domingo, 31 de agosto de 2014

Efeito da hidrocortisona sobre a lesão de reperfusão e reparação da mucosa após isquemia venosa experimental no jejuno de eqüinos

MEDICINA VETERINÁRIA

Effect of hydrocortisone on reperfusion injury and on mucosal repair after experimental venous ischemia in the equine jejunum


G.E.S. AlvesI; J.J.R.T. MatosII; R.R. FaleirosI; R.L. SantosI; A.P. Marques JúniorI
IEscola de Veterinária da UFMG Caixa Postal 567 30123-970, Belo Horizonte, MG
IICentro de Estudos em Clínica e Cirurgia de Animais da PUC-MINAS/Betim



RESUMO
Os efeitos do succinato sódico de hidrocortisona (SSH) nas lesões de isquemia e reperfusão no jejuno foram estudados em 12 eqüinos submetidos a isquemia total arteriovenosa e venosa no jejuno. Após uma hora de isquemia, seis eqüinos receberam 4,0mg/kg/IV de SSH (grupo T) e os demais receberam placebo (grupo NT). Foram colhidas amostras para avaliação histomorfológica após uma e duas horas de isquemia e uma, duas e 12 horas de reperfusão, sendo as alterações quantificadas por meio de escores. Os escores para infiltração de neutrófilos, edema e hemorragia foram equivalentes entre os grupos T e NT. No segmento submetido a isquemia venosa o agravamento da lesão na mucosa durante a reperfusão foi significativo (P<0,05) apenas no grupo NT, indicando que o SSH atenuou a lesão de reperfusão no jejuno. Após 12 horas de reperfusão os escores para lesão na mucosa na isquemia arteriovenosa foram equivalentes entre os grupos T e NT. Na isquemia venosa os escores foram significativamente menores no grupo T (P<0,01), indicando que o tratamento com SSH acelerou a reparação das lesões. Estes resultados indicam que o SSH pode ser utilizado como tratamento adjuvante de afecções isquêmicas e de reperfusão no eqüino.
Palavras-chave: eqüino, isquemia, reperfusão, hidrocortisona, gastroenterologia

ABSTRACT
In order to evaluate the effect of hydrocortisone sodium succinate (HSS) for treatment of intestinal ischemia-reperfusion, 12 halothane-anesthetized horses were subjected to both venous and arteriovenous ischemia of the jejunum. After one hour of ischemia, HSS (4.0 mg/kg/IV) was administered to six animals (T group). The other six horses received saline (NT group). Biopsy specimens were obtained after one and two hours of ischemia, and one, two and 12 hours after reperfusion. These samples were evaluated to assess the degree of mucosal damage and infiltration of neutrophils, hemorrhage, and edema. The scores for neutrophil infiltration, edema and hemorrhage did not differ between T and NT groups in both models of ischemia. However, in the jejunum subjected to venous ischemia, the scores for mucosal lesion increased significantly (P<0.05) after two hours of reperfusion only in the NT group, indicating that HSS prevented reperfusion injury. The scores for mucosal damage were equivalent after 12 hours of reperfusion following arteriovenous ischemia in T and NT groups. In contrast, mucosal lesion due to venous ischemia were more severe in the NT group (P<0.01), indicating that intestinal repair was stimulated by HSS. These results indicate that HSS may be used as an adjuvant for treatment of intestinal isquemia and reperfusion lesions in the horse.
Keywords: equine, ischemia, reperfusion, hydrocortisone, gastroenterology



