sexta-feira, 13 de março de 2015

Guia completo para deixar de sofrer por amor

Sete passos básicos ajudam você a esquecer um amor; veja quais são

Superar o fim de um romance, principalmente se a decisão pelo término não foi sua, não é tarefa das mais fáceis. E em muitos casos, quanto mais você quer apagar alguém da cabeça, mais a lembrança dos momentos vividos insiste em perturbar. Isso acontece, em parte, porque a pessoa toma atitudes equivocadas.

UOL Comportamento conversou com especialistas e selecionou sete dicas que ajudam a esquecer um amor. De acordo com a psicóloga Regiane Machado, vale a pena aproveitar esse processo para olhar para si. É hora de se conhecer melhor, reconhecer defeitos e qualidades, buscar melhoras, descobrir ou redescobrir do que gosta ou não gosta e valorizar-se. "E, quando for pertinente, reflita sobre o término e, quem sabe, aprenda com tudo o que aconteceu".
1. Não tente curar a falta de alguém com uma nova paixão
A velha máxima "um coração partido só se cura com outro amor" nem sempre funciona. Para a psicóloga Regiane Machado, o ideal é superar o término de um relacionamento sozinho, buscando refletir sobre o fim. "Ao desejar começar um novo relacionamento, é importante que o término tenha sido superado, para se entregar por inteiro". Para Marina Vasconcellos, psicóloga e terapeuta familiar e de casal, investir tempo em atividades variadas, com amigos e em cuidar de si é que contribui para a superação. "Se nesse processo de cura aparecer um outro amor, tudo acontece mais rápido, sem dúvida. Mas essa não é a condição para esquecer alguém". A psicóloga Angélica Amigo conta que pessoas que não sabem ficar sozinhas dificilmente preenchem o coração com outras coisas. "A única maneira que conhecem para ser felizes é se apoiar em alguém. E isso não é positivo, porque não se pode jogar nas costas do outro as responsabilidades que ser feliz implica. A relação fica pesada demais".
2. Não se transforme em "stalker"
Na opinião da psicóloga e terapeuta de casal Marina Vasconcellos, procurar notícias do "ex" através de amigos em comum ou ficar controlando seus passos nas redes sociais são formas de paralisar a própria vida. "Se acabou a relação, olhe para frente e invista no novo", diz.  É um padrão de comportamento muito comum romper um relacionamento e continuar a se sentir no controle dele. Se transformar em "stalker" seria uma maneira destrutiva de dar continuidade à relação. Ao bisbilhotar a rotina alheia, deixamos a própria vida em suspenso, de escanteio. "Aí nunca esquece mesmo, porque a pessoa age como se ainda tivesse algo com o outro", diz Angélica Amigo. 
3. Pare de alimentar a culpa pelo fim
A raiva e a frustração de ver os planos amorosos ruírem podem levar a uma visão distorcida dos acontecimentos. Não é raro assumir o papel de vítima –para chamar a atenção, para transformar o outro em vilão ou por puro comodismo. De acordo com a psicóloga Regiane Machado, é bom ter cuidado para não se culpar excessivamente nem assumir a responsabilidade plena pelo fim da relação, afinal, um relacionamento é construído por duas pessoas que têm defeitos e qualidades. O comportamento contrário também é prejudicial. Jogar a culpa no outro piora a situação. "Se a pessoa não toma ciência dos próprios problemas e da sua parcela de culpa e responsabilidade no término, não consegue se desvencilhar do passado", diz Angélica Amigo
4. Não se obrigue a ter novos interesses imediatos
"Você precisa se distrair", dizem mãe, pai, irmã, amigos e até o chefe. Porém, nem sempre procurar alternativas de lazer ou fazer uma transformação radical –mudar o guarda-roupa ou o corte de cabelo, por exemplo– são boas soluções, justamente porque têm caráter impulsivo. "Novos interesses são sempre bem-vindos, mas apenas se a pessoa estiver realmente a fim de investir sua energia em coisas novas. Todo final de relação amorosa inclui um pequeno período de luto, e isso tem de ser elaborado devagar", afirma a psicóloga Angélica Amigo. "Acredito que tudo o que acontece impulsivamente não dura. É preciso pensar sobre o assunto e avaliar o que realmente gosta, para depois ir beber de outras fontes”, diz. Segundo Marina Vasconcellos, isso não significa, porém, se isolar. "É preciso sair, sim, relacionar-se com outras pessoas e, principalmente, não deixar de se cuidar", afirma.
5. Passe um tempo sem rever a pessoa
Se não houver filhos, é bom cortar o contato com a pessoa, para que ela vá se tornando menos presente em sua vida. "Certamente, quanto maior for o afastamento, maiores as chances de se superar a perda. Deixar de ouvir a voz ou ver o 'ex' ou a 'ex' vai fazendo com que a presença ‘mental’ da pessoa também perca a intensidade”, diz a Marina Vasconcellos. Angélica Amigo afirma que muita gente coloca o controle no lugar do afeto. A pessoa nem está mais tão apaixonada, mas provoca encontros aparentemente casuais, busca notícias, julga novos companheiros. Ao fazer isso, a vida não evolui, e o relacionamento que não existe mais permanece pairando nos pensamentos.
6. Não alimente as lembranças
Pare de alimentar lembranças --em especial, as felizes. "Para superar uma perda, é fundamental não ficar curtindo a tristeza isolado, fechado em seu próprio mundo, lamentando-se ou lembrando das coisas que eram boas e foram perdidas", conta Marina Vasconcellos. "Isso tudo, é claro, sem deixar de lado a necessidade de se rever, de ficar só por um tempo para entrar em contato consigo e com seus desejos mais profundos". É importante refletir sobre o que não era bom na relação e pensar friamente sobre os motivos que conduziram o casal ao rompimento. O que verdadeiramente provocou a separação deve ser olhado e entendido --e servir de lição para relacionamentos futuros ou para ajudar a aceitar que o fim era mesmo a melhor alternativa.
7. Não finja sentir aquilo que não sente
Fazer de conta que não está se importando com o rumo que os acontecimentos tomaram, quando internamente se sente em pedaços, é uma atitude que não contribui em nada. Mesmo que as pessoas acreditem em você, na sua firmeza, por dentro, o sofrimento só aumenta. Colocá-lo para fora ajuda a esquecer, assim como desabafar com os mais próximos. "Isso tudo faz parte do processo do luto", diz a psicóloga Angélica Amigo. "Elabore primeiro a perda, reveja alguns conceitos sobre o que é estar com alguém e, a partir daí, você conseguirá se reinventar", declara.

Como esquecer um amor que não deu certo?

Será que existe algum meio de se desapaixonar? De acordo com alguns especialistas no assunto, existe. Confira algumas dicas a seguir.
Fonte da imagem: Reprodução/ig-n
Estar apaixonado é uma maravilha, certo? Principalmente se o sentimento é correspondido, pois assim tudo fica bem e termina com uma música bonitinha, como naqueles filmes a que você assistia na adolescência. Tudo vai bem até o momento em que o filme passa a ser “Ele não está tão a fim de você”. Depois de um fim de namoro ou de uma desilusão amorosa antes mesmo de qualquer coisa começar, todo mundo parece ter uma receita infalível: é preciso esquecer.
Você sabe o que fazer nesses casos? Sabe esquecer? Será que tem como sofrer um pouco menos? A boa notícia é: tem. Então, se você está numa pior, sofrendo com seu coraçãozinho aos pedaços, antes de qualquer coisa, sorria. Sua avó estava certa: para tudo na vida há um jeito. O portal io9 ouviu a opinião de algumas pessoas com moral suficiente para falar de alguns casos de amores não correspondidos. Confira a seguir quais são as dicas dadas por quem entende do assunto.

A mágica do esquecimento

Fonte da imagem: Reprodução/PodPirralho
Você geralmente resolve tirar alguém do seu coração – ou da sua cabeça? – quando seus sentimentos não são correspondidos ou quando a pessoa, ainda que esteja ao seu lado, trata você não muito bem. É lógico que existem outros motivos, mas esses dois são os mais comuns. Nesses casos, você pode se questionar se é possível ter algum tipo de controle a respeito do sentimento que você quer esquecer.
É como o filme “Brilho eterno de uma mente sem lembranças”, no qual os personagens passam por um processo maluco de simplesmente deletar tudo relacionado à outra pessoa, como se nosso cérebro tivesse uma tecla mágica que, uma vez acionada, apagasse tudo e acabasse com o sofrimento. Se você já assistiu ao filme, é bem provável que já tenha sentido vontade de fazer o mesmo, não é?

Vício

Fonte da imagem: Reprodução/HealthMeup
Uma pesquisa em neurologia descobriu, recentemente, que qualquer um tem autonomia para escolher esquecer um amor. Uma das responsáveis pelo estudo, a antropóloga Helen Fisher, explicou que sua equipe analisou o comportamento cerebral de uma pessoa superapaixonada.
Eles descobriram que o amor intenso ativa uma área do cérebro chamada de núcleo accumbens, associada com recompensas e, consequentemente, com o prazer e até mesmo com o vício. Para se fazer uma comparação, é essa região do cérebro que é ativada quando alguém viciado em bebida sabe que irá beber em breve, por exemplo.
Levando em consideração esse fator viciante, Fisher recomenda que, se você quiser esquecer uma pessoa, deve tratá-la como o paciente que quer deixar um vício de lado e livrar-se de tudo o que possa fazer com que você se lembre do(a) ex, além, é claro, evitar ligar e vasculhar cada passo dele(a) no Facebook. É a mesma lógica do alcoolista que, se quer parar de beber, deve tirar a garrafa de vinho de perto.

