sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Fisiologia da contração muscular na musculação

O treino de musculação gasta energia pois estimula o sistema neuromuscular que é um de unidades motoras (neurônios + fibras musculares). Cada unidade motora inclui motoneurônios, axönios e um conjunto de fibras musculares. A quantidade de unidades motoras é inalterável e o número de fibras musculares possivelmente altera-se no decorrer do treinamento, contudo, não mais que 5% ou seja se você nasceu lagartixa não vai virar jacaré  (HOPPELER, 1987)
O músculo apresenta basicamente dois tipos principais de fibras musculares que são as vermelhas e as brancas. As fibras vermelhas são também chamadas de Tipo I ou de contração lenta e as brancas de Tipo II ou de contração rápida. A classificação das fibras foi feita por pesquisadores através das suas características contráteis e metabólicas.
De forma resumida você pode ver as diferenças entre os dois tipos de fibra:
FIBRAS DE CONTRAÇÃO LENTA (Tipo I) 
– Sistema de energia utilizado: AERÓBICO;
– Contração muscular lenta;
– Capacidade oxidativa (utiliza o oxigênio como principal fonte de energia);
– Coloração: Vermelha (devido ao grande número de mioglobina e mitocôndrias);
– São altamente resistentes à fadiga;
– São mais apropriadas para exercícios de longa duração;
– Predomina em atividade aeróbicas de longa duração como natação, corrida.
FIBRAS DE CONTRAÇÃO RÁPIDA (Tipo II) 
– Sistema de energia utilizado: ANAERÓBICO;
– Alta capacidade para contrair rapidamente (a velocidade de contração e tensão gerada é 3 a 5 vezes maior comparada às fibras lentas);
– Capacidade glicolítica (utiliza a fosfocreatina e glicose);
– Coloração: Branca;
– Fadigam rapidamente;
– Gera movimentos rápidos e poderosos;
– Predomina em atividades anaeróbicas que exigem paradas bruscas, arranques com mudança de ritmo, saltos. Ex.: basquete, futebol, tiros de até 200 metros, musculação, entre outros.
Os dois tipos estão presentes em todos os grupos musculares do organismo, no entanto, há o predomínio de um tipo sobre o outro dependendo do músculo e de fatores genéticos. Maratonista tem até 93% de fibras musculares de contração lenta no membros inferiores, já os corredores de 100 mts, levantadores de peso e fisiculturistas tem até 90% de fibras.
Isso quer dizer que se você nasceu para ser forte nunca vai ser um maratonista e se nasceu para ser maratonista nunca vai ser um fisiculturista ou levantador de peso. Porém dentro das fibras musculares ocorre hiperplasia (aumento do número de elementos) de muitas organelas: miofibrilas, mitocôndrias rias, retículo sarcoplasmtico, glóbulos de glicogênio, mioglobina, ribossomos, DNA o que pode lhe transformar em um maratonista forte.
Mas nem tudo está perdido, pois com o treinamento ocorre o aumento dos capilares que vascularizam as fibras musculares e essas alterações que comumente são chamadas de hipertrofia, as quais podem ser facilmente reversíveis através de medidas das circunferências dos grupos musculares ou regiões anatômicas, como a circunferência dos segmentos corporais
Miofibrilas — As miofibrilas são as unidades contrateis das células musculares, elas são formadas por feixes de miofilamentos de actina e miosina que funcionam como uma alavanca no processo de contração muscular como é demonstrado no v
Entre os filamentos de actina e miosina formam-se pontes e com o fornecimento de energia contido no ATP, pode ocorrer a inclinação das pontes, ou seja a contração das miolibrilas e fibras musculares. As fontes formam-se no sarcoplasma com a presença de íons de cálcio e moléculas de ATP, nas fibras musculares relaxadas a concentração de íons de cálcio no sarcoplasn’ta é muito baixa. O aumento da quantidade de miofibriLas nas fibras musculares, decorrente do processo de treinamento, leva ao aumento da sua força, velocidade de contração e tamanho. Juntamente com o aumento das miofibrilas ocorre o aumento das organelas, por exemplo do retículo sarcoplasmático.
Toda vez que vamos para academia e realizamos um treinamento intenso, essas miofibrilas quebram, e se você consumir energia, proteínas e vitaminas na dose certa seu corpo vai construir miofilamentos (alavancas) ainda mais grossos (hipertrofia muscular), além disso para garantir que seu músculos seja capaz de manter o exercícios por várias repetições ele vai aumentar a concentração de glicose e outras organelas da célula, mas isso é discussão para outro artigo.
O músculo apresenta alta suscetibilidade a lesões dependendo do estímulo e após essa lesão ele se recupera da seguinte forma:
  1. Fase de destruição: caracterizada pela ruptura e necrose de miofibras, formação de hematoma entre miofibras rompidas e reação inflamatória. 
  2. Fase de reparo: constituída de fagocitose do tecido necrosado, regeneração de miofibras, produção de tecido conjuntivo cicatricial e neovascularização dentro da área lesada. 
  3. Fase de remodelação: período no qual ocorre maturação de miofibras regeneradas, contração e reorganização do tecido cicatricial e recuperação da capacidade funcional do músculo.
A musculatura esquelética possui grande capacidade de adaptação ao treinamento de musculação essa capacidade de adaptação ou plasticidade tem relação direta com os demais componentes musculares como matriz extracelular, células satélites e o tecido conjuntivo, assim a capacidade plástica do músculo pode ser afetada por danos às miofibras.

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