quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Foi provado: o amor é um vício, mas tem cura



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Sofrer muito por amor pode ter uma razão biológica. Uma nova pesquisa do cérebro sugere que superar um romance pode ser semelhante a superar um vício.
O estudo é um dos pioneiros a examinar o cérebro de uma pessoa recentemente dispensada que têm dificuldade de esquecer seu relacionamento. Pesquisadores descobriram que quando homens e mulheres com o coração partido olham para as fotografias dos antigos parceiros, certas regiões do cérebro são ativadas que os associam com recompensa, desejo, controle das emoções, sentimentos de apego e de dor física e angústia.
Os pesquisadores dizem que a resposta do cérebro à rejeição romântica pode ter uma base evolutiva. Nosso cérebro desenvolveu circuitos para o romance há milhões de anos, para permitir que os nossos antepassados concentrassem sua energia em apenas uma pessoa e iniciassem um processo de acasalamento. Quando você é rejeitado no amor, você perde o maior prêmio da vida, que é um “parceiro de acasalamento”. Ou seja, quando se é dispensado, provavelmente este sistema do cérebro é ativado, para ajudar a pessoa a tentar conquistar seu amor de volta.
O estudo com os recentes “dispensados” mostrou que quando eles visualizam seu ex-amado, estimulam uma região do cérebro chamada área tegmental ventral, envolvida na motivação e recompensa.
Trabalhos anteriores demonstram que essa região é também ativa em pessoas que estão loucamente apaixonadas. Isso faz sentido, porque não importa se está feliz ou infeliz no amor, você ainda está apaixonado.
Outras regiões do cérebro, conhecidas por serem associadas com o vício da cocaína e intensa dependência do cigarro, também foram ativadas.
Por outro lado, os investigadores encontraram algumas boas notícias para os romanticamente rejeitados: parece que o tempo cura. Quanto mais tempo passou desde a separação, menos atividade havia nessas regiões.
As áreas do cérebro envolvidas na regulação da emoção, na tomada de decisão e na avaliação também ativaram quando os participantes olharam as fotos. Isto sugere que estavam aprendendo a partir de sua experiência passada, avaliando suas perdas e ganhos e descobrindo como lidar com a situação. Isso parece ser saudável para o cérebro, pensar sobre a situação de forma mais ativa e tentar amadurecer. [LiveScience]

NÃO CONSEGUE ESQUECER UM EX-AMOR?

Apego ao passado pode prejudicar sua vida amorosa
Sabe aquela sensação de estar no primeiro encontro com alguém que parecia especial e de repente sentir uma saudade enorme do parceiro anterior? E às vezes a saudade do ex-amor até aumenta depois do encontro com um outro alguém. Você pode achar que esse tipo de sentimento só serve para mostrar o quanto ainda ama quem não está mais do seu lado. Confuso não?
Depois do término da relação, a busca por outro amor pode ser dolorida. Dói porque você realmente não está inteiro em si mesmo. Ou porque há uma parte de seus sentimentos presos à relação que se desfez e, para complicar, uma parte de você tenta incessantemente encontrar na atual relação características daquela pessoa do passado. Você age dessa maneira sem ter consciência, sem querer se machucar nem ferir o atual pretendente. Mas os dois acabam sofrendo juntos.
A dor está justamente na constatação de que seu atual amor não é quem você está procurando, porque quem realmente deseja está no seu passado. É aquela pessoa que mexe contigo, com seus bons sentimentos e até com sua raiva e frustração. Dá até medo pensar em como a pessoa pode estar se divertindo, neste momento, longe de você.