Controlando pensamentos

Fonte da imagem: Reprodução/Ekapija
Essa é uma das coisas mais difíceis de fazer, mas não impossível. Quem falou a respeito disso foi o psicólogo da Universidade de Oklahoma, nos EUA, Robert Sternberg. De acordo com ele, se você não conseguir deixar de pensar na pessoa, deve se lembrar sempre dos maiores defeitos dela.
Você também precisa levar em consideração que um relacionamento só dá certo se as duas partes estiverem devidamente conectadas e quiserem isso. Se a pessoa com a qual você estava não quer mais ficar ao seu lado, esse é um direito dela, e provavelmente é o melhor a ser feito, já que não seria justo se apenas você estivesse de cabeça na relação, certo?
Você pode encontrar outra pessoa, já pensou nisso? Há muita gente por aí e talvez aquela que estava ao seu lado antes não seja a melhor. Porém, é preciso ficar sempre atento para não acabar apenas usando alguém para preencher o posto de quem não está mais com você. Pode ser também que essa pessoa nova seja passageira e você vai precisar reconhecer isso.
E lembre-se, sempre, de se manter ocupado, seja estudando, trabalhando, indo à academia ou fazendo qualquer coisa que não permita que seu cérebro fique ruminando os últimos acontecimentos. Isso ajuda bastante. Sempre tente alguma coisa nova, aleatória e criativa. Nada de ficar dando indiretazinhas em redes sociais – isso é feio.

Prevenção

Fonte da imagem: Reprodução/Iamchiq
O psiquiatra da Universidade de São Francisco, Thomas Lewis, afirma que o amor, assim como o álcool, faz parte de um processo que envolve intoxicação, fator que se confirmou em pesquisas de neuroimagem. Esses estudos observaram que, quando a pessoa está apaixonada, algumas áreas cerebrais ficam suprimidas: as responsáveis por julgamentos críticos e por emoções negativas. Aquela história de que “o amor é cego” talvez faça sentido, então.
Lewis acredita que futuramente teremos neurobloqueadores disponíveis, em forma de comprimidos, com a finalidade de impedir que nos apaixonemos e também de interromper a paixão. Segundo ele, é possível pensar nisso, já que já existem substâncias em fase de teste para inibir o desejo por álcool. Será que funcionaria?
A boa notícia para quem quer esquecer um amor é que todos os especialistas procurados afirmaram ao io9 que dificilmente são questionados a respeito de como fazer isso. Pelo contrário: parece que muita gente quer saber como manter a paixão por mais tempo. E aí está a boa novidade para você, que acabou de voltar para a ala dos solteiros: a paixão dura pouco. Portanto, em breve, é possível que você ache um absurdo ter sofrido tanto por causa daquela pessoa. O jeito é esperar um pouquinho e logo você estará livre desse sofrimento todo.

15 dicas para como esquecer um amor

Um grande amor está em todas as nossas coisas, na nossa mente, e o pior? Vive no nosso coração. É muito difícil esquecer amor, no entanto podemos de deixar de sofrer com o tempo e retomar a fazer as coisas que achávamos que nunca mais iríamos realizar.


É bonito quando se vivem amores maravilhosos, apesar que irritante quando se tenta recapitular e recomeçar a nossa vida. Não podemos arrastar-nos no passado toda a nossa vida, devemos seguir em frente por nós próprias e pelas nossas famílias.

Assim por aqui compilamos-lhe 15 dicas que serão com certeza importantes para esquecer um amor passado. Alguns concelhos irão servir-lhe melhor que outros, no entanto é certo de que todos eles lhe serão importantes para endireitar de novo a sua vida afetiva.

15 Dicas para esquecer um amor:

1. Reconheça que não faz mais parte da vida dele. Deve aceitar que o vosso namoro chegou ao fim e que por agora não há muito a fazer.
2. Lembre-se de todas as coisa menos boas que viveu com ele, não o coloque num pedestal, veja-o como ele realmente é.
3. É mais fácil de lembrar as coisas boas, no entanto relembre-se de todas as mentiras que ele lhe disse.
4. Relembre-se de todas as vezes que ele lhe foi infiel de uma ou outra forma.
5. Recorde-se da forma má como ele a fazia sentir as vezes. Isto irá dar-lhe mais força.
6. Ele não se lembrava do seu aniversário.
7. Ligava-lhe quando queria e quando dizia que não fazia era palavra final.
8. Ele era um problema na sua vida e de forma a avançar devemos cortar o mal pela raiz.
9. O seu coração necessita de estar impor e cheio de energia de forma a receber as coisas boa que a vida lhe têm reservadas.
10. Não visualize o seu ex como tempo perdido, mas sim como uma vivência e uma lição de vida.
11. Encha a sua vida de coisas que a beneficiam. Vá ao ginásio ou ao salão de beleza. Ponha-se bonita.
12. Leia os livros que jamais pensou ler. Crie coisas, meta-se na pintura... e continue a ler as nossas dicas sobre como esquecer um amor.
13. Telefone a uma velha amiga para lanchar e reviver velhos momentos.
14. Chore se for necessário. As lágrimas servem para levar a dor embora.
15. Não evite falar dele, deixe fluir os seus sentimentos, não guarde só para você mesma.

Pode parecer que todos estes conselhos são fúteis e não necessários, não é? No entanto é a partir das pequenas coisas que uma nova vida se começará a moldar e pouco a pouco a mudar. O que antes achava que nunca poderia acontecer, está agora a acontecer... Agora está mais ciente do que vale, mais bonita.

E quando ele a voltar a ver? Não gostaria que ele sentisse remorso por você o ter ultrapassado e agora estar ainda mais bonita?
4 dicas para deixar de amar alguém
Por Natasha Romanzoti em 27.02.2013 as 13:59

