento cirúrgico está associado a melhores resultados terapêuticos, independentemente dos níveis intra-esofágicos do refluxo e, em particular, àqueles com diagnóstico de RGE no
esôfago proximal. Em uma análise global, a cirurgia confere os melhores resultados terapêuticos nos pacientes com tosse crônica devida a refluxo gastroesofágico.
Novo exame avalia relação entre tosse e refluxo gástrico
Estudo publicado na revista “Gastroenterology”
01 Outubro 2010
Episódios de tosse estão intimamente relacionados aos sintomas de refluxo gastroesofágico nos pacientes que apresentam tosse crónica, independentemente de outros diagnósticos, de acordo com um estudo novo publicado na revista “Gastroenterology”.
O refluxo gastroesofágico ocorre quando os ácidos do estômago sobem até ao esófago, provocando normalmente azia.
A presença de tosse, independentemente da causa e da duração, é o sintoma mais comum que leva os pacientes a procurar ajuda médica. A tosse crónica (persiste por mais de oito semanas), que se estima afectar entre 11 a 20% da população, tem um elevado impacto socioeconómico e provoca uma redução significativa da qualidade de vida. As causas da tosse crónica incluem o refluxo gastroesofágico, rinossinusite e asma, embora estudos recentes tenham sugerido que a medicação para estes sintomas só provoca alívio em metade dos pacientes queixosos.
A maioria dos estudos que avaliam as associações entre tosse e refluxo baseiam-se nos dados de registo diário dos sintomas de tosse, mas estas informações não têm sido significativas para avaliar a relação destas condições. Neste estudo, liderado por Jaclyn Smith da University of Manchester, no Reino Unido, foi usado um novo tipo de exame que consistiu na gravação da tosse dos pacientes, em conjunto com a monitorização da impedância e do pH (uma tecnologia desenvolvida para estabelecer a associação de sintomas de refluxo) durante 24 horas.
As gravações foram realizadas utilizando um dispositivo de gravação e microfone, sendo que a presença de tosse foi manualmente contada usando um software audiovisual.
O exame foi realizado em 71 pacientes com tosse crónica, com idades entre 51 a 64 anos, e permitiu que estes continuassem a sua rotina normal. Todos os pacientes foram submetidos a testes para verificar tosse reflexa ao ácido cítrico e 66 pacientes foram submetidos a endoscopia gástrica.
Na análise dos dados, foi verificado que 70% dos pacientes apresentaram associações temporais, com 48% a mostrarem uma probabilidade de associação positiva à presença de tosse precedida de refluxo; 56% tinham uma probabilidade positiva de associação de sintomas de refluxo precedida de tosse e 32% apresentavam ambas.
A presença de tosse precedida de refluxo aponta para uma possível existência de um ciclo de perpetuação da tosse crónica, referem os investigadores, em comunicado de imprensa, acrescentando que estes resultados podem explicar em parte a pouca eficácia dos medicamentos tradicionais, tais como os dirigidos para a acidez gástrica no tratamento da tosse crónica.
ALERT Life Sciences Computing, S.A.
01– O RGE é anormal?
O refluxo por si só pode ser normal. Quando a criança vomita muito pode levar àdesnutrição (não ganho de peso pelos vômitos), a processos respiratórios, tais como: pneumonia, bronquite e outras infecções respiratórias (leite pode refluir para o pulmão), e esofagite (inflamação do esôfago, devido ao refluxo do conteúdo ácido do estômago).
02 – Qual o maior risco de refluxo nos primeiros meses de vida?
O maior risco é a aspiração dos alimentos para o pulmão, e a consequente morte por aspiração maciça. É comum bebê que mama durante a noite, de manhã, quando a mãe vai vê-lo, estar morto. Os bebês, nos primeiros meses, devem deitar de cabeceira mais alta, de barriga para cima ou de lado esquerdo e os pais sempre de olho, porque o bebe pode regurgitar até 5 horas após ter mamado, sem travesseiro, ou de lado, nunca deitados de barriga para cima.
03– Quais são os outros problemas clínicos que as crianças com refluxo podem apresentar?
Dor de barriga, náusea, falta de apetite, problemas respiratórios, como bronquites, bronquiolites, infecções de ouvido. Aumentos exagerados das amígdalas e das adenóides.
04 – Quais são as causas do refluxo (R.G.E.)?
O refluxo é o resultado de uma válvula localizada na entrada do estômago, chamada Cárdia, que, nas crianças com refluxo, é incontinente, isso é, não fecha depois da criança se alimentar, e, como consequência, ocorre a volta do alimento ou do conteúdo gástrico do estômago para o esôfago. Esse pode ocorrer logo após o nascimento e ir aumentando de intensidade, se não for tratado adequadamente, podendo evoluir para uma esofagite, que é uma inflamação produzida pelo ácido do estômago, ou até uma hérnia hiatal. Os sinais são tosse, choro, até mesmo na hora de evacuar, assim como apertar a barriga na troca de fraldas, quando a pressão do estômago é maior, ocorrendo o refluxo.
05 – Como se faz o diagnóstico?
O diagnóstico se faz através da história clínica do paciente (presença de vômitos e/ou processos pulmonares e respiratórios frequentes, falta de ganho de peso, dores abdominais e choros persistentes), estudos radiológicos (exame contrastado de esôfago e estômago) e, mais recentemente, através de um exame denominadopHmetria.