DESPEDIDA DO PASSADO

Querer virar a página já é uma grande atitude a ser tomada. Geralmente os obstáculos internos que atrapalham a entrega para o novo relacionamento costumam estar ligados ao grau de satisfação que você tinha com o ex-amor, além da sensação de ter se habituado ao jeito do outro.
Estar a dois requer estar inteiro na relação para dar certo, respeitar o espaço do que já foi vivido e não ficar preso ao que passou. E tudo isso é difícil quando você ainda não esqueceu um ex-amor. O mais importante neste momento é entender que você está totalmente dividido: uma parte quer seguir em frente e encontrar alguém que esteja disposto a amar, enquanto o outro lado sofre todo dia com a distância de quem ainda ama.
Se estiver passando por essa situação, neste momento de sua vida, você acha que pode se entregar a uma nova relação e amar de verdade outra pessoa? Além disso, você acredita que vai encontrar alguém que preencha todos os requisitos de um parceiro que você quer? Talvez não, afinal você não está em condições que lhe permitam nem mesmo reconhecer essa pessoa, já que ainda não terminou seu ciclo amoroso anterior.

VALE A PENA INVESTIR NA RECONCILIAÇÃO?

A solução para isso pode parecer estranha, mas quem sabe aguardar um novo desfecho entre você e esse amor que ainda não acabou? Por que não investir em diálogos entre vocês dois para estabelecer possíveis ligações que aumentem a reciprocidade e a entrega para a relação? Será que vocês não desistiram muito rápido de tentar dar certo? Será que essa pessoa também não sente falta de você? Por que não tentar fazer algo diferente por vocês dois?
Se você já tentou fazer dar certo e nada de bom saiu dessa experiência, realmente pode ser a hora de se alinhar com a sua vontade de mudar de parceiro e não desistir do encontro com uma pessoa com a qual você possa ter uma relação saudável. Outra coisa que pode estar acontecendo é você não estar realmente disposto para uma nova relação e precisar de um tempo para ficar sozinho.
Existem mil fatores que podem fazer você sentir falta de outra pessoa, talvez seja apenas uma lembrança da última relação, mas isso não pode ser um bloqueio para você ser feliz agora. Se você ainda ama alguém e não existe nenhuma maneira de vocês ficarem bem juntos, não se torture, aceite esse amor como uma experiência que foi boa de ser vivida, não um tormento.

Permitir-se conhecer novos amores pode ser uma grande solução. Ter disciplina com os seus pensamentos para não se deixar levar pelo passado também é uma maneira de se desligar do que passou e estar inteiro no presente - o que só pode ser bom para você.

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Sete passos básicos ajudam você a esquecer um amor; veja quais são

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Superar o fim de um romance, principalmente se a decisão pelo término não foi sua, não é tarefa das mais fáceis. E em muitos casos, quanto mais você quer apagar alguém da cabeça, mais a lembrança dos momentos vividos insiste em perturbar. Isso acontece, em parte, porque a pessoa toma atitudes equivocadas.