INTRODUÇÃO
As afecções decorrentes de isquemia e de reperfusão (IR) constituem aproximadamente 50% dos casos de abdome agudo em eqüinos (Ducharme et al., 1983), acarretando taxas de óbito entre 66 e 75% (White, 1990). Com o acúmulo de informações sobre lesões isquêmicas difundiu-se o conceito de que a reperfusão em tecidos isquêmicos, apesar de essencial para prevenir a morte celular por anóxia, produz efeito paradoxal de agravamento das lesões preexistentes, o que se denomina lesão de reperfusão (Flaherty, Weisfeldt, 1988). Essa descoberta possibilitou novos horizontes no tratamento das afecções de origem isquêmica, ressaltando a necessidade de associar à terapêutica cirúrgica clássica procedimentos que visem prevenir ou atenuar o agravamento das lesões desencadeado pela reperfusão.
Os primeiros estudos sobre IR no intestino de eqüinos foram publicados em 1980 e desde então pesquisas têm sido conduzidas visando elucidar a fisiopatologia das lesões, bem como testar potenciais agentes terapêuticos (White et al., 1980; Moore et al., 1995a; Faleiros et al., 2002). Apesar da eficiência de drogas em atenuar os efeitos da IR no intestino em outras espécies, os resultados da maioria dos estudos sobre o tratamento dos efeitos da IR experimental no jejuno e cólon maior de eqüinos demonstraram a ineficácia dessas drogas, não estando disponível até o momento nenhum protocolo terapêutico para essa condição no eqüino (Hoogmoed, Snyder, 1997; Dabareiner et al., 1998).
Os glicocorticóides são uma alternativa para o tratamento das injúrias de IR. Essas drogas são inibidoras da fosfolipase A2 e já foi demonstrado que a inibição dessa enzima reduz a injúria de reperfusão no intestino (Otamiri, Tagesson, 1989). Além disso, os glicocorticóides podem reduzir a migração de células inflamatórias, inibir a degranulação de polimorfonucleares e a liberação de enzimas lisossomais, além de atenuar as alterações vasculares no tecido pós-isquêmico (Forsyth, Guilford, 1995). Sua eficiência foi demonstrada por Gaffin et al. (1986) em felinos e apesar de não estarem disponíveis relatos de sua utilização para esse fim em eqüinos, seu emprego nessa espécie foi sugerido por Moore et al. (1995b). Têm sido descritos efeitos indesejáveis com a utilização de glicocorticóides em eqüinos como retardo na cicatrização e laminite, porém considera-se que esses decorrem da utilização de drogas de ação longa e por períodos prolongados (May, 1992).
O objetivo deste trabalho foi estudar os efeitos do succinato sódico de hidrocortisona nas lesões de isquemia e reperfusão no jejuno de eqüinos e sua influência na reparação da mucosa, visando sua utilização como tratamento adjuvante de afecções intestinais estrangulantes.

