quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Por que devemos ter cuidado com remédios naturais?



A muito tempo se usa remédios naturais para combater os mais variados tipos de problemas. Os “raizeiro”, como são chamadas as pessoas que vendem esse tipo de remédio, são uma tradição em nossa cidade. A grande aceitação dos remédios naturais pela população tem muito a ver com a cultura local.
            No Mato Grosso do Sul, Estado de grande biodiversidade e com grande influencia de povos que praticam o uso das plantas para combater doenças ou sintomas (como é o caso dos indígenas), é comum que as pessoas busquem na natureza, uma alternativa para amenizar seus males e combater doenças.    
                   O termo Remédio natural refere-se a qualquer substância disponível na natureza que tem propriedades passiveis de prevenir, tratar ou curar patologias (doenças). Remédios naturais abrangem terapias com medicação à base de ervas, componentes animais, minerais, ou vegetais.
            A crença de que medicamento natural não faz mal é muito difundida entre as pessoas. Os meios de comunicação ultimamente tem estimulado o uso de plantas como alternativa para combater doenças muito comuns entre a população, como é o caso da hipertensão, depressão e diabetes. Também temos visto muito a divulgação de plantas que prometem retardar o envelhecimento, emagrecer ou evitar doenças que ocasionam muito medo à população, como o câncer e o mal de Alzheimer.
            Acontece que o uso de remédios naturais não é tão inofensivo assim. A crença de que eles não causam nenhum tipo de efeitos colaterais e podem ser utilizados por qualquer pessoa é errada e, às vezes, pode ocasionar riscos muito maiores que os benefícios. Acontece que a maioria dos remédios naturais tem muito mais que uma substância ativa (aquela que vai fazer a diferença na hora do tratamento) atingindo muitos órgãos diferentes do nosso corpo. Alguns medicamentos a base de plantas tem seu principio ativo isolado e são chamados de fitoterápicos, dessa forma, quando lançados no mercado preveem em sua bula reações adversas e efeitos colaterais.
            Listamos, abaixo, algumas plantas cujos preparados naturais ou medicações fitoterápicas podem ser prejudiciais à saúde, principalmente de gestantes, diabéticos ou hipertensos, que utilizam medicamentos de uso continuo. No caso das gestantes, sempre é bom lembrar que, alguns princípios ativos contidos em um simples chá, podem ocasionar diversos problemas, incluindo o aborto espontâneo.

ALCACHOFRA – NÃO DEVE SER UTILIZADA  POR QUEM USA  DIÚRETICOS,COMO FUROSEMIDA ,HIDROCLORTIAZIA E CLORTALIDONA, POIS AUMENTAÇÃO O RISCO  DE QUEDA REPENTINA DA PRESSÃO ARTERIAL, AUMENTA A EXCREÇÃO DE POTÁSSIO LEVANDO A HIPOCALEMIA       (OCASIONA EXCESSO DE CAIMBRA E DORES).
 
ALHO – NÃO DEVE SER USADO  DIABÉTICOS  QUE FAZEM USO DE INSULINA ,POIS CAUSA DIMINUIÇÃO EXCESSIVA DOS NIVEIS DE AÇUCAR NO SANGUE.
- USUÁRIOS DE CAPTOPRIL E PROPRANOLOL DEVEM EVITAR COMPOSTOS COM EXTRATO DE ALHO   POIS POTENCIALIZA A AÇÃO DO MEDICAMENTO LEVANDO A HIPOTENSÃO  SEVERA.  TAMBÉM DEVE SER EVITADO POR PESSOAS COM PROBLEMAS DE TIREÓIDE.
BOLDO – NÃO DEVE SER UTILIZADA COM MEDICAMENTOS ANTICOAGULANTES, POIS PODE CAUSAR SANGRAMENTOS.


CAMOMILA - PROLONGA A AÇÃO DOS ANTIDEPRESSIVOS, FENOBARBITAL E DIAZEPAN.
NÃO DEVE SER INGERIDO EM EXCESSO POR  GESTANTES POIS DIFICULTA A  ABSORÇÃO DE FERRO.

CÁSCARA SAGRADA - AUMENTA PERDA DE POTÁSSIO E POTENCIALIZA O EFEITO DA DIGOXINA PODENDO CAUSAR TAQUICARDIA E AUMENTO DE PRESSÃO;



CASTANHA DA ÍNDIA – NÃO DEVE SER UTILIZADO PARA DIABÉTICOS ( INSULINO DEPENDENDES ), PESSOAS QUE UTILIZAM  AAS, IBUPROFENO,  ANTINFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDES,RANITIDINA E HIDROXIDO DE ALUMINIO.È  IRRITANTE DO TRATO GASTRO INTESTINAL.

CIMÍCÍFUGA – POTENCIALIZA  EFEITO DE MEDICAMENTOS ANTI-HIPERTENSIVOS,PORTANTO NÃO ACONSELHAVEL AOS HIPERTENSOS, E SE USADO COM METRONIDAZOL PODE CAUSAR NÁUSEAS E VÔMITOS. NÃO DEVE SER USADO POR PESSOAS QUE UTILIZAM ANTICONCEPCIONAIS ORAIS, POIS  PODE DIMINUIR A EFICÁCIA DO MEDICAMENTO.

EQUINÁCEA – PODE SER UTILIZADO  NO MÁXIMO POR 8 SEMANAS, NÃO DEVE SER UTILIZADO POR QUEM TEM OU TEVE TUBERCULOSE, ESCLEROSE MULTIPLA, AIDS.Se UTILIZADO COM CETOCONAZOL E AMIODARONA PODE SER MUITO PREJUDICIAL