Comportamento conversou com especialistas e selecionou sete dicas que ajudam a esquecer um amor. De acordo com a psicóloga Regiane Machado, vale a pena aproveitar esse processo para olhar para si. É hora de se conhecer melhor, reconhecer defeitos e qualidades, buscar melhoras, descobrir ou redescobrir do que gosta ou não gosta e valorizar-se. "E, quando for pertinente, reflita sobre o término e, quem sabe, aprenda com tudo o que aconteceu".
1. Não tente curar a falta de alguém com uma nova paixão
A velha máxima "um coração partido só se cura com outro amor" nem sempre funciona. Para a psicóloga Regiane Machado, o ideal é superar o término de um relacionamento sozinho, buscando refletir sobre o fim. "Ao desejar começar um novo relacionamento, é importante que o término tenha sido superado, para se entregar por inteiro". Para Marina Vasconcellos, psicóloga e terapeuta familiar e de casal, investir tempo em atividades variadas, com amigos e em cuidar de si é que contribui para a superação. "Se nesse processo de cura aparecer um outro amor, tudo acontece mais rápido, sem dúvida. Mas essa não é a condição para esquecer alguém". A psicóloga Angélica Amigo conta que pessoas que não sabem ficar sozinhas dificilmente preenchem o coração com outras coisas. "A única maneira que conhecem para ser felizes é se apoiar em alguém. E isso não é positivo, porque não se pode jogar nas costas do outro as responsabilidades que ser feliz implica. A relação fica pesada demais".
2. Não se transforme em "stalker"
Na opinião da psicóloga e terapeuta de casal Marina Vasconcellos, procurar notícias do "ex" através de amigos em comum ou ficar controlando seus passos nas redes sociais são formas de paralisar a própria vida. "Se acabou a relação, olhe para frente e invista no novo", diz.  É um padrão de comportamento muito comum romper um relacionamento e continuar a se sentir no controle dele. Se transformar em "stalker" seria uma maneira destrutiva de dar continuidade à relação. Ao bisbilhotar a rotina alheia, deixamos a própria vida em suspenso, de escanteio. "Aí nunca esquece mesmo, porque a pessoa age como se ainda tivesse algo com o outro", diz Angélica Amigo. 
3. Pare de alimentar a culpa pelo fim
A raiva e a frustração de ver os planos amorosos ruírem podem levar a uma visão distorcida dos acontecimentos. Não é raro assumir o papel de vítima –para chamar a atenção, para transformar o outro em vilão ou por puro comodismo. De acordo com a psicóloga Regiane Machado, é bom ter cuidado para não se culpar excessivamente nem assumir a responsabilidade plena pelo fim da relação, afinal, um relacionamento é construído por duas pessoas que têm defeitos e qualidades. O comportamento contrário também é prejudicial. Jogar a culpa no outro piora a situação. "Se a pessoa não toma ciência dos próprios problemas e da sua parcela de culpa e responsabilidade no término, não consegue se desvencilhar do passado", diz Angélica Amigo
4. Não se obrigue a ter novos interesses imediatos
"Você precisa se distrair", dizem mãe, pai, irmã, amigos e até o chefe. Porém, nem sempre procurar alternativas de lazer ou fazer uma transformação radical –mudar o guarda-roupa ou o corte de cabelo, por exemplo– são boas soluções, justamente porque têm caráter impulsivo. "Novos interesses são sempre bem-vindos, mas apenas se a pessoa estiver realmente a fim de investir sua energia em coisas novas. Todo final de relação amorosa inclui um pequeno período de luto, e isso tem de ser elaborado devagar", afirma a psicóloga Angélica Amigo. "Acredito que tudo o que acontece impulsivamente não dura. É preciso pensar sobre o assunto e avaliar o que realmente gosta, para depois ir beber de outras fontes”, diz. Segundo Marina Vasconcellos, isso não significa, porém, se isolar. "É preciso sair, sim, relacionar-se com outras pessoas e, principalmente, não deixar de se cuidar", afirma.
5. Passe um tempo sem rever a pessoa
Se não houver filhos, é bom cortar o contato com a pessoa, para que ela vá se tornando menos presente em sua vida. "Certamente, quanto maior for o afastamento, maiores as chances de se superar a perda. Deixar de ouvir a voz ou ver o 'ex' ou a 'ex' vai fazendo com que a presença ‘mental’ da pessoa também perca a intensidade”, diz a Marina Vasconcellos. Angélica Amigo afirma que muita gente coloca o controle no lugar do afeto. A pessoa nem está mais tão apaixonada, mas provoca encontros aparentemente casuais, busca notícias, julga novos companheiros. Ao fazer isso, a vida não evolui, e o relacionamento que não existe mais permanece pairando nos pensamentos.
6. Não alimente as lembranças
Pare de alimentar lembranças --em especial, as felizes. "Para superar uma perda, é fundamental não ficar curtindo a tristeza isolado, fechado em seu próprio mundo, lamentando-se ou lembrando das coisas que eram boas e foram perdidas", conta Marina Vasconcellos. "Isso tudo, é claro, sem deixar de lado a necessidade de se rever, de ficar só por um tempo para entrar em contato consigo e com seus desejos mais profundos". É importante refletir sobre o que não era bom na relação e pensar friamente sobre os motivos que conduziram o casal ao rompimento. O que verdadeiramente provocou a separação deve ser olhado e entendido --e servir de lição para relacionamentos futuros ou para ajudar a aceitar que o fim era mesmo a melhor alternativa.