MATERIAL E MÉTODOS
Foram utilizados 12 eqüinos hígidos e vermifugados com moxidectin (Equest - Fort Dodge Saúde Animal) por via oral (0,4mg/kg), mantidos em piquetes coletivos por, no mínimo, uma semana, quando receberam feno de coast cross, sal mineral e concentrado comercial. Os eqüinos foram separados ao acaso em dois grupos de seis animais, constituindo-se os grupos tratado (T) e não tratado (NT), cada grupo composto por três machos castrados e três fêmeas, com idade (T 7,8+3,3 anos e NT 7,7+2,75 anos), peso (T 290+41kg e NT 280+36kg) e escore corporal (médias de 2,75 para T e de 2,58 para NT) semelhantes.
Após jejum de 18h, os eqüinos receberam midazolam (Dormonid 50mg - Roche Produtos Químicos e Farmacêuticos Ltda.) (0,15mg/kg/IV) seguido de solução de éter gliceril guaiacol a 10% (Farmos Indústria e Comércio Ltda.) em soro glicosado 5% IV, sob pressão, até o decúbito. Em seguida foram conectados a um circuito anestésico semi-fechado onde a indução e a manutenção da anestesia foram feitas com halotano (Halothano - Cristália Produtos Químicos e Farmacêuticos Ltda.). Durante a manutenção da anestesia foram fornecidos 10ml/kg/min de oxigênio e administrou-se soro Ringer IV na dose de 10ml/kg/h. Foi realizada monitoração constante da pressão arterial pelo método direto (Hubbel, 1991) e da saturação da oxihemoglobina utilizando-se oximetria de pulso (Oxímetro de pulso mod. 180 - Nellcor Puritan Bennett Inc.). Foram estabelecidos os limites mínimos de 90% para a saturação da oxihemoglobina e de 70 mmHg para a pressão arterial média.
Os eqüinos dos grupos T e NT foram operados intercaladamente e submetidos simultaneamente a dois modelos de isquemia total e reperfusão. A partir de dois metros da extremidade oral da prega íleo-cecal foram demarcados três segmentos de aproximadamente 30cm no jejuno, separados entre si por , no mínimo, 15cm. Dois desses segmentos foram isolados por meio de ligaduras feitas com drenos de Penrose no 2 para interromper a circulação mural e os vasos mesentéricos paralelos à alça intestinal. Em um dos segmentos as veias mesentéricas foram dissecadas e ligadas isoladamente, produzindo-se isquemia venosa total (segmento ISQ-V), enquanto no outro segmento foram ligadas as artérias e veias mesentéricas conjuntamente, produzindo-se isquemia artériovenosa total (segmento ISQ-AV). O terceiro segmento constituiu o controle (segmento CONT). A seqüência de demarcação dos segmentos CONT, ISQ-V e ISQ-AV foi alternada entre os grupos T e NT, de modo que cada segmento esteve em posição oral, intermediária ou aboral pelo mesmo número de vezes.
Uma hora após o início da fase de isquemia, o grupo T recebeu 4,0mg/kg/IV de succinato sódico de hidrocortisona (Solu-Cortef 500mg - Rhodia Farma Ltda.), diluídas em 500ml de solução de NaCl a 0,9%. O grupo NT recebeu 500ml de solução de NaCl a 0,9%.
Após duas horas do início da isquemia, a circulação foi restabelecida nos segmentos ISQ-V e ISQ-AV, iniciando-se a fase de reperfusão. O fluxo sangüíneo foi avaliado nos segmentos experimentais no início das fases de isquemia e de reperfusão utilizando-se um aparelho de ultrassom Doppler (Modelo EU 700 - Imbracrios.) (Freeman et al., 1988a).
Duas horas após o início da reperfusão, procedeu-se a laparorrafia. Os eqüinos receberam 0,1mg/kg IV de tartarato de butorfanol (Torbugesic - Fort Dodge Animal Health Inc.), novamente administrado após quatro e oito horas do término da cirurgia. Decorridas 12 horas do início da reperfusão foram sacrificados por eletrocussão.
No segmento CONT foi colhida uma amostra imediatamente antes do início da fase de isquemia, para confirmar a ausência de alterações prévias no intestino, e posteriormente foram colhidas amostras nos segmentos CONT, ISQ-V e ISQ-AV após 1 e 2h de isquemia e após 1, 2 e 12h de reperfusão. As amostras foram obtidas na borda antimesentérica, a uma distância mínima de 5cm dos locais de aplicação das ligaduras murais. As feridas cirúrgicas resultantes das colheitas foram suturadas em plano único sero-submucoso. As amostras obtidas após 12h de reperfusão foram colhidas durante a necropsia. Elas foram processadas conforme técnica de rotina e coradas pela hematoxilina e eosina. De cada amostra foram obtidos dois cortes histológicos sendo, a seguir, codificados e avaliados ao microscópio óptico. Para determinar os escores levou-se em conta a extensão e a intensidade das alterações. As amostras obtidas ao final da fase de isquemia e após duas e 12 horas de reperfusão foram avaliadas quanto às variáveis infiltração de neutrófilos na mucosa e na submucosa, hemorragia na mucosa e na submucosa e edema na submucosa. A intensidade das alterações para cada uma das variáveis foi quantificada em escores, variando de 0 a 4 (Tab. 1).

Tabela 1 - Clique para ampliar

A intensidade da lesão na mucosa durante a isquemia e a reperfusão foi avaliada por três examinadores independentes e quantificada por meio de escore variando de 0 a 5 (Sullins et al., 1985).
Os escores foram comparados pelo teste de Kruskal Wallis (Sampaio, 1998) com nível de significância de 5% (P<0,05). A correlação entre os resultados dos três examinadores para lesão de mucosa e entre a lesão na mucosa e as demais variáveis estudadas foi calculada pelo coeficiente de Spearman (Sampaio, 1998).

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Imediatamente após a realização das ligaduras não foi detectado fluxo sangüíneo por dopplermetria nos segmentos ISQ-AV, sendo que nos segmentos ISQ-V observou-se apenas o fluxo arterial. O retorno do fluxo sangüíneo após a remoção das ligaduras nos segmentos ISQ-V e ISQ-AV foi confirmado por dopplermetria.
A analgesia pelo butorfanol foi satisfatória. A administração dessa droga não influenciou as variáveis estudadas, uma vez que ela não produz alterações cardiovasculares ou respiratórias relevantes e não afeta a resistência vascular nem a atividade metabólica no jejuno (Robertson et al., 1981; Stick et al., 1989).
Os resultados para as variáveis avaliadas na mucosa e submucosa do jejuno estão relacionados na Tab. 2. A média das correlações entre os escores dos três examinadores para a lesão na mucosa foi de 95%.