O amor é lindo, só que nem sempre. Não sei se existe um estudo científico sobre isso, mas algumas pessoas concordariam que parecem existir mais amores não correspondidos do que finais felizes no mundo.
Em vez de intimidade, parceria e carinho, o que nos resta é rejeição e sofrimento. O que fazer nesses momentos?
Embora não exista nenhuma cura rápida para coração partido, especialistas dizem que é possível se “desapaixonar”. Confira as melhores maneiras de parar de amar alguém:
Largando o vício
Você pode sentir que o amor é algo além de seu controle, mas pesquisas psicológicas mostram que há, na verdade, formas de domar esse sentimento selvagem. A antropóloga Helen Fisher, da Universidade Rutgers (EUA), por exemplo, trabalhou com neurocientistas para produzir imagens do cérebro das pessoas enquanto elas estão apaixonadas, e descobriu que os sentimentos de amor intenso ativam a uma região do cérebro (núcleo accumbens) associada com recompensas e vícios.
Ou seja, o amor ativa as partes do nosso cérebro que também são ativadas no cérebro de viciados em cocaína e cigarro quando eles antecipam a sensação de se drogar ou fumar. Por conta disso, Fisher recomenda tratar seu amor do jeito que você trataria um vício: jogando fora cartões e cartas, ou escondendo-os em um armário. “Se você está tentando parar de ingerir álcool, você não deixa uísque em sua mesa”, explica. Idealmente, você quer parar de pensar na pessoa totalmente, então precisa se livrar de objetos que a lembrem.
Também é necessário não procurar seu ex, seja na internet ou na vida real, permanecendo o mais distante possível.
Mudando de pensamento
É fácil jogar suas memórias em uma caixa e tentar não abri-la. Evitar de pensar na pessoa, entretanto, é bem mais difícil.
Porém, segundo o psicólogo Robert Sternberg, da Universidade Estadual de Oklahoma (EUA) e autor de “A Teoria Triangular do Amor”, existem algumas coisas que você pode fazer para tornar a tarefa mais acessível.
Uma delas é refletir sobre o fato de que relações nunca podem funcionar a menos que ambas as pessoas estejam dispostas a fazê-las funcionar. Ou seja, você e a pessoa que você quer esquecer nunca teriam dado certo.
Outra coisa superimportante é manter-se ocupado. Não se dê tempo de pensar na pessoa: vá fazer algo melhor do seu dia. Estude, leia, saia, conheça outras pessoas, etc.
Encontrar alguém também ajuda a evitar que você pense no seu amor antigo. No entanto, Sternberg alerta para o risco de que parceiros transitórios geralmente não acabam sendo parceiros permanentes (aquelas pessoas que você conhece entre um relacionamento e outro).
Por fim, caso se veja pensando sobre a pessoa, seja rápido em enfatizar suas características negativas. Assim, você deve perceber, a longo prazo, que teve sorte em ter saído desse relacionamento.
Se nada disso adiantar, aguarde pela “pílula do desamor”…
O psiquiatria Thomas Lewis, da Universidade de São Francisco (EUA) e coautor do livro “Uma Teoria Geral do Amor”, suspeita que não há nada que uma pessoa possa fazer para se “desapaixonar” por alguém, da mesma forma que não há nada que uma pessoa bêbada possa fazer para ficar sóbria.
“Apaixonar-se é um estado semelhante de intoxicação, e é bem possível demonstrar, em estudos de neuroimagem, que áreas do cérebro que controlam julgamento crítico e processam emoções negativas são suprimidas durante o estado da paixão. Assim, em geral, nenhuma quantidade de raciocínio, e nenhuma quantidade de evidências sobre quão nociva a outra pessoa realmente é acabam penetrando na cabeça de alguém que está apaixonado”, sugere.
Basta pensar na famosa frase “O amor é cego” para saber que Lewis está certo. Mas nem tudo está perdido.
“Eu disse que não há nada que a pessoa possa fazer, por si só, para parar de amar. Mas acho que é possível que medicamentos modernos que alteram neurotransmissores, inclusive alguns que provavelmente não foram inventados ainda, possam interromper o estado de se apaixonar”, opina.
Lewis cita a recente descoberta de uma molécula (dihydromyricetin, em inglês) que, quando administrada, impede ratos de ficarem intoxicados quando bebem álcool. Eles podem beber o quanto quiserem, mas praticamente nada acontece a sua função cerebral (embora algo possa acontecer a seus fígados).
“Se é possível evitar que o álcool seja inebriante, então eu suspeito que é, pelo menos teoricamente possível, impedir que o amor seja inebriante, embora também suspeite que o amor possa ser mais complexo do que a embriaguez habitual”, diz.
Ou seja, o amor poderia exigir mais ajustes em neurotransmissores, além de alterações nos sistemas de dopamina, opioide endógeno e ocitocina.
Pode ser interessante pensar em uma “pílula” para se desapaixonar, mas essa solução certamente está no futuro – se é que vai chegar ao mercado um dia.
…ou aposte na única cura confiável: o tempo
Por menos romântico que isso possa soar, é verdade: o amor não dura. Cada um dos especialistas que opinou neste artigo notou que raramente param para pensar em como se “desapaixonar”. Em vez disso, eles geralmente se perguntam como duas pessoas podem permanecer apaixonadas ao longo do tempo.
Esta é uma boa notícia para os que querem afastar a sensação dolorosa da rejeição. Geralmente, a intensidade apaixonada do amor não dura. Claro, pode se aprofundar em um relacionamento duradouro ou casamento, mas nunca vai permanecer tão intensa quanto é durante o começo da relação.
Fisher explica que há verdade no velho ditado de que o tempo cura, mesmo em um nível neurológico. Ela e sua equipe descobriram que as pessoas que haviam sido rejeitadas mostravam atividade reduzida ao longo do tempo no paládio vental, uma área do cérebro associada com sentimentos de apego.
Para ajudar o seu cérebro com esse “desapego”, faça bastante exercício físico para liberar hormônios como a dopamina. E abrace muito seus amigos: o toque é uma maneira de circular ocitocina em seu sistema, hormônio que poderia ajudá-lo a se sentir mais calmo.
“Para melhor ou para pior, a fase apaixonada não dura para sempre, não importa se queremos isso ou não. Portanto, se você se vê preso ao fardo de estar apaixonado pela pessoa errada, pode encontrar algum consolo no fato de que, algum dia no futuro relativamente próximo, você estará livre”, comenta Lewis.[io9]

Foi provado: o amor é um vício, mas tem cura
Por Natasha Romanzoti em 8.07.2010 as 21:02

Sofrer muito por amor pode ter uma razão biológica. Uma nova pesquisa do cérebro sugere que superar um romance pode ser semelhante a superar um vício.
O estudo é um dos pioneiros a examinar o cérebro de uma pessoa recentemente dispensada que têm dificuldade de esquecer seu relacionamento. Pesquisadores descobriram que quando homens e mulheres com o coração partido olham para as fotografias dos antigos parceiros, certas regiões do cérebro são ativadas que os associam com recompensa, desejo, controle das emoções, sentimentos de apego e de dor física e angústia.
Os pesquisadores dizem que a resposta do cérebro à rejeição romântica pode ter uma base evolutiva. Nosso cérebro desenvolveu circuitos para o romance há milhões de anos, para permitir que os nossos antepassados concentrassem sua energia em apenas uma pessoa e iniciassem um processo de acasalamento. Quando você é rejeitado no amor, você perde o maior prêmio da vida, que é um “parceiro de acasalamento”. Ou seja, quando se é dispensado, provavelmente este sistema do cérebro é ativado, para ajudar a pessoa a tentar conquistar seu amor de volta.
O estudo com os recentes “dispensados” mostrou que quando eles visualizam seu ex-amado, estimulam uma região do cérebro chamada área tegmental ventral, envolvida na motivação e recompensa.
Trabalhos anteriores demonstram que essa região é também ativa em pessoas que estão loucamente apaixonadas. Isso faz sentido, porque não importa se está feliz ou infeliz no amor, você ainda está apaixonado.
Outras regiões do cérebro, conhecidas por serem associadas com o vício da cocaína e intensa dependência do cigarro, também foram ativadas.
Por outro lado, os investigadores encontraram algumas boas notícias para os romanticamente rejeitados: parece que o tempo cura. Quanto mais tempo passou desde a separação, menos atividade havia nessas regiões.
As áreas do cérebro envolvidas na regulação da emoção, na tomada de decisão e na avaliação também ativaram quando os participantes olharam as fotos. Isto sugere que estavam aprendendo a partir de sua experiência passada, avaliando suas perdas e ganhos e descobrindo como lidar com a situação. Isso parece ser saudável para o cérebro, pensar sobre a situação de forma mais ativa e tentar amadurecer. [LiveScience]

NÃO CONSEGUE ESQUECER UM EX-AMOR?

Apego ao passado pode prejudicar sua vida amorosa
Sabe aquela sensação de estar no primeiro encontro com alguém que parecia especial e de repente sentir uma saudade enorme do parceiro anterior? E às vezes a saudade do ex-amor até aumenta depois do encontro com um outro alguém. Você pode achar que esse tipo de sentimento só serve para mostrar o quanto ainda ama quem não está mais do seu lado. Confuso não?
Depois do término da relação, a busca por outro amor pode ser dolorida. Dói porque você realmente não está inteiro em si mesmo. Ou porque há uma parte de seus sentimentos presos à relação que se desfez e, para complicar, uma parte de você tenta incessantemente encontrar na atual relação características daquela pessoa do passado. Você age dessa maneira sem ter consciência, sem querer se machucar nem ferir o atual pretendente. Mas os dois acabam sofrendo juntos.
A dor está justamente na constatação de que seu atual amor não é quem você está procurando, porque quem realmente deseja está no seu passado. É aquela pessoa que mexe contigo, com seus bons sentimentos e até com sua raiva e frustração. Dá até medo pensar em como a pessoa pode estar se divertindo, neste momento, longe de você.

DESPEDIDA DO PASSADO

Querer virar a página já é uma grande atitude a ser tomada. Geralmente os obstáculos internos que atrapalham a entrega para o novo relacionamento costumam estar ligados ao grau de satisfação que você tinha com o ex-amor, além da sensação de ter se habituado ao jeito do outro.
Estar a dois requer estar inteiro na relação para dar certo, respeitar o espaço do que já foi vivido e não ficar preso ao que passou. E tudo isso é difícil quando você ainda não esqueceu um ex-amor. O mais importante neste momento é entender que você está totalmente dividido: uma parte quer seguir em frente e encontrar alguém que esteja disposto a amar, enquanto o outro lado sofre todo dia com a distância de quem ainda ama.
Se estiver passando por essa situação, neste momento de sua vida, você acha que pode se entregar a uma nova relação e amar de verdade outra pessoa? Além disso, você acredita que vai encontrar alguém que preencha todos os requisitos de um parceiro que você quer? Talvez não, afinal você não está em condições que lhe permitam nem mesmo reconhecer essa pessoa, já que ainda não terminou seu ciclo amoroso anterior.

VALE A PENA INVESTIR NA RECONCILIAÇÃO?

A solução para isso pode parecer estranha, mas quem sabe aguardar um novo desfecho entre você e esse amor que ainda não acabou? Por que não investir em diálogos entre vocês dois para estabelecer possíveis ligações que aumentem a reciprocidade e a entrega para a relação? Será que vocês não desistiram muito rápido de tentar dar certo? Será que essa pessoa também não sente falta de você? Por que não tentar fazer algo diferente por vocês dois?
Se você já tentou fazer dar certo e nada de bom saiu dessa experiência, realmente pode ser a hora de se alinhar com a sua vontade de mudar de parceiro e não desistir do encontro com uma pessoa com a qual você possa ter uma relação saudável. Outra coisa que pode estar acontecendo é você não estar realmente disposto para uma nova relação e precisar de um tempo para ficar sozinho.
Existem mil fatores que podem fazer você sentir falta de outra pessoa, talvez seja apenas uma lembrança da última relação, mas isso não pode ser um bloqueio para você ser feliz agora. Se você ainda ama alguém e não existe nenhuma maneira de vocês ficarem bem juntos, não se torture, aceite esse amor como uma experiência que foi boa de ser vivida, não um tormento.
Permitir-se conhecer novos amores pode ser uma grande solução. Ter disciplina com os seus pensamentos para não se deixar levar pelo passado também é uma maneira de se desligar do que passou e estar inteiro no presente - o que só pode ser bom para você.