7. Não finja sentir aquilo que não sente
Fazer de conta que não está se importando com o rumo que os acontecimentos tomaram, quando internamente se sente em pedaços, é uma atitude que não contribui em nada. Mesmo que as pessoas acreditem em você, na sua firmeza, por dentro, o sofrimento só aumenta. Colocá-lo para fora ajuda a esquecer, assim como desabafar com os mais próximos. "Isso tudo faz parte do processo do luto", diz a psicóloga Angélica Amigo. "Elabore primeiro a perda, reveja alguns conceitos sobre o que é estar com alguém e, a partir daí, você conseguirá se reinventar", declara.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

SEXO PERIGOSO : PRÓXIMO AO CARNAVAL , NUMERO DE CASOS DE DSTs MUITO AUMENTADO, TORNA O BRASILEIRO "ARRISCADO PARA UM RELACIONAMENTO"

O numero de PESSOAS PORTADORAS DE  dOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS NO BRASIL AUMENTA ANUALMENTE DE FORMA EXAGERADA. APESAR DE TODO O APARATO DE SEGURANÇA EM SAÚDE A FALTA DE PREVENÇÃO E TRATAMENTO ELEVA O STATUS DE "RISCO" DO BRASILEIROS EM RELACIONAMENTOS. mUITOS INFECTOLOGISTAS DE RENOME INTERNACIONAL JÁ RECOMENDAM "EVITAR SEXO CASUAL COM BRASILEIROS", COM O SEM PRESERVATIVO, PRINCIPALMENTE COM A PROXIMIDADE DO CARNAVAL.



AUMENTO DE INFECTADOS POR DST NO BRASIL

 CARLA GOBB
O aumento de infectados por DST no Brasil
Ao descortinar o século XX, a contemporaneidade, marcada pelo advento do viés tecnológico e pela remodelação das relações interpessoais, permitiu o avanço da medicina com a consolidação de diversas medidas preventivas e anticoncepcionais. No entanto, a conflituosa adequação dos indivíduos quanto à proteção sexual contribuiu para a alta incidência das doenças sexualmente transmissíveis, configurando um alarmante problema de saúde pública.
Em primeira análise é válido ressaltar os efeitos das relações sexuais desprotegidas. A princípio, relaciona-se a ocorrência frequente da gravidez indesejada, correspondendo a 90% dos casos entre as mulheres jovens. Em corolário, a expectativa de vida decresce tanto para os prematuros, que muitas vezes são contaminados por transmissão vertical, tanto para os indivíduos infectados diretamente pelas doenças sexuais. Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 2,5% da população brasileira sexualmente ativa já foi contaminada em alguma ocasião por essas enfermidades, o que, numericamente, representa aproximadamente 5 milhões de pessoas.
Na esteira do processo de aumento da transmissão das DST´s, alude-se à displicência e à falta de informação, principalmente entre os jovens, dos riscos nas relações sexuais sem proteção. Isso porque, de acordo com uma pesquisa do Ministério da Saúde, cerca de 60% das pessoas não utilizam preservativos, sendo que grande parcela não reconhece os sintomas, como o da sífilis, ou não entendem a irreversibilidade da AIDS, como exemplos. Destarte, a precoce irresponsabilidade comportamental da juventude brasileira torna-se um fator determinante para o desenvolvimento ideal, posto que coloca em xeque a qualidade de vida.
Torna-se evidente, portanto, os problemas relacionados ao aumento das doenças sexualmente transmissíveis. A essa conjuntura, é primordial que as responsabilidades sejam compartilhadas entre o Poder Público, escolas e mídia. O Ministério da Saúde deve orientar projetos que promovam a informação em ambientes públicos, centros médicos e educacionais, por meio de cartazes educativos e orientações médicas, além de implementação de máquinas de preservativos nas escolas públicas e postos de saúde. Em adição, é imperioso o engajamento da mídia com propagandas publicitárias e debates públicos. As escolas precisam estimular a mudança de comportamento dos jovens com seminários especializados e palestras, com orientação psicopedagoga aos alunos e às famílias. A articulação dessa pluralidade é impreterível para a otimização das relações interpessoais.