Tabela 2 - Clique para ampliar

Durante a isquemia e a reperfusão não foram constatadas alterações de coloração ou de motilidade nos segmentos CONT e após duas horas de reperfusão o escore de lesão na mucosa foi 0 nesses segmentos. Entretanto, após 12h de reperfusão, os segmentos CONT de ambos os grupos apresentaram lesão significativa (P<0,001) na mucosa (Tab. 2 e Fig. 1). A ocorrência de alterações no epitélio intestinal em segmentos distantes do local de lesão primária foi descrita em eqüinos após o abdome agudo (Meschter et al., 1986). Freeman et al. (1988b) obtiveram resultados semelhantes estudando a IR experimental no jejuno.


Segundo Moore (1990), a hipotensão é comum em eqüinos durante o abdome agudo devido aos efeitos de endotoxinas e do seqüestro de líquidos no intestino e, assim, é possível que sua ocorrência durante o pós-operatório tenha desencadeado lesão na mucosa e que a lesão verificada nos segmentos CONT seja decorrente desse efeito. O desenvolvimento de lesão difusa na mucosa durante a hipotensão é comum em humanos e caninos (Chiu et al., 1970; Haglund et al., 1975; Mitsudo, Brandt,1992) e acredita-se que resulte da diminuição na perfusão sangüínea esplâncnica e do mecanismo de contra-corrente das vilosidades intestinais (Lundgren, Haglund, 1978).
Durante a isquemia foram observadas lesões semelhantes nos segmentos ISQ-AV e ISQ-V nos grupos T e NT, que aumentaram significativamente (P<0,05) após duas horas. As alterações histológicas verificadas nessa fase foram semelhantes às descritas por Meschter et al. (1986) em casos de abdome agudo de ocorrência natural. A utilização dos modelos de isquemia venosa e arteriovenosa permitiu estudar o tratamento de forma abrangente, pois segundo Horne et al. (1994) e Moore et al. (1995b) eles produzem lesões semelhantes àquelas verificadas nas obstruções intestinais estrangulantes e nos infartos não estrangulantes. Os resultados demonstram que o SSH não influenciou o desenvolvimento de lesão na mucosa durante a isquemia, o que era esperado já que o bloqueio circulatório que precedeu a administração do SSH impediu que a droga atingisse concentrações adequadas no intestino isquêmico.
Após duas horas de reperfusão nos segmentos ISQ-AV, os aumentos da lesão na mucosa nos grupos T e NT (Fig. 2) não foram significativos, o que comprometeu a avaliação dos efeitos do SSH nesses segmentos durante a reperfusão. A lesão de reperfusão no intestino após isquemia arteriovenosa foi constatada por Horne et al. (1994) e por Kooreman et al. (1998), entretanto, de modo semelhante ao que foi observado no presente estudo, Vatistas et al. (1996) não verificaram esse achado utilizando ISQ-AV e Reeves et al. (1990), empregando ambos os modelos de isquemia no cólon maior, também não observaram a ocorrência de lesão de reperfusão.


