terça-feira, 22 de abril de 2014

Aplicações do método científico no cotidiano


Publicado em 21.04.2014
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Como bem disse Carl Sagan: “a ciência não é simplesmente um depósito de conhecimento, é, antes de tudo, uma forma de pensar — uma maneira de ceticamente interrogar o universo”.
Quando me advirto disso, percebo a importância do pensamento científico na minha prática diária, interferindo significativamente na minha relação com as pessoas e com os eventos corriqueiros.Recordando que essa “forma de pensar” está fundamentada na metodologia científica, cujo rigor tem proporcionado ao longo dos séculos uma separação formal entre o joio da crendice e da superstição — e principalmente da fraude — do legítimo trigo do conhecimento.
Esse mesmo trigo imaterial do qual se prepara o pão tecnológico que tem alimentado a evolução material da sociedade ao longo desses mesmos séculos.
Longe de ser perfeita, a ciência como ferramenta humana carece de aperfeiçoamento e também do amparo de outras criações humanas, tais como a ética, por exemplo, que desempenha um papel essencial tanto da gestão da ciência, quanto na delimitação de seus domínios e na consecução de seu real papel social e humano.
Mesmo com todas as suas falhas e limitações a ciência é valiosa e indispensável, frente à obviedade de que é imprescindível o conhecimento científico e tecnológico para se dar conta das grandes questões materiais que envolvem a existência humana e seu equilíbrio na história da Terra e do Universo.
Atualmente o ser humano possui tecnologia bélica suficiente para extinguir completamente a vida em nosso planeta.

O mau uso dos avanços tecnológicos ditos pacíficos tem proporcionado impactos sociais e ambientais negativos que colocam em xeque, mais uma vez, a existência da própria vida.
A má delimitação da adequação da pesquisa científica aos parâmetros do bom senso e do que possamos definir eticamente como “senso de humanidade” tem feito de muitos procedimentos científicos exemplos da aplicação da “ciência sem consciência” onde os requintes de crueldade, por exemplo, ultrapassam os piores cenários criados pela ficção científica.
Portanto, conceitos como bioética, saltam dos dicionários para as páginas dos jornais e das páginas dos jornais para a própria vida.
Basta recordar aqui que certos “laboratórios farmacêuticos” ora têm lançado medicamentos que não funcionam, ora aqueles que ainda estão em testes — transformando o próprio consumidor em cobaias compulsórias.
Existem também suspeitas gestadas em cenários muito mais polêmicos e conspiratórios, apontada pelo simples questionamento do por que a “cura de doenças” é relegada hoje ao curandeirismo enquanto que a medicina “atual” apenas  “trata” os pacientes com drogas de admissão diária, coisa muita mais lucrativa do que erradicar definitivamente uma enfermidade.
Claro! Claro! São apenas suspeitas de teóricos da conspiração sem nenhuma gota de evidência.
Será?
Por isso a primeira vantagem da aplicação do método científico no cotidiano é encarar com ceticismo o trabalho de nossos cientistas.
Submeter a crítica não apenas o teor de suas pesquisas e descobertas para daí se flagrar o erro, o desvio, o mau uso ou a fraude.
Mas também aplicar esse mesmo ceticismo quanto à sua conduta.
Quando vou ao médico, por exemplo e desconfio de seu diagnóstico, seja questionando  sua probidade técnica ou ética, que devo fazer?
Afinal, não sou médico!
Eu particularmente consulto uma segunda e uma terceira opinião de especialistas da mesma área.
Penso cá com os meus botões:
Médicos são seres humanos.
Mesmo com todo amparo obtido durante anos de preparação, estudo e experiência,  seres humanos podem se equivocar, podem errar e – o que é pior – podem mentir e enganar.
Nunca me esqueço de uma médica que simplesmente decidiu realizar uma cirurgia em minha filha, que na época ainda não completara dois anos de idade.
Uma cirurgia de emergência!
Ora, uma cirurgia é uma coisa séria.
Principalmente num Brasil onde pessoas morrem sendo anestesiadas para realização de exames de rotina. Sem levar em conta as estatísticas horripilantes das infecções hospitalares.
Simplesmente aplaquei o tom de emergência da “doutora” com a frase:
— Desculpe-me doutora, mas antes de internar minha filha gostaria de uma segunda opinião.
E consultei outros dois especialistas.
Conclusão:
A cirurgia era “preventiva” e não de “emergência” – são conceitos diferentes
Evidentemente comuniquei o fato ao Conselho Regional de Medicina.
Fiz a minha parte como cidadão.
Agi com espírito crítico sem desrespeitar a atribuição da médica.
Existem bons e péssimos profissionais em todas as áreas.
Mais uma vez devemos ter critério para separa o joio do trigo.
E que critério seria esse?



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