Seis doenças sexualmente transmissíveis em alta entre jovens brasileiros; saiba como evitá-las

Carnaval em São PauloDireito de imagemREUTERS
Image captionMinistério da Saúde constata menor uso de preservativo e maior contágio de HIV entre jovens
Com cada vez mais jovens fazendo sexo de forma desprotegida, o número de ocorrências de doenças sexualmente transmíssiveis tem aumentado consideravelmente no Brasil, na esteira do que já acontece no mundo.
Segundo dados do Ministério da Saúde, 56,6% dos brasileiros entre 15 e 24 anos usam camisinha com parceiros eventuais.
A falta de prevenção no início da vida sexual vem preocupando o órgão, afirma Adele Schwartz Benzaken, diretora do Departamento de Infecções Sexualmente Transmissíveis, Aids e Hepatites Virais.
"Nos últimos anos, temos observado que a população mais jovem está reduzindo o uso do preservativo", diz ela à BBC Brasil.
Mas é no Carnaval que as campanhas de prevenção se intensificam. Até o fim da festa, peças publicitárias do governo estarão em TVs, revistas e redes sociais propagando o slogan "No carnaval, use camisinha - e viva essa grande festa!".
As campanhas miram, sobretudo, o alto número de pessoas no Brasil que têm HIV mas ainda não sabem - aproximadamente 112 mil brasileiros - e os cerca de 260 mil que vivem com o vírus mas ainda não se tratam, aumentando o risco de propagação da doença.
Apesar de o principal foco continuar sendo a prevenção de HIV/Aids, especialistas alertam para o risco de propagação de outras doenças, como HPV, herpes genital, gonorreia, hepatite B e C e, especialmente, sífilis.
Saiba mais sobre cada doença abaixo. Todas podem ser evitadas com o uso do preservativo.

HIV/Aids

O vírus da imunodeficiência humana é o causador da Aids, que ataca o sistema imunológico e derruba o sistema de defesa do organismo.
No Brasil, a epidemia de HIV/Aids é considerada estabilizada, mas vem avançando entre os mais jovens.
Na última década, o índice de contágio mais que dobrou entre jovens de 15 a 19 anos, passando de 2,8 casos por 100 mil habitantes para 5,8 casos.
Também aumentou na faixa etária entre 20 a 24 anos, chegando a 21,8 casos a cada 100 mil habitantes.
"Isso mostra que nossa população jovem está mais vulnerável ao HIV e precisa acessar mais conhecimento e os serviços de saúde para se testar", afirma a infectologista Brenda Hoagland, pesquisadora do Laboratório de Pesquisa Clínica em DST e AIDS do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz).
"Como a nova geração não assistiu à epidemia quando o HIV ainda não tinha tratamento, é possível que não tenha uma percepção sobre a gravidade do HIV, o que aumenta nossa responsabilidade de informar sobre sobre riscos e prevenção", acrescenta ela.
Multidão no Carnaval em Sã PauloDireito de imagemAFP
Image captionGoverno quer distribuir 74 milhões preservativos masculinos e 3,1 milhões femininos no Carnaval
Atualmente, cerca de 827 mil pessoas vivem com o HIV no país, e aproximadamente 112 mil brasileiros têm o vírus, mas não o sabem.
O tratamento contínuo ao HIV pode controlar a doença, garantir a sobrevida dos infectados e tornar o vírus indetectável (o que equivale a prevenir a transmissão com uma segurança de 96%). Mas não pode curá-la. O teste rápido costuma detectar a infecção cerca de 15 dias após o contágio.
As campanhas costumam focar no uso da camisinha como método de prevenção, mas é essencial conhecer também a proteção disponível para casos de relação de risco desprotegidas, frisa Brenda - a chamada profilaxia pós-exposição, ou PEP, um conjunto de medicamentos contra o HIV que devem ser ingeridos por 28 dias no período imediatamente após o possível contágio.
"Se uma pessoa teve uma relação sexual desprotegida em que suspeite de risco para o HIV, ela deve procurar um serviço de saúde até no máximo 72 horas após a relação. Ou seja, se a camisinha rompeu ou deixou de ser usada, a pessoa pode buscar o atendimento numa emergência e o serviço é gratuito", ressalta a infectologista, acrescentando que quanto mais cedo se inicia o tratamento dentro dessas 72 horas, maiores suas chances de eficácia.