Nos segmentos ISQ-V, o agravamento da lesão na mucosa após duas horas de reperfusão foi mais expressivo que nos segmentos ISQ-AV em ambos os grupos experimentais (T 16,8% e NT 26,4%). Entretanto esse agravamento foi significativo (P<0,05) apenas no grupo NT, indicando que o SSH atenuou a lesão de reperfusão. Segundo May (1992) e Behrend e Kemppainen (1997), os glicocorticóides inibem a fosfolipase A2. A ativação dessa enzima, como ocorre durante a IR, além de produzir efeitos nocivos diretos pela degradação dos fosfolipídios da membrana celular, acarreta a liberação de ácido araquidônico, do fator de agregação plaquetária e da lisofosfatidilcolina. Esses dois últimos produzem efeitos nocivos diretos no tecido. O fator de agregação plaquetária é um dos mais potentes mediadores da inflamação e, além de produzir agregação plaquetária e aumento da permeabilidade vascular, exerce efeitos nos leucócitos como a quimiotaxia, agregação intravascular, degranulação e produção do radical superóxido (Slauson, Cooper, 1990). A lisofosfatidilcolina é um surfactante natural no intestino que, também é capaz de produzir lesão da membrana celular (Flaherty, Weisfeldt, 1988). O acúmulo de lisofosfatidilcolina no intestino isquêmico e seu potencial para alterar a mucosa do intestino delgado já foram demonstrados (Tagesson et al., 1985; Otamiri et al., 1987). Otamiri e Tagesson (1989) consideraram que a inibição da produção de lisofosfatidilcolina atenua as lesões de IR no intestino.
Conforme exposto por Moore et al. (1995b), é lógico admitir que parte dos efeitos benéficos do SSH são devidos à sua ação antiinflamatória pelo bloqueio da síntese de eicosanóides. Considerando-se que Zimmerman et al. (1990) observaram que a redução da síntese de leucotrienos inibe a infiltração de neutrófilos no intestino pós-isquêmico, seria esperado que os escores para presença dessas células fossem menores no grupo T, mas esse efeito não foi observado. A infiltração de neutrófilos na mucosa e na submucosa durante a reperfusão aumentou significativamente (P<0,05), mas foi discreta e equivalente nos segmentos submetidos a ambos os modelos e em ambos os grupos. Esses resultados não eram esperados, pois Hammerschmidt et al. (1979) verificaram que a administração de glicocorticóides reduziu o acúmulo de neutrófilos na vasculatura do mesentério de ratos. Segundo May (1992) e Behrend e Kemppainen (1997), os glicocorticóides inibem a quimiotaxia para neutrófilos.
O presente estudo demonstrou que ocorre acúmulo discreto de neutrófilos na mucosa e na submucosa do jejuno durante a IR, o que confirma os resultados de Moore et al. (1994) e Wilson et al. (1994) no cólon maior e de Faleiros (1997), no cólon menor, sugerindo que a relevância dos neutrófilos na lesão de reperfusão no intestino de eqüinos é questionável. Segundo Kubes (1992), os neutrófilos que chegam ao intestino durante a IR têm potencial limitado de produzir alterações.
O edema verificado na submucosa após a reperfusão foi equivalente entre os grupos T e NT nos segmentos ISQ-AV e ISQ-V. Os escores para ocorrência de hemorragia na mucosa e submucosa foram equivalentes a 0 durante todo o experimento no segmento ISQ-AV, enquanto nos segmentos ISQ-V, a hemorragia nessas camadas foi marcante (Tab. 2). Os escores foram equivalentes para essas variáveis nos grupos T e NT, mas após a reperfusão verificou-se redução significativa (P<0,05) na intensidade de hemorragia na mucosa no grupo T.
A correlação entre a intensidade da lesão na mucosa e as demais variáveis estudadas durante a reperfusão estão relacionados na Tab. 3. Somente a correlação entre a lesão na mucosa e a presença de neutrófilos na submucosa no segmento ISQ-AV do grupo T foi significativa (P<0,05).