19 coisas que acabam com sua força de vontade (e como lidar com elas)
Por Guilherme de Souza em 2.12.2013 as 22:00

O fim do ano se aproxima e, provavelmente, muitos de seus amigos (ou muitos de vocês) vão se inscrever numa academia, iniciar um “Projeto Verão” e se exercitar com disciplina durante alguns meses… só para depois abandonar tudo que começaram. Existem pelo menos 19 razões por trás desse tipo de comportamento. Há como lidar com elas, no entanto. Confira as dicas de David DiSalvo, colaborador da Forbes:
1. Muita vontade, pouco equilíbrio
A onda de inscrições em academias no começo do ano é um fenômeno praticamente mundial, e em geral é fruto de uma vontade exagerada de entrar em forma para poder ir à praia sem se sentir constrangido por causa de gordura localizada ou de algumas estrias.
Embora o simples fato de iniciar uma rotina de exercícios seja bom, não é suficiente: é importante ter equilíbrio na hora de aplicar sua força de vontade, ou então ela vai acabar em questão de semanas – e isso vale para outros casos de “explosões de vontade”.
2. Excesso de autoconfiança
“Me livrei do vício do cigarro, não se preocupe”, disse aquele seu amigo que voltou a fumar alguns meses depois de ter parado.
Muitas vezes, ficamos tão satisfeitos por termos superado um hábito (fumar, comer demais etc.) que acabamos superestimando nossa capacidade de evitar uma recaída.
Se quiser testá-la, faça com cautela.
3. Há limite para o autocontrole
Até mesmo aqueles monges tibetanos que passam horas (ou dias) meditando precisam recarregar sua força de vontade depois de algum tempo. Se isso vale para pessoas disciplinadas como eles, vale ainda mais para pessoas, digamos, comuns.
Não é por acaso que muitos casos de traição acontecem à noite: nesse período, boa parte da nossa capacidade de resistir a tentações foi gasta ao longo do dia (o que não justifica, mas explica o fenômeno).
4. Pouca energia para o cérebro
O cérebro consome cerca de 25% da glicose que circula no organismo de uma pessoa e, em situações de estresse, essa demanda aumenta. Se o corpo não fornecer combustível suficiente, as funções cerebrais (inclusive o autocontrole) ficam comprometidas.
5. Mudar exige constância
Nossos padrões de comportamento não são como uma montanha, inertes: eles ganham força, e superá-los fica mais difícil com o tempo. São como uma escada rolante que vai ficando mais rápida conforme você sobe, exigindo mais e mais energia.
Ter consciência disso é um recurso fundamental na hora de lidar com eles.
6. Pensamentos automáticos negativos
Como forma de lidar com o excesso de complexidade de nossas vidas, é comum recorrer a pensamentos automáticos, que não são fruto de uma reflexão feita no momento, mas que surgiram anteriormente e acabaram “ficando”.
Se houver pensamentos negativos (“isso é ruim”, “não consigo fazer isso”, “não levo jeito para isso”) entre eles, será mais difícil agir, porque eles enfraquecem sua determinação.
Identifique-os e, na medida do possível, lute contra eles.
7. Excesso de independência
Nem mesmo protagonistas de filmes de ação conhecidos por “fazer tudo sozinhos” (o que no fim das contas não corresponde à realidade do filme, já que eles quase sempre contam com o apoio indireto de outros personagens) conseguem agir com total independência por muito tempo – a falta de suporte e a sensação de pequenez diante dos problemas pouco a pouco corroem a força de vontade.
8. Reflexão ajuda, mas não basta
Muitas vezes caímos na ilusão de que, se passarmos tempo suficiente refletindo, vamos conseguir resolver um determinado problema. Infelizmente, nem sempre a solução surge com esse tipo de abordagem, já que há informações que só conseguimos na hora de agir.
Além disso, esperar muito tempo por uma “inspiração” pode, no fundo, ser apenas uma forma de procrastinar (ou seja, adiar a ação).
9. “Na prática, a teoria é outra”
Levando em conta o item número 8, podemos concluir que um plano que pareça bom “no papel” não necessariamente vai ser bom o suficiente na hora da execução – normalmente por conta de imprevistos.
Tenha fé em seus planos, mas não exagere, pois o risco de se frustrar é grande.
Melhor do que apostar todas as suas fichas em uma única abordagem seria ter um plano B, um C, um D… Ou exercitar sua capacidade de se adaptar a novas condições.
10. Falta de sono
Mesmo sabendo o quanto uma boa noite de sono é necessária para manter o bom funcionamento do cérebro, muitos de nós insistem em agir como se uma ou duas horas a menos não fizessem falta. Ledo engano: se quebrarmos o ciclo do sono, temos o risco de acordar tão cansados (ou até mais) quanto estávamos antes de dormir.
Não é preciso ressaltar que isso tem um grande impacto na força de vontade.
11. Subestimar os efeitos químicos dos alimentos (e das bebidas)
Refeições podem ser grandes aliadas na hora de enfrentar problemas, dando energia necessária para agirmos (ou, como você viu no item 4, pensarmos); por outro lado, também podem ser uma das causas do nosso fracasso em determinada tarefa: uma comida muito “pesada” pode aumentar a tentação de tirar um cochilo à tarde, e uma cerveja a mais pode diminuir nossa disposição.
Reconhecer esses possíveis efeitos deve ajudar você a não superestimar sua capacidade de lidar com eles (item 2).
12. Falta de fé (em si mesmo)
Não acreditar que seremos capazes de algo (como tirar a habilitação de motorista ou passar no vestibular) é um passo rumo ao fracasso, pois essa falta de fé pode dar início a um processo interno de autossabotagem: o medo de falhar aumenta por conta da certeza de que vamos falhar; a ideia do fracasso se torna mais próxima e gera ansiedade; ansiedade prejudica o desempenho…
Naturalmente, a crença de que você vai conseguir não garante o sucesso, mas é um ingrediente fundamental para ele (a menos que você prefira contar com a sorte).
13. Nos acostumamos a desistir
“Ah, hoje eu não vou na academia. Vou amanhã”. O amanhã chega, e, estranhamente, deixar de ir à academia ficou mais fácil. Se você ceder à tentação mais uma vez, será ainda mais fácil desistir no dia seguinte.
De alguma forma, nós acabamos nos habituando a desistir de certos sacrifícios, e essa desistência se torna cada vez mais natural – o que pode culminar em um abandono definitivo de um projeto.
14. Falta de feedback
Fruto do excesso de independência (item 7), a falta de feedback a respeito das nossas ações tende a provocar desânimo, além de uma sensação de que “ninguém se importa”.
Outro problema é a ausência de um olhar externo, que poderia nos ajudar a perceber certas falhas que cometemos.
15. Pensamos no pior que pode acontecer
A ideia de se preparar para o pior é sensata, mas pode acabar caindo no exagero e fazendo com que desanimemos.
Essa é uma espécie de autossabotagem (item 12), que pode gerar uma ansiedade desnecessária e uma desistência por conta de algo que provavelmente nem aconteceria.
16. Foco excessivo na jornada
A expectativa de atingir um objetivo pode acabar sendo maior do que a satisfação de atingi-lo. Contudo, levar essa ideia muito a sério pode fazer com que uma pessoa perca seu objetivo de vista e, pouco tempo depois, desanime.
É importante equilibrar o apreço pela meta e com o apreço pela jornada.
17. A armadilha do hábito
Tudo começa com uma ideia, uma ação e uma recompensa. O ciclo se repete e, em pouco tempo, você tem um hábito (ou um vício), que exige uma boa força de vontade para ser quebrado.
Tenha consciência disso e não se deixe enganar: o “só vou experimentar uma vez” pode não ser uma ideia tão inocente quanto parece à primeira vista.
18. Vontade sem técnica
Ferramentas e métodos errados não apenas aumentam as chances de falhar: eles tornam processos mais difíceis do que deveriam ser e fazem com que demandem mais esforço.
Causam, no fim das contas, um gasto desnecessário do seu “combustível”.
19. Licença moral
Existe uma tendência a acreditar que fazer algo louvável pode compensar uma prática ruim (ideia batizada de “licença moral” pelos psicólogos), o que nem sempre é verdade.
Com esse (falso) recurso em mãos, podemos acabar escolhendo caminhos mais fáceis, que não exijam tanta força de vontade – e essa falta de prática tende a enfraquecê-la. [Forbes]

Se sente uma fraude? Você pode ter “síndrome do impostor”
Por Natasha Romanzoti em 3.12.2013 as 14:00