Sífilis

Transmitida pela bactéria Treponema pallidum, a infecção apresenta diferentes estágios, do primário ao terciário, e tem maior potencial de infecção nas duas primeiras fases, que costumam ocorrer até 40 dias após o contágio. É transmitida por relações sexuais ou pode ser passada da gestante para o bebê.
"A sífilis congênita, que é notificada compulsoriamente no Ministério da Saúde, é transmitida de mãe para filho e teve aumento de quase 200% ao longo dos últimos dois anos", alerta a infectologista Brenda Hoagland, do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz).
Os sintomas são feridas na região genital (na fase primária) e manchas no corpo que sugerem uma alergia (na fase secundária). O tratamento da doença é gratuito na rede pública, feito com penicilina.
Bloco de rua em São PauloDireito de imagemAG BRASIL
Image captionMinistério da Saúde aponta aumento de quase 200% em casos de sífilis congênita nos últimos dois anos
O problema é que os sintomas podem se curar sozinhos e passar despercebidos.
"O fato de uma pessoa não ter mais sintomas não significa que esteja curada. Esse é o grande problema e faz com que o diagnóstico esteja muito abaixo do necessário", avisa Brenda.
A sífilis terciária pode aparecer de dois a quarenta anos após o início da infecção, podendo causar lesões neurológicas, cardiovasculares e levar à morte.
"Pessoas com vida sexual ativa e que tenham relações desprotegidas devem fazer o teste para a sífilis independentemente dos sintomas, da mesma forma que devem fazer testes para o HIV e serem vacinadas contra Hepatite B", recomenda Brenda, lembrando que a sífilis aumenta o risco de infecção por HIV.
O acompanhamento da gestante no pré-natal também é fundamental para evitar a transmissão da doença para o bebê.
A sífilis pode levar à má-formação do feto, surdez, cegueira e deficiência mental.

HPV

O Papilomavírus Humano existe com mais de 200 variações e se manifesta por meio de formações verrugosas - que podem aparecer no pênis, vulva, vagina, ânus, colo do útero, boca ou garganta.
O sexo é a principal forma de transmissão do HPV, seja pelo coito ou pelo sexo oral.
O HPV é uma preocupação grave de saúde pública pelo potencial de alguns tipos do vírus causarem câncer, principalmente no colo do útero e no ânus, mas também na boca e na garganta, que vêm aumentando entre os jovens.
O vírus pode ficar latente por períodos prolongados sem que haja sintomas, e é difícil erradicar a infecção por completo.
Por isso, especialistas recomendam que mulheres em idade reprodutiva façam exames preventivos anuais no colo do útero para monitorar o aparecimento de possíveis lesões que antecedem o câncer e que podem ser tratadas.
Homens se divertem no CarnavalDireito de imagemAFP
Image captionApenas 56,6% dos jovens brasileiros usam camisinha com parceiros eventuais
A infectologista Brenda Hoagland, do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), estende a recomendação a homens que fazem sexo anal desprotegido, e devem fazer exames preventivos na região anal e no reto.
No fim do ano passado, o Ministério da Saúde anunciou que a vacina quadrivalente que protege contra quatro tipos de HPV passaria a ser oferecida também para meninos, na faixa de 12 a 13 anos. Até agora, a vacina só era disponibilizada para meninas de 9 a 13 anos.

Gonorreia

A doença é causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, que infecta sobretudo a uretra.
O sintoma mais comum é a presença de corrimento na região genital, mas a infecção pode causar dor ou ardor ao urinar, dor ou sangramento na relação sexual e, nos homens, dor nos testículos. A maioria das mulheres infectadas não apresenta sintomas.
O tratamento é feito com antibiótico e deve ser estendido ao parceiro, mesmo que este não tenha sintomas.
Quando não tratada, a infecção pode atingir vários órgãos, como o testículo, nos homens, e o útero e as trompas, nas mulheres, e pode causar infertilidade e complicações graves.