Tabela 3 - Clique para ampliar

Em ambos os grupos, o edema foi irrelevante nos segmentos ISQ-AV ao final da isquemia, mas, ao contrário, foi expressivo nos segmentos ISQ-V, o que está de acordo com os achados de Sullins et al. (1985). Durante a reperfusão essa variável permaneceu estável nos segmentos ISQ-V e aumentou nos segmentos ISQ-AV.
Os escores para hemorragia na mucosa foram semelhantes entre os grupos, indicando que não houve influencia do tratamento. Na submucosa, verificou-se aumento significativo (P<0,05) da hemorragia durante a reperfusão apenas no grupo NT, indicando que o SSH atenuou a ocorrência de hemorragia. Contudo, esse resultado parece não ter relevância no presente estudo, uma vez que não foi verificada correlação entre a hemorragia na submucosa e a intensidade da lesão na mucosa. Resultados semelhantes foram obtidos por Hoogmoed e Snyder (1998), que verificaram que essa variável em eqüinos portadores de torção de cólon maior não tem valor prognóstico.
Após 12h de reperfusão a lesão na mucosa verificada nos segmentos ISQ-AV, foi discreta e equivalente nos grupos T (0,78) e NT (0,72), indicando que ao final do experimento a barreira epitelial já havia sido recomposta. Nos segmentos ISQ-V a recomposição da mucosa foi mais lenta, provavelmente porque a perda do epitélio intestinal e as alterações na microcirculação foram mais intensas após duas horas de reperfusão, o que permitiu evidenciar a influência benéfica do tratamento na reparação da mucosa. Nesses segmentos, decorridas 12 horas de reperfusão, verificou-se redução nos escores para lesão em relação àqueles observados após duas horas de reperfusão de 50,4% no grupo T e de 27,4% no grupo NT (Fig. 1 C e D) e o escore para lesão na mucosa do segmento ISQ-V foi menor (P<0,01) no grupo T, o que sugere que o SSH, contrariando as expectativas, além de não ter produzido efeitos indesejáveis na reparação, acelerou a recomposição da barreira epitelial.
As particularidades da reparação das lesões na mucosa citadas por McCormack et al. (1992) e por Blykslager e Roberts (1997b) justificam a ausência de efeitos indesejáveis do SSH. Como no presente estudo a reparação da mucosa foi avaliada 12h após o início da reperfusão, a recomposição da barreira epitelial resultou da contração das vilosidades e da restituição epitelial. Uma vez que essas etapas independem da multiplicação celular e ocorrem rapidamente, constata-se que os potenciais efeitos deletérios dos glicocorticóides citados por Stashak (1991) e Laing (1993) não têm influência negativa nessas etapas da reparação da mucosa. Potencialmente, caso fossem empregadas administrações sucessivas de glicocorticóides ou utilizadas drogas de ação longa, a fase de proliferação epitelial e a restauração da arquitetura da mucosa poderiam ser retardadas. Considerando que Blikslager et al. (1998) verificaram que a inibição da síntese das prostaglandinas (PGs) E2 e I2 retarda a reparação da mucosa do jejuno, seria esperado que o SSH produzisse esse efeito, uma vez que Higgins e Lees (1984) relataram que os glicocorticóides bloqueiam a síntese de eicosanóides.
De acordo com Dubois et al. (1996), as PGs são sintetizadas pela enzima cicloxigenase 1 (COX-1), responsável pela manutenção das suas concentrações basais, e pela cicloxigenase 2 (COX-2), durante estados patológicos. Zimmel e Blikslager (1998) demonstraram que a inibição seletiva da COX-2 não interfere na cicatrização. Como Masferrer et al. (1992) constataram que os glicocorticóides exercem efeito inibidor específico sobre a COX-2, o que foi confirmado por Appleton et al. (1996), é admissível que o SSH não tenha influenciado a manutenção dos níveis basais de PGs necessários à reparação.
Adicionalmente, os glicocorticóides participam da regulação do metabolismo da glutamina (Souba et al., 1985; 1990) e, uma vez que esse aminoácido constitui a principal fonte energética dos enterócitos (Sarantos et al., 1992; Salloum et al., 1993), é razoável considerar que tenha sido através desse efeito que o SSH acelerou a recomposição da mucosa do jejuno. Segundo Muhlbacher et al. (1984), a administração de glicocorticóides aumenta em quatro vezes a liberação de glutamina no organismo, enquanto que Souba et al. (1990) observaram que, paralelamente, aumenta sua captação pelo intestino, em um processo que parece envolver a preservação da oferta de glicose, durante o estresse, para órgãos que a utilizam como fonte de energia. A importância da glutamina na IR já foi evidenciada por Abood et al. (1994) que verificaram que a administração desse aminoácido no final da isquemia em cães é mais eficiente como tratamento da lesão de reperfusão do que um antagonista da xantina-desidrogenase ou do que a administração intra-luminal de glicose.
Fox et al. (1988) e Sarantos et al. (1992) verificaram que os glicocorticóides regulam a expressão de glutaminase no intestino, aumentando a metabolização da glutamina pelos enterócitos, e Harward et al. (1994) demonstraram que a suplementação com esse aminoácido preserva a concentração do glutationa reduzindo a peroxidação lipídica durante a IR intestinal. Com base nesses efeitos dos glicocorticóides, pode-se considerar que o SSH acelerou a restituição da mucosa nos segmentos tratados através de sua influência no metabolismo da glutamina, proporcionando um aumento de energia durante a recomposição da mucosa, além de aumentar a neutralização de radicais livres de oxigênio ao manter a concentração de glutationa. Esses efeitos ampliam a indicação do SSH no tratamento das afecções intestinais isquêmicas em eqüinos e estão de acordo com a proposta de Blikslager e Roberts (1997a) sobre a abordagem terapêutica ideal para os efeitos da IR no intestino.
No presente estudo ficou demonstrado que o SSH preveniu a ocorrência de lesão de reperfusão no jejuno submetido ao modelo de isquemia venosa, a qual melhor reproduz as alterações observadas nas obstruções estrangulantes, as quais compreendem 46% dos casos de abdome agudo (Ducharme et al., 1983). O delineamento possibilitou avaliar o tratamento em condições semelhantes às verificadas naturalmente. Apesar de serem necessários mais estudos sobre os efeitos do SSH na IR no intestino, esses resultados, somados à disponibilidade da droga e seu baixo custo, demonstram a possibilidade de sua utilização como tratamento adjuvante de afecções associadas a isquemia e reperfusão nos eqüinos.

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