Já sentiu como se você estivesse fingindo ser melhor do que realmente é, a despeito de seus sucessos? E que você está à beira de ser descoberto como uma farsa, não merecedor de elogios, promoções ou reconhecimento?
Você pode estar sofrendo de um caso de síndrome do impostor. Essa é uma condição real, que pode ser tratada.
Para muitas pessoas, a atriz Emma Watson não tem do que reclamar: é talentosa, bonita, inteligente… No entanto, Emma já admitiu se sentir como uma fraude, apesar de seu sucesso. Em entrevista à revista Rookie, ela disse: “Parece que a qualquer momento alguém vai descobrir que sou uma fraude total e que eu não mereço nada do que eu consegui”.
Este é um exemplo de um fenômeno interessante, no qual as pessoas são vistas como bem sucedidas por medidas externas, mas internamente sentem-se indignas de seu sucesso e em perigo de serem expostas a qualquer momento.
A maioria de nós tem esses anseios de vez em quando. Um artigo de 1985 sugere que até 70% das pessoas têm esses “sentimentos de impostor” em algum momento. É normal, e, geralmente, com um pouco de perspectiva e de tempo, as pessoas os esquecem.
No entanto, para algumas pessoas, a sensação não passa e, no seu lugar, uma síndrome se desenvolve.
O fenômeno foi descrito originalmente em 1978 por Pauline Clance e Suzanne Imes, pesquisadoras da Universidade Estadual da Geórgia, nos EUA, com base em seu trabalho com grupos de mulheres bem-sucedidas.
Grande parte da literatura inicial sugere que a síndrome atinge principalmente as mulheres, mas, desde então, tem havido estudos que mostram que muitos homens também são afetados.
A síndrome do impostor é mais evidente em situações onde as pessoas são medidas ou avaliadas de alguma forma. Por isso, é muito comum nos sistemas de ensino, nos quais as pessoas são regularmente testadas e classificadas. Também é comum no esporte, ou em entrevistas para um novo emprego em muitos campos criativos.
Nesses momentos, o sofredor da condição começa a se preocupar que todo mundo “vai descobrir o seu segredo”. Uma das características da síndrome de impostor é que você nunca pode admitir isso. Porque, claro, se você disser que se sente uma fraude, há a possibilidade de alguém concordar.
A segunda característica principal é que a síndrome do impostor é impermeável a provas. A pessoa pode ter evidências objetivas de que não é uma fraude (ter passado em um exame, alcançado uma meta, feito uma boa apresentação), mas o sentimento persiste. Para ignorar essas evidências, as pessoas usam “jogos mentais” ou desculpas, como “foi apenas sorte”, “era fácil”, “alguém ajudou”.
Para algumas pessoas, quanto mais bem sucedidas elas se tornam, pior a síndrome fica, já que as expectativas são ainda maiores.
Então, o que se pode fazer para superar esse sentimento?
O sofredor desta síndrome precisa se forçar para aceitar a evidência objetiva. Uma das grandes contribuições da psicologia é ajudar as pessoas a perceberem que sentimentos não são fatos. Você pode se sentir como um impostor, e não ser um.
Não há uma resposta simples para tratar a síndrome, mas terapia, autoconhecimento e atenção plena podem ajudar.
Caso você acredite que tenha a condição, busque aprender a não temer o sucesso e a apreciá-lo, mesmo que isso pareça difícil para você. [io9]

Como modificar seu cérebro por vontade própria
Por Stephanie D’Ornelas em 9.07.2012 as 2:00

Será que o vício em cigarro acontece exclusivamente por dependência química à nicotina? Ou é o cérebro quem se acostuma a responder com relaxamento e bem-estar ao ato de jogar fumaça para dentro dos pulmões?
Uma neurologista norte-americana, Charlotte Tomaino, se dedicou a investigar a segunda opção: como o cérebro pode ser “moldado”, ao longo dos anos, devido à repetição de hábitos de vida?
Como resultado de mais de 30 anos de extensas pesquisas neste campo, escreveu o livro “Awakening the brain” (expressão em inglês para “acordando o cérebro”, embora ainda não haja uma versão em português da obra), no qual explora a maneira como podemos manipular, até certo ponto, a forma como nosso cérebro funciona. É a neuroplasticidade.
Massa de modelar
A neurologista explica que o funcionamento interior de cérebro, com trilhões de conexões neurais, está em constante mudança. Obviamente, não controlamos a maior parte dessas alterações: o cérebro age “por si mesmo”.
Mas Charlotte explica que podemos impor nós mesmos um limite ao livre arbítrio do cérebro, e programá-lo para trabalhar de determinada forma em várias situações. O método para forjar o cérebro é simples: repetição das mesmas atitudes que resultem na mesma resposta corporal, ou seja, criar hábitos.
Colocando em termos práticos: por que é tão difícil seguir adiante com aquele entusiasmo inicial de fazer exercícios na academia diariamente? A neuroplasticidade explica.
Como o cérebro de um sedentário não está acostumado às alterações corporais decorrentes da atividade, ele precisa ser moldado. Durante este período, a pessoa determinada a não largar a academia precisa de força redobrada, até ser lapidada mentalmente.
Quando isso acontece, os papéis se invertem: fazer exercícios se torna um vício, tal como o cigarro, e o corpo fica incomodado justamente se não se movimentar. O cérebro, nesse ponto, já se acostumou a usufruir os benefícios da liberação de endorfina no corpo, e responde conforme esta necessidade. Desta forma, a neuroplasticidade é válida para vícios bons e ruins.
Oito ou oitenta
O cérebro é um órgão que se atualiza mais constantemente do que imaginamos. Sempre é tempo de adquirir um novo hábito (que pode exigir mais ou menos força de vontade) e incluir este procedimento na “lista de tarefas” do cérebro.
Da mesma forma que pode-se moldar, contudo, pode-se “desmoldar” conforme você o programa. Da mesma forma que se adquire um novo hábito, pode-se perder. Utilizando mais uma vez o exemplo do exercício físico: não adianta você ter sido um atleta regular até os 25 anos de idade. Se tiver caído no sedentarismo logo depois, vai sofrer como alguém que jamais se exercitou se quiser voltar à ativa depois dos cinquenta.
Nossa mente tende sempre a descartar gradativamente (até chegar ao zero) tudo aquilo que não está sendo usado, e fica apenas com o que é corrente, atual. Assim, o cérebro de um sedentário de 50 anos mal vai “lembrar” da época em que aquele corpo estava em forma. Mais um exemplo de como a neuroplasticidade atua para o bem e para o mal.[CNN/Awakening the Brain/Life Training News]
Como enganar o seu cérebro para criar um novo hábito saudável
Por Ana Claudia Cichon em 1.08.2013 as 16:00

Alguma vez você já iniciou uma dieta ou exercício, que não durou mais do que uma semana? Se você é como milhões de outras pessoas, certamente tem as melhores intenções, mas não consegue manter o ritmo. Vamos mostrar o porquê apenas motivação e força de vontade não funcionam (e o que funciona em seu lugar).
Quando você começa qualquer novo projeto de saúde, o seu entusiasmo é alto e você está motivado, seja em busca de um corpo perfeito ou para se livrar de uma dor. Mas, naturalmente, essa motivação diminui com o tempo.
Quando a sua motivação diminui, você confia mais na força de vontade. Mas ninguém tem uma fonte inesgotável de força de vontade – esse é apenas um recurso que pode ser usado. Toda vez que você vai fazer algo que realmente não quer fazer, você pode usar um pouco dessa força de vontade. É como se todas as tentações esgotassem as suas reservas de força de vontade. À noite, depois de um dia ruim, você pode achar que não tem mais força de vontade. É por isso que a maioria das pessoas deixa a dieta de lado à noite, após uma alimentação saudável durante todo o dia. Se a motivação e força de vontade não está trabalhando para você, não há outro caminho.
95% da nossa vida é ditada pela mente subconsciente, a parte do nosso cérebro que direciona a nossa vida no piloto automático. É por isso que você pode fazer de tudo, desde escovar os dentes até dirigir um carro, sem pensar muito naquilo. Ao decidir conscientemente criar um novo hábito, você pode aproveitar o poder do seu inconsciente para criar um novo caminho neural. Uma vez que um novo hábito está estabelecido, torna-se fácil – motivação e força de vontade não são mais necessários.
Aqui estão sete passos para transformar qualquer nova atividade desejada em um hábito. Uma vez que um hábito se estabelece, você vai fazê-lo sem esforço. Estas técnicas podem ser utilizadas para qualquer hábito que você queira adotar: mudança de dieta, exercício, meditação, redução do estresse, hábitos de sono, etc.
Comece com pequenas metas
Definir grandes objetivos é excitante, mas começar com pequenas metas, mesmo que seja chato, torna mais provável que você chegue ao sucesso. Uma pequena meta, por exemplo, seria meditar por 10 minutos, ou substituir um lanche saudável por vegetais crus, caminhar 15 minutos por dia, etc. Realizar pequenas ações funcionam como truques seu cérebro. Seu subconsciente gosta de estar na rotina – não gosta de mudanças, especialmente as grandes. Muitas vezes o subconsciente cria resistência, mas você pode esgueirar-se estabelecendo pequenas mudanças por vez.
Use um fator motivacional
Um gatilho é algo que automaticamente leva você a fazer outra coisa. Muitos fumantes, por exemplo, sentem vontade de fumar depois de uma refeição. O gatilho nessa situação pode ser se comprometer a sempre meditar depois do café. Após algumas semanas, o pensamento irá automaticamente para meditar após a sua refeição da manhã, esquecendo do cigarro.
O mesmo serve para a academia. Deixar a roupa do treino separada já à noite, antes de dormir, dá uma motivação e o encorajar a se exercitar na manhã seguinte.
Antecipe-se
Exercitar ou meditar pela manhã, quando a sua força de vontade é grande, fará você colher os frutos durante todo o dia. Faça um jantar saudável antecipadamente, assim você não chega em casa morrendo de fome, sem nada para comer.
Esteja preparado
Verifique se você tem tudo que precisa para garantir o seu sucesso. Se você deseja iniciar um programa de caminhada, compre sapatos confortáveis e um pedômetro (as pessoas que usam pedômetro caminham 27% a mais do que as que não usam).
Torne o programa conveniente
Quanto mais difícil e demorado você tornar o processo de realizar uma ação, menor é a probabilidade de fazê-la. Obtenha tudo o que você precisa antes do previsto para que, quando chegar a hora de agir, você precisa apenas ir lá e fazer.
Divirta-se
Se você não gosta de fazer alguma coisa, provavelmente não vai continuar fazendo-a por muito tempo. Encontre maneiras de fazer sua mudança de estilo de vida o mais agradável possível. Exercite-se com um amigo, aprenda a cozinhar os alimentos saudáveis, ou encontre um programa de meditação que realmente lhe agrade.
Não quebre a cadeia
Utilize um calendário ou outra forma de marcação para anotar os dias em que você fez algo que estava programado. Ao final do mês, conte quantas vezes faltou a marcação, ou seja, não cumpriu o que prometeu. Use essa técnica por um mês e você vai perceber que criou o seu novo hábito.
Ao utilizar essas etapas para criar um hábito, você está enganando seu cérebro para criar um novo caminho neural. Uma vez que o hábito é formado, você pode usá-lo como uma porta de entrada para mudanças maiores – uma viagem de mil quilômetros começa com um único passo. [LifeHacker]
Como seu cérebro tendencioso faz de você um idiota online
Por Ana Claudia Cichon em 20.08.2013 as 16:00