Herpes genital

Transmitido pela relação sexual com uma pessoa infectada, o vírus do herpes causa pequenas bolhas e lesões dolorosas na região genital masculina e feminina.
As feridas podem acompanhar ardor, coceira, dor ao urinar e mesmo febre, e os sintomas podem reaparecer ou se prolongar quando a imunidade está baixa.
"O herpes não tem cura. A partir do momento que você tem uma infecção, você ter vários episódios ao longo da vida. A única forma de prevenção é o preservativo", ressalta a infectologista Brenda Hoagland, da Fiocruz.
Carnaval na BahiaDireito de imagemDIVULGAÇÃO
Image captionHoje, cerca de 827 mil pessoas vivem com HIV no Brasil e cerca de 112 mil brasileiros têm vírus mas não sabem
Além do incômodo causado pelas lesões, o herpes pode facilitar a entrada das outras doenças sexualmente transmissíveis.
Os portadores do vírus devem ter cuidado redobrado para não transmiti-lo, o que ocorre principalmente quando as feridas estão presentes, mas pode também ocorrer na ausência das lesões ou quando elas já estão cicatrizadas.
A doença pode ter consequências graves durante a gravidez, podendo provocar aborto e trazer sérios riscos para o bebê.

Hepatite B ou C

No Brasil, as formas virais mais comuns de hepatite ou inflamação do fígado são as causadas pelos vírus A, B ou C.
A hepatite B é transmitida sexualmente, e também por transfusão de sangue e compartilhamento de material para uso de drogas, entre outros.
As mesmas formas valem para a hepatite C, mas a transmissão sexual é mais rara, por isso, ela não é considerada propriamente uma infecção sexualmente transmissível.
De acordo com o Ministério da Saúde, milhões de brasileiros são portadores dos vírus B ou C e não sabem.
Correm, assim, o risco de desenvolver a doença crônica e ter graves danos ao fígado, como cirrose e câncer.
A vacina contra a hepatite B é gratuita e disponível na rede pública. O diagnóstico é feito por meio de exame de sangue e o tratamento pode combinar medicamentos e corte de bebidas alcoólicas.
Os sintomas para ambas as doenças são raros, mas podem incluir cansaço, tontura, enjoo e pele e olhos amarelados.
Como a doença é considerada "silenciosa", é indicado realizar exames de rotina que detectam todas as suas formas.
Ainda não há vacina para a hepatite C.

Na esteira dos progressos na luta contra o HIV nos últimos anos, com a Aids deixando de ser uma “sentença de morte”, pelo menos no curto prazo, outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) avançam mundo afora, infectando mais e mais pessoas. E, para piorar este cenário, a luta contra velhas conhecidas da Humanidade nesta área, como a sífilis e a gonorreia, enfrenta novos desafios. Na primeira, a escassez global do antibiótico mais usado para seu tratamento, a penicilina benzatina, ajuda a alimentar uma explosão dos casos de sífilis em gestantes e em recém-nascidos — a chamada sífilis congênita, que pode provocar malformações, como a microcefalia, além de cegueira, deficiência mental e até morte — em diversos países, inclusive no Brasil. Já na segunda, são cada vez mais frequentes os relatos de infecções por gonorreia resistente não só aos antigos (e baratos) antibióticos que até pouco tempo atrás conseguiam combater facilmente a doença, como também aos conhecidos como de “último recurso” nas derradeiras tentativas de debelá-la.
A preocupação com esta apelidada “supergonorreia” é tamanha que nesta sexta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta sobre sua disseminação global. Segundo a instituição, dados de 77 países mostram que entre 2009 e 2014 quase todos (97%) registraram casos em que a Neisseria gonorrhoeae, bactéria causadora da doença, era resistente à ciprofloxacina, antibiótico já da chamada “segunda linha” para infecções no trato urinário que era o tratamento inicial de escolha contra ela. Mas o problema não para por aí: 81% encontraram cepas do micro-organismo que também resistiam à azitromicina, que tomou seu lugar como tratamento de escolha; e assustadores 66% enfrentaram linhagens da bactéria da gonorreia resistentes até aos antibióticos de último recurso, as chamadas cefalosporinas de amplo espectro, inclusive a cefixima oral e a ceftriaxona injetável.
— A bactéria que causa a gonorreia é particularmente esperta — aponta Teodora Wi, médica do Departamento de Reprodução Humana da OMS. — Toda vez que usamos uma nova classe de antibióticos para combater a infecção, a bactéria evolui para resistir a ela. E estes casos podem ser apenas a ponta do iceberg, já que faltam sistemas para diagnosticar e relatar infecções intratáveis nos países de menor renda, onde a gonorreia é mais comum.
DSTs no mundo e no Brasil - Editoria de Arte

E é sob a sombra desta ameaça que especialistas do mundo inteiro se reúnem a partir de amanhã até quarta-feira no Rio de Janeiro no Congresso Mundial de Doenças Sexualmente Transmissíveis e HIV 2017. Segundo o ginecologista e obstetra Mauro Romero Leal Passos, presidente da Sociedade Brasileira de DST e anfitrião do congresso, que acontece pela primeira vez na América do Sul, embora na comunidade médica estas doenças tenham sido uma preocupação constante, o foco no HIV das campanhas de prevenção e a crescente noção entre o público em geral de que a Aids já não é mais um “bicho papão” acabaram abrindo caminho para o aumento dos casos de gonorreia, sífilis e outras DSTs.
— Mas agora as pessoas estão entendendo que não se pode focar numa doença só, que isso é muito pouco — diz. — Veja o exemplo do Brasil. Temos um dos maiores e melhores programas de HIV/Aids do mundo, mas estamos enfrentando uma avalanche de casos de sífilis e, consequentemente, de sífilis congênita. Por isso temos que ter estratégias múltiplas para atuar no comportamento e prevenção de todas as DSTs.
Ainda de acordo com Passos, embora não haja estudos relacionando diretamente os progressos contra o HIV com o aumento nos casos de outras DSTs, o trabalho clínico do dia a dia reforça esta impressão.
— Com as pessoas convivendo de forma menos traumática com o HIV, muitos jovens acham que não vão mais morrer, acabam tendo comportamentos de risco e se contaminam — conta, acrescentando que o estigma em torno das DSTs ainda é um empecilho para seu tratamento, diagnóstico e prevenção. — A saída para isso é falar, discutir, colocar o tema nas escolas. E não só DSTs, mas sexo e sexualidade em geral, abordando assuntos como aborto, homoafetividade e gravidez indesejada, que costumam resultar de uma relação sem proteção, isto é, se a menina pode engravidar, ela também pode se infectar com uma DST.
Diretor geral da Parceria Global para Pesquisa e Desenvolvimento de Antibióticos, organização criada pela OMS e a Iniciativa por Drogas para Doenças Negligenciadas (DNDi) para fomentar estudos em torno de novos medicamentos para doenças que não interessam economicamente à indústria farmacêutica, Manica Ballasegaran concorda:
— É muito importante não nos tornarmos complacentes com os progressos feitos até agora contra as infecções pelo HIV/Aids e que reforcemos as atuais estratégias de controle e prevenção tanto de DSTs quanto do HIV junto a governos, sociedade civil e a comunidade médica.
Outro problema no combate às DSTs é que em um número significativo de casos, principalmente entre mulheres, as infecções são assintomáticas, isto é, não apresentam sintomas ou estes são muito brandos e acabam não sendo percebidos. Assim, sem saber que estão doentes, muitas pessoas não são diagnosticadas e acabam transmitindo as doenças, destaca Helio Magarinos Torres Filho, diretor médico da Richet Medicina e Diagnóstico.
— Por isso, os exames para DSTs devem ser algo de rotina para todas pessoas sexualmente ativas — defende. — Além disso, para as mulheres a consulta periódica com um ginecologista é muito importante, pois só o exame clínico já pode levantar suspeitas a partir de observações como secreções e odor.