06 – A criança já nasce com a doença do refluxo, ou ela irá se manifestar com o tempo?
Todas as crianças nascem com a válvula do esôfago não bem desenvolvida. Até os dois meses (idade em que a válvula acaba de desenvolver), é normal que a criança tenha refluxo sem outros sintomas. A partir dessa idade, se a criança vomita muito, chora constantemente ou apresenta problemas respiratórios, deve-se pensar em refluxo e pesquisá-lo, pois não terá um desenvolvimento saudável e causará maiores problemas à criança.
07 – Como se trata o refluxo?
O tratamento é, basicamente, clínico. O principal é a posição semi-sentada durante 24 horas. A criança deve se alimentar na posição semi-sentada, assim como dormir. A dieta deve ser do tipo mingau e fracionada, isso é, dar, mais vezes, menos quantidade. O leite deve ser dado como mingau. O tratamento medicamentoso é feito com o objetivo de esvaziar o estômago mais rapidamente. Quando a criança tem processo inflamatório, usa-se antiácidos ou outras drogas mais modernas.
08 – Como deve ser a alimentação das crianças com o refluxo? Que alimentos devem ser evitados?
A alimentação das crianças com o refluxo deve ser fracionada (volumes pequenos, servidos várias vezes ao dia). Os alimentos que devem ser evitados são: frutas ácidas, açúcares concentrados (balas, doces, etc.), iogurtes, chás, salgadinhos, produtos de tomate, café, frituras e comidas condimentadas. Existem, também, osalimentos proibidos: chocolate, refrigerante e coco. A dieta deve ser espessa, do tipo mingau, de acordo com a recomendação do médico.
09 – O fato de a criança não arrotar após a alimentação tem alguma relação com o refluxo gastroesofágico?
Não, necessariamente. A forma com que a mãe carrega a criança pode fazer com que ela, ao arrotar, reflua. A posição ideal para se colocar o bebê, depois que ele mamou, é “em pé”, no colo da mãe, de modo que não se faça algum tipo de pressão ou força para que ele arrote. Depois de mais ou menos uma hora após amamentar, coloque-o de bruços no berço elevado ou de lado. O importante é a mãe não apertar a barriga da criança.
10 – Tem dias em que a criança tem refluxo com maior intensidade. Há algo que explique tal fato?
Sim, vários fatores podem interferir no refluxo. Tipo de alimentação que a criança teve, a quantidade que comeu, a pressão que foi exercida no abdômen da criança e a posição da mamada são alguns deles.
11 – O refluxo é hereditário?
Alguns pesquisadores supõem que o refluxo seja hereditário, isso é, passa de pai para filho, mas não existem, ainda, pesquisas que comprovem tal fato.
12 – O estado emocional da criança tem influência no refluxo?
Sim, fatores emocionais podem influenciar todas as partes do corpo. Em alguns casos, o tratamento psicológico pode ser feito em associação com o medicamento.
13 – Crianças maiores, com sete ou oito anos, devem dormir com a cama elevada?
Para crianças maiores, não é necessário erguer tanto a cama, bastando apenas 30cm. O importante é que elas não comam antes de dormir.
14 – Mesmo com a cama elevada e o suspensório, algumas crianças só conseguem dormir de lado. Essa posição é válida para o tratamento?
Sim, desde que seja a posição lateral direita (deitado sobre o braço direito).
15 – Todas as crianças com refluxo ficam curadas?
A grande maioria das crianças, quando fazem a dieta, o tratamento com remédios e eliminam as causas agravantes, como as alergias, curam o refluxo totalmente.
16 – Quais as crianças que devem ser tratadas?
Todas as crianças que apresentam algum tipo de sintoma clínico devem ser tratadas. As crianças que não apresentam nenhum sintoma além do vômito e desenvolvem bem, não precisam de tratamento medicamentoso.
17 – Quando o médico deve suspeitar que uma criança tenha refluxo, apesar de ela não apresentar vômitos?
Sempre que tivermos uma criança com problemas repetidos das vias aéreas ou do aparelho abdominal, temos que pensar, entre outras causas, em refluxo. Crianças com dor abdominal persistente, que não ganham peso, crianças com infecções repetidas como gripes, amigdalites, otites e bronquites, podem ter como fator causal, desencadeante, ou intensificador do refluxo. Ninguém tem o direito de pensar que, quando se descobre o refluxo numa criança com problemas, principalmente respiratórios, a solução foi encontrada, muitas vezes, temos outras causas associadas que produzem essas doenças.
18 – Quanto tempo dura o tratamento clínico até a cura do refluxo?
O tratamento dura, em média, de seis a dois anos, mas varia muito de criança para criança e depende das causas associadas.
19 – Conselhos:
- Permanecer com a criança no colo, até ela arrotar;
- Evitar ficar chacoalhando a criança após as mamadas;
- Evitar manobras que aumentam a pressão intra-abdominal, por exemplo, abraçá-la pela barriga;
- Não tomar refrigerantes;
- Não comer chocolate, Nescau e coco;
- Não comer deitado;
- Não deitar após comer;
- Não correr após comer;
- Não trocar as fraldas após mamar, e não levantar as pernas sobre a barriga na hora de trocar as fraldas.
Um estudo completo sobre o assunto você encontra em : http://www.jped.com.br/conteudo/00-76-s218/port.pdf
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