Não importa se temporária ou completamente, a internet faz com que seja fácil se transformar em algum tipo de idiota. Isso não acontece apenas porque quando sentamos em um computador estamos longe das pessoas com quem discutimos, mas por causa de nossos preconceitos embutidos também. A boa notícia? Podemos “sabotar” a maneira mecânica natural do pensamento no nosso cérebro, evitando algumas discussões online muito estúpidas.
Mais do que qualquer outra coisa, o “efeito halo” representa a forma como julgar e reagir às informações. Ele nos leva a tomar posições irracionais.
O efeito halo é um viés de atribuição, em que o nosso cérebro faz julgamentos sobre o caráter ou competência de outros baseado na nossa impressão geral deles. Em alguns casos, pode ser visto como uma forma de prova social. O problema ocorre quando essas impressões estão erradas, e uma vez que elas são muitas vezes baseadas em julgamentos superficiais (como se a pessoa é atraente para nós), podem estar erradas com bastante frequência.
Como isso te afeta na internet? Se você entrar em uma conversa em um fórum na internet, ler um artigo, ou se envolver com alguém no Facebook, você pode ter pistas visuais de imagens e palavras que afetam a maneira que você lê alguma coisa. Um exemplo é um e-mail de um leitor:
“Hey. Espero não ofender com esse comentário, mas só agora algo cristalizou na minha cabeça. Quando eu olho para sua foto com o seu chapéu de inverno, você parece tão jovem que eu sinto que não posso levá-lo a sério. Estou dizendo só para que você saiba e talvez outras pessoas pensaram a mesma coisa. Eu sei que é uma coisa pequena, mas eu realmente não tenho lido vários de seus artigos recentemente por causa disso. E eu nunca pensei nisso antes, já que tenho lido todas as suas coisas e as apreciado por um longo tempo”.
Na maioria das vezes, o efeito halo faz com que as pessoas julguem o que acontecerá. No caso deste leitor, ele apreciava o trabalho do autor em primeiro lugar, mas quando viu sua imagem, não lhe deu credibilidade por o considerar jovem. Este problema não acontece apenas com as imagens. Você pode ouvir a voz de uma pessoa, analisar sua escolha de roupas, ou até mesmo ouvir algumas palavras que alteram o humor levemente. Coisinhas pequenas como esta pode afetar seu julgamento e distorcer sua opinião.
Mas você pode fazer algo sobre isso. Como disse o rei da auto-ilusão, David McRaney: “A primeira impressão forte, positiva ou negativa, cria um halo que pode sobreviver por anos. Procure consistência em seu lugar. Jogue fora suas primeiras impressões e avalie periodicamente tudo que é importante como se fosse a primeira vez que você julga essa coisa”.
Ele também sugere que tomar conhecimento, em qualquer momento, de uma única característica ou credencial aumenta o afeito. Um acento rude pode fazer você pensar negativamente, e a boa aparência pode fazer você pensar positivamente. Isso acontece independentemente de sua orientação sexual. Na verdade, sua atração física pode causar uma variedade de outros problemas não relacionados ao preconceito.
Quando se trata do efeito halo, você só tem que se perguntar uma coisa para tentar vencê-lo: por que eu tenho essa opinião? Se você seguir os seus passos para trás no tempo e achar que você considerou uma foto, uma voz, ou algo assim, você pode tomar um momento e reconsiderar os seus sentimentos de forma mais objetiva.
Nós gostamos de estar certos, e por isso buscamos a informação que confirma as nossas crenças e não as nega. Nosso viés de confirmação nos diz. McRaney explica esta joia de auto-ilusão em detalhes: “Viés de confirmação é um filtro através do qual você vê uma realidade que corresponde às suas expectativas. Isso faz com que você pense de forma seletiva, mas o verdadeiro problema começa quando o viés de confirmação distorce sua busca ativa de fatos”.
Você provavelmente pode adivinhar como o viés de confirmação afeta a maneira como você age na internet apenas com base no exemplo dado acima. Se você entrar em um argumento político, vai buscar as pessoas do seu lado que confirmam suas crenças. Aqueles argumentando contra você fazem o mesmo. Dessa forma, todos podem se sentir “certos” – o que faz o oposto de resolver um problema ou criar um debate inteligente – mas, de alguma forma, nossos cérebros adoram.
A ilusão da visão assimétrica torna este problema ainda pior. Nosso viés de informação gosta de emparelhar-se com o nosso viés para grupos. Quando participamos de um grupo, temos desconfiança daqueles que estão fora dele e sentimos um preconceito.
Como você pode combater o problema? Por exemplo, tendo acesso a mais de um ponto de vista, como ler três jornais com opiniões muito diferentes. Enquanto você nunca pode realmente saber a verdade dessa maneira, você vai conhecer as tendências óbvias de todos os lados com muito mais clareza.
Infelizmente, a maioria de nós não tem tempo de ler três jornais todos os dias. Podemos, no entanto, procurar diferentes perspectivas sobre a mesma história e fazer o nosso melhor para manter uma mente aberta.
Nós gostamos de acreditar no que as pessoas nos dizem, mesmo que nem sempre faça sentido. Isso nos ajuda a ter fé em qualquer coisa que queremos acreditar, e nós gostamos de acreditar em muita coisa. O efeito halo ajuda aqui, também, porque nos leva a confiar em estranhos que nós pensamos que gostamos, devido à boa aparência ou uma voz agradável.
Enquanto o viés verdade pode parecer em desacordo com o viés de confirmação, eles funcionam bem juntos. Você pode pensar em cada um como um ímã, puxando-o para a positividade ou negatividade de algum lugar, aproximadamente no meio. Viés da verdade irá ativar seu desejo inato de confiar em informações fracas (se você gosta da fonte), e o viés de confirmação vai empurrá-lo em direção a indignação se não o fizer.
Dr. John R. Schafer explica: “Esse fenômeno, conhecido como viés da verdade, permite que a sociedade funcione de forma eficiente. Sem ele, as pessoas iriam gastar uma enorme quantidade de informações para verificar o que foi fornecido por outros. O viés também serve como padrão social. Relacionamentos com amigos e colegas de trabalho se tornariam tensos se a sua veracidade estivesse constantemente questionada. Confrontado com pequenas discrepâncias em uma história, as pessoas tendem a desculpar inconsistências porque querem acreditar na pessoa que está contando a história. Viés da verdade fornece mentiras com uma vantagem porque as pessoas querem acreditar no que ouvem, veem ou leem. O efeito é mais forte se a pessoa que contar a história é um grande amigo, um cônjuge, ou os nossos filhos. Mas diminui quando as pessoas se conscientizam sobre a possibilidade de fraude. A melhor defesa contra o viés é ceticismo criterioso”.
De muitas maneiras, a preguiça ganha o melhor de nós. Mesmo se temos razão para desconfiar, escolhemos otimismo. Como o Dr. Schafer nota, precisamos de ceticismo para evitar ser enganados.
Você não pode verificar cada “fato”, é claro, e é aí que o ego entra em jogo. Isso demonstra que temos uma quantidade finita de força de vontade e podemos nos queimar se não a usarmos com sabedoria. Confiamos também porque não temos a energia ou tempo para verificar todas as declarações que ouvimos. Nosso cérebro tem que executar um pouco a equação e determinar se devemos confiar no que ouvimos, para evitar o excesso de trabalho a nós mesmos.
A dica é: sempre tirar um momento para pensar. Um momento de prudência lhe dará a oportunidade de considerar que o que você ouviu não é infalível. Você pode, então, prevenir-se de compartilhar essas informações com outras pessoas online e potencialmente incitar uma guerra. [LifeHacker]
O que acontece com seu cérebro quando você aprende algo
Por Guilherme de Souza em 30.05.2013 as 14:00

Não é segredo que a prática (quando bem feita) pode levar à perfeição. A pergunta é: como isso ocorre? Usando conceitos da neurologia, o blogueiro e empresário Jason Shen explica o que acontece no seu cérebro quando você aprende e desenvolve uma habilidade.
“Para realizar qualquer tipo de tarefa, temos que ativar várias regiões do nosso cérebro”, lembra. “Nosso cérebro coordena um complexo conjunto de ações que envolvem funções motoras, processamento visual e auditivo, habilidades de linguagem verbal, e outros”.
Quando você aprende como executar um novo tipo de tarefa (seja tocar guitarra ou dirigir), normalmente é difícil no começo, mas com o passar do tempo, as coisas se tornam mais naturais, mais fáceis de realizar. “O que a prática realmente faz é ajudar o cérebro a otimizar esse conjunto de atividades coordenadas, por meio de um processo chamado mielinização”.
Mielina é uma espécie de “capa” que cobre parte dos neurônios e aumenta a intensidade e a velocidade de transmissão de impulsos elétricos entre um neurônio e outro. A mielinização ocorre naturalmente, em especial na infância e na adolescência, quando o cérebro tem mais facilidade em formar novas ligações entre neurônios.
Esse processo ocorre, de acordo com o modelo mais aceito atualmente, graças a dois tipos de células, o astrócito e o oligodendrócito (a primeira recebe estímulos elétricos e libera substâncias químicas que estimulam a segunda a produzir mielina).
“Assim, conforme praticamos, seja escrevendo toda semana, fazendo lances de basquete ou jogando Call of Duty, nós acionamos um padrão de sinal elétrico ao longo dos nossos neurônios”, detalha Shen. “Com o passar do tempo, isso ativa a dupla de células gliais para mielinizar os axônios [parte dos neurônios], aumentando a velocidade e a força do sinal”.
O poder da mielina
Na impossibilidade de observar diretamente os impulsos elétricos no cérebro de uma pessoa sem passar por questões éticas e legais, neurocientistas usam métodos menos invasivos para analisar o papel da mielina no cérebro.
Shen cita um estudo no qual foi analisado o cérebro de músicos habilidosos por meio de ressonância magnética de difusão. “O estudo sugere que o tempo de prática estimado que um pianista expert teve na infância e na adolescência estava correlacionado com a densidade da matéria branca [mielina] em regiões do cérebro ligadas a habilidade de coordenação dos dedos, centros de processamento visual e auditivo, entre outros”. Pesquisas desse tipo apontam para um forte vínculo entre a prática, a mielinização e o desenvolvimento de habilidades.
Outra evidência do poder da mielina vem de doenças neurodegenerativas, como esclerose múltipla, em que o processo de desmielinização pode levar a perda de coordenação motora, visão turva, fadiga, fraqueza e incontinência.
Vale ressaltar, contudo, que a prática por si só não basta: se você não procurar corrigir erros e vícios quando aprende algo, vai reforçar esses problemas e, com o tempo, terá mais e mais dificuldade em se livrar deles. “Para melhorar sua performance”, conclui Shen, “você precisa praticar frequentemente, e receber muito feedback para que possa praticar corretamente”.[Lifehacker]
20 coisas que você não sabia sobre autópsias
Por Guilherme de Souza em 3.09.2012 as 16:00

Fãs de seriados policiais, como CSI e Dexter, provavelmente conhecem um pouco do trabalho da perícia, mas mesmo eles poderão se surpreender com a (mórbida) lista de curiosidades sobre autópsias que apresentamos a seguir:
1.   Até a Renascença, a autópsia de seres humanos era considerada uma afronta em praticamente todas as culturas. Assim, o jeito era dissecar animais que tivessem alguma semelhança anatômica com humanos.
2.   A Universidade de Bologna (Itália) foi a primeira instituição a usar autópsia forense (motivada por questões legais), no Século 14.
3.   Em 1533, a Igreja Católica ordenou a autópsia das gêmeas siamesas Joana e Melchiora Ballestero. O objetivo era descobrir se elas tinham duas almas, o que seria “confirmado” pela presença de dois corações (que elas realmente tinham), de acordo com a antiga crença grega de Empedocles de que o coração era a morada da alma.
4.   No Século 18, o autopsista Giovanni Battista Morgagni introduziu a ideia de buscar ligações entre sintomas clínicos e observações obtidas após a autópsia, que, dessa forma, passaria a servir não apenas para obter informações anatômicas, mas também para ajudar a descobrir diagnósticos e desenvolver tratamentos.
5.   Em 1912, o médico Richard Cabot chegou a uma conclusão alarmante: com base em autópsias, ele declarou que certas doenças tiveram o diagnóstico errado em 80% dos casos. Em 2005, uma pesquisa na área de histopatologia sugeriu que os médicos erram o diagnóstico de doenças fatais em cerca de um terço dos casos.
6.   Em cerca de dois terços dos casos fatais em que o diagnóstico estava incorreto, a vida do paciente poderia ter sido salva, de acordo com estudo feito em 1998 por pesquisadores da Universidade de Pittsburgh (EUA).
7.   Obcecado com os desenhos anatômicos feitos pelo médico Andreas Vesalius, o juiz Marcantonio Contarini permitiu que fossem realizadas autópsias em criminosos executados. A partir de 1539, foram feitos enforcamentos agendados com base na necessidade de autópsias.
8.   Por falta de recursos mais precisos (e de conhecimento sobre transmissão de doenças), o médico italiano Antonio Valsalva provou fluidos encontrados em cadáveres para melhor caracterizá-los, no século 17.
9.   Valsava escreveu que pus gangrenoso não tinha um sabor agradável, e que ficava na língua durante boa parte do dia (que bom que ele avisou, não?).
10.               Em 1828, os imigrantes irlandeses William Burke e William Hare se uniram para assassinar 16 pessoas na Escócia e vender os cadáveres a um médico para dissecação. Quando a trama foi descoberta, Hare testemunhou contra Burke, que foi enforcado em 1829.
11.               Ironicamente, o cadáver de Burke foi dissecado (em público), e seus restos mortais estão em exposição na Universidade de Edinburgh (Escócia). Não bastasse isso, algumas pessoas roubaram parte de sua pele durante a autópsia e usaram para fazer carteiras, que foram vendidas nas ruas.
12.               No Século 19, o patologista austríaco Karl Rokitansky realizou 30 mil autópsias e, segundo diziam, supervisionou outras 70 mil.
13.               Ná década de 1970, autópsias de pacientes que estavam usando a droga anticancerígena Adriamycin revelaram que seus músculos cardíacos haviam atrofiado, o que levou a restrições ao uso do medicamento. A realização de autópsias também foi fundamental para a evolução de próteses de articulações e de válvulas cardíacas, além de transplantes de coração.
14.               Hoje em dia, muitos hospitais não “gostam” de realizar autópsias: o custo é elevado, ocupam os patologistas e geralmente revelam que os médicos erraram o diagnóstico, erros às vezes fatais.
15.               Nas autópsias modernas, o rosto do cadáver normalmente fica coberto pela pele do peitoral ou do escalpo.
16.               Às vezes, a equipe substitui lâminas cirúrgicas precisas por alicates de corte comuns – como aqueles vendidos em lojas de ferramentas.
17.               Quase sempre, os pulmões apresentam alguma patologia em adultos, mesmo naqueles que levaram uma vida relativamente saudável. Em pessoas portadoras de mal de Alzheimer, o cérebro apresenta uma redução de cerca de 10% de seu volume.
18.               Ao final do procedimento, os órgãos podem ter dois destinos: ou são incinerados, ou armazenados em um saco, que é colocado novamente no corpo.
19.               Órgãos muito pequenos, como a tireoide e as glândulas suprarrenais, são pesadas em balanças de alta precisão; os demais são pesados em balanças comuns, como aquelas que encontramos em açougues.
20.               Há pouco esguicho de sangue durante uma autópsia, já que o cadáver não tem pressão sanguínea.
O Efeito Borboleta realmente existe?
21.               Por Stephanie D’Ornelas em 15.12.2011 as 17:54
22.                
23.               “O bater de asas de uma borboleta no Brasil pode desencadear um tornado no Texas”. Essa frase, já repetida em várias ocasiões com eventuais diferenças nos locais citados, define o que os pesquisadores chamam de “efeito borboleta”. Mas quanto disso pode ser verificado na realidade?
24.               Quando o conceito de “Efeito Borboleta” foi concebido pela primeira vez, pelo matemático americano Edward Lorenz em 1963, essa história de borboletas causarem tufões era apenas uma alegoria demonstrativa. Pretendia apenas ilustrar (baseada em um esquema gráfico chamado de “atrator estranho”, associado a uma equação) como pequenos eventos podem originar grandes consequências.
25.               A repercussão da teoria de Lorenz, no entanto, foi ainda além do que os cientistas imaginaram. Muitos cientistas acreditaram que ela poderia, de fato, ser verificada na natureza, e sua compreensão poderia ajudar a meteorologia a fazer previsões do tempo. Mas cientistas da Universidade de Oxford (Inglaterra) desmentem essa ideia: não é bem assim que funciona.
26.               O bater de asas de uma borboleta não é totalmente insignificante: ele chega a causar uma perturbação na pressão do ar. Mas essa perturbação, ao redor do corpo da borboleta, é facilmente absorvida, porque a pressão do ar é cem mil vezes maior. A poucos centímetros da borboleta, o impacto é totalmente absorvido.
27.               O que se chama “efeito borboleta” é um enunciado dentro de uma ideia mais ampla, a teoria do caos. Os físicos se utilizam dessa teoria em uma série de aplicações na observação do universo. A meteorologia, no exercício constante de prever o tempo, precisa trabalhar com muitas margens de erro, e a maioria está associada a pequenos eventos que se desdobram em consequências maiores.
28.               Devido ao grande número de fatores a se considerar, na ciência da meteorologia, os cientistas explicam que as previsões jamais serão infalíveis. Os balões meteorológicos atuais reúnem condições para analisar os quesitos, mas eles próprios (tais como pressão e umidade do ar, posição das nuvens e a temperatura em si) não oferecem segurança para um número certeiro. [LiveScience]
29.                       Porque o mau humor pode fazer bem para você
30.               Por Natasha Romanzoti em 24.10.2013 as 20:25
31.                
32.               A sociedade atual parece exigir que todos sejam felizes, tamanha a perseguição a esse sentimento frente a todos os outros. No entanto, segundo o psicólogo Joseph Forgas, da Universidade de New South Wales, em Sydney (Austrália), infortúnios ocasionais que nos deixam tristes podem na verdade ter vantagens mentais e sociais.
33.               “Mau humor é visto em nossa cultura focada em felicidade como um problema, mas é preciso estar ciente de que os sentimentos negativos temporários e leves têm benefícios importantes“, afirma.
34. Benefícios de estar triste ou ranzinza
35.               É superficial supor que os sentimentos positivos só podem ter consequências positivas, e sentimentos negativos só podem ter consequências negativas.
36.               Diversas evidências sugerem que o mau humor melhora alguns tipos de pensamento e comportamento. Por razões evolucionárias, humores positivos e negativos sutilmente levam a estilos de pensamento adequados para situações benignas ou preocupantes, sendo que cada uma exige uma maneira diferente de lidar com as circunstâncias.
37.               Estudos recentes analisados por Forgas ilustram algumas das maneiras em que os períodos de tristeza espontaneamente favorecem um estilo de pensamento analítico e detalhista. Isso porque esses humores melancólicos evoluíram como sinais de alerta precoce a situações problemáticas ou perigosas que exigem muita atenção.
38.               Humor x emoção
39.               Seja bom ou ruim, humores são relativamente de intensidade baixa, sentimentos que podem durar de alguns minutos para o dia todo. Uma pessoa pode variar de humor sem saber o porquê ou até mesmo estar ciente disso – o que é muito diferente de sentimentos constantes de desamparo e desesperança, que configuram a depressão clínica, ou outras condições psicológicas.
40.               No entanto, o humor pode durar muito mais do que emoções, que normalmente vem e se vão rapidamente. Diferente de um estado de espírito, alegria ou raiva intensas são experimentadas como tendo causas definidas.
41.               Pessoas com humores tristes lembram mais detalhes de incidentes incomuns que testemunharam. Em janeiro de 2009, um estudo publicado no Journal of Experimental Social Psychology concluiu que clientes em uma loja suburbana lembraram mais detalhes sobre o que viram na loja quando disseram estar de mau humor em dias chuvosos, do que quando se sentiam felizes em dias ensolarados.
42.               Humor triste também melhora a memória de testemunha oculares de crimes, aparentemente reduzindo a tendência que elas têm de incorporar detalhes enganosos ao que viram. Um estudo de 2005 do Journal of Experimental Social Psychology mostrou que estudantes universitários com humor triste (provocado por um filme triste) que haviam testemunhado uma briga encenada na semana anterior se lembraram de detalhes mais precisos do ocorrido mesmo em face de informações que poderiam confundi-los. O mesmo não foi verdade para participantes que haviam sido induzidos a um humor feliz.
43.               Um pouco de melancolia também pode ajudar candidatos a emprego, pois reduz a tendência de estereotipar os outros, aumentando a precisão das primeiras impressões. As pessoas muitas vezes julgam quem mal conhecem assumindo que características óbvias, mas muitas vezes irrelevantes, como a atratividade física, refletem inteligência, afabilidade e outros traços ainda desconhecidos. Os psicólogos se referem a este fenômeno como o “efeito halo”. Humores negativos derrubam esse efeito durante primeiras impressões, conforme relato por estudo publicado no European Journal of Social Psychology em 2011.
44.               Pessoas mau humoradas ou tristes também mostram uma maior disponibilidade para trabalhar em tarefas exigentes, se comunicam de forma mais persuasiva e ficam mais preocupadas em ser justas com os outros do que colegas de humor neutro ou feliz.
45.               Ou seja, a tristeza confere benefícios sociais surpreendentes. Conforme diferentes estudos concluíram, humor triste aumenta a preocupação com os outros e a qualidade da comunicação, chegando a ter papel relevante até mesmo no quesito justiça – em comparação com a multidão feliz, os participantes tristes de uma pesquisa rejeitaram bem mais fazer divisões injustas de prêmios.
46.               Alternativamente, o bom humor aciona um modo de pensamento propício à criatividade e a enxergar um cenário como um todo. Só que a felicidade sinaliza que uma situação é segura, ou pelo menos não imediatamente ameaçadora. Como resultado, as pessoas em um estado alegre tem o luxo de se concentrar em si mesmas e não em seus ambientes. Isso não favorece o pensamento analítico.
47. Influentes, mas não determinantes
48.               Norbert Schwarz da Universidade de Michigan em Ann Arbor (EUA) lançou uma série de estudos que indicam que as pessoas usam o humor de baixa intensidade como uma fonte de informação ao formar opiniões.
49.               Bons e maus humores são geralmente experimentados como resultado de qualquer problema ou situação que uma pessoa enfrenta atualmente. Isso pode influenciar seu dia a dia de várias maneiras – a favor, como quando um supervisor recomenda alguém para um aumento com base no sentimento positivo que tem sobre o desempenho recente dessa pessoa, ou contra, quando um chefe que se sente feliz porque é uma sexta-feira ensolarada pode aprovar um aumento para alguém que não merece.
50.               Como já mencionado, Schwarz e seus colegas também creem que o humor espontaneamente molda como as pessoas pensam. Humor triste promove atenção aos detalhes, enquanto bom humor promove criatividade.
51.               Ao mesmo tempo, eles explicam que as pessoas não são escravas de seus estados de espírito. Uma pessoa triste pode pensar de forma criativa, se necessário, e uma pessoa feliz pode completar tarefas complexas.
52.               Ainda assim, evidências de diferentes pesquisas suportam a visão de Schwarz que o humor afeta os julgamentos das pessoas, muitas vezes vantajosamente e de maneira inconsciente. Um estudo da Universidade de Columbia em Nova York (EUA) descobriu que os voluntários que confiaram em seus sentimentos se saíram melhor na predição de eventos, tais como a performance do mercado de ações na próxima semana, do que os que desconfiaram de seus sentimentos.
53. Valorizar a tristeza
54.               Não é que as pessoas deveriam ficar tristes com mais frequência; o que os recentes estudos indicam é que sentimentos negativos são comuns e generalizados, e por isso devem ter funções adaptativas vantajosas aos humanos. Não devemos, portanto, condená-los.
Por exemplo, sentimentos de tristeza podem influenciar a comunicação para melhor em situações em que parceiros não costumam falar tudo o que deveriam, tais como negociações diplomáticas ou vendas (estudos apontam que pessoas em humores tristes compartilham mais informações relevantes).
55.               Claro que ser triste demais também seus problemas, assim como ser feliz demais. Humores negativos transitórios são absolutamente benéficos, mas quando se tornam muito frequentes perdem suas vantagens.
56.               Do mesmo modo, felicidade crônica cria suas próprias insatisfações. A alegria de pessoas que vivem a fase maníaca do transtorno bipolar leva a todos os tipos de equívocos pessoais e sociais, por exemplo.
57.               Fica ainda a reflexão de que o humor pode não favorecer estratégias mentais específicas, como proposto por Forgas, mas sim apenas intensificar ou modificar qualquer estilo de pensamento atual, conforme sugere o psicólogo Jeffrey Huntsinger. Estudos apontam que humores positivos levam as pessoas a intensificar seu comportamento atual, enquanto humores negativos desencadeiam uma mudança para um estilo de pensamento alternativo.
Se estes resultados forem verdadeiros, humores felizes e tristes simplesmente sinalizam se devemos ou não mudar de estilo de pensamento, em vez de indicar a possibilidade de adotar um estilo de pensamento analítico ou criativo. Os pesquisadores ainda precisam testar qual das duas possibilidades melhor explica os comportamentos relacionados ao humor. A verdade é que ainda não sabemos precisamente como o humor influencia o pensamento – então não podemos ser rápidos em julgar que o negativo é o pior. [ScienceNews

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