segunda-feira, 16 de março de 2015

O Problema com o Wi-Fi



Conexões impossíveis, quedas de sinal, redes fantasmas: por que a internet sem fio parece presa à Idade da Pedra
David Pogue



Para a maioria das pessoaso Wi-Fi é um milagre. No raio de 45 metros de algum modem oculto, seu laptop, tablet ou telefone pode ficar on-line com a velocidade da internet a cabo – sem o cabo. Mas o Wi-Fi também é um mistério. Tantos leitores me perguntam sobre Wi-Fi que eu busquei as respostas definitivas dos maiores especialistas.

Meu laptop frequentemente detecta uma rede Wi-Fi com quatro barras, mas não consigo me conectar. Qual o problema?

Na metade da década de 90 Alex Hills criou uma enorme rede sem fio na Carnegie Mellon University que se tornou o protótipo das redes Wi-Fi modernas – uma história que ele conta em seu livro Wi-Fi and the bad boys of radio. Eu achei que ele seria perfeito para responder essa. Sua explicação: “Dois problemas podem provocar essa situação. Primeiro, os problemas de rádio. As barras são um indicador da força do sinal, mas não lhe dizem nada sobre interferência ou outros problemas de rádio que podem corromper um sinal forte. Segundo, a maioria dos sistemas Wi-Fi se conecta a redes com fio que se conectam à internet. Mas podem existir problemas nessas redes com fio: problemas com velocidades de links, comutadores, roteadores, servidores, e essas coisas. Você só tem uma boa conexão com a Internet quando todos esses elementos estão funcionando bem”.

Por que hotéis caros cobram pelo uso do Wi-Fi, mas hotéis baratos não?

A empresa de Don Millman, Point of Presence Technologies, cuida do Wi-Fi de 150 hotéis. A resposta: “Reembolso: hotéis luxuosos atraem viajantes a negócios que recebem por esse tipo de despesa, por isso a taxa não é tão importante para esses clientes”.

Sempre somos alertados para o perigo de usar hot spots livres, como os de cafés. Qual, exatamente, é o perigo?

Glenn Fleischman trabalha com redes há mais de uma década (atualmente no blog Babbage da The Economist): “Alguém do outro lado da sala pode estar executando um software livre que verifica (sniffs) cada bit transmitido naquela rede e pega senhas, números de cartão de crédito, etc. Você não precisa se preocupar com sites de bancos e comércio eletrônico, que são protegidos por conexões seguras, encriptadas. Mas sem encriptar seus e-mails e sessões regulares na web você nunca sabe se alguém está sugando seus dados para roubar sua identidade, ou esvaziando sua conta bancária. Minha dica: sempre use uma conexão de rede virtual privada (VPN), que evita que qualquer pessoa na rede local veja qualquer coisa que não sejam dados embaralhados.

Qual é o problema das “Redes Wi-Fi Públicas” que aparecem em hotéis e aeroportos – até em aviões – mas raramente permitem conexão?

Eu respondo essa: não perca seu tempo tentando se conectar a “Redes Wi-Fi Públicas” (ou “hpsetup” ou “linksys”). Elas nunca são hot spots funcionais. Na verdade essa é uma “característica” quebrada do Windows XP. Sempre que se conecta a uma rede Wi-Fi, ele também transmite o nome daquele hot spot para outros computadores como rede ad hoc (PC-para-PC) para que eles também possam aproveitar a conexão. Alguém, em algum lugar, algum dia criou um hot spot verdadeiro chamado Rede Wi-Fi Pública, provavelmente como brincadeira. Desde então, esse nome tem sido transmitido de Windows para Windows. (Os Macs também encontram o hot spot falso, mas não retransmitem.) Em locais públicos as pessoas tentam se conectar e não conseguem – e então o PC delas começa a retransmitir o nome dessa rede ad hoc, e assim a coisa continua. Sua melhor aposta: não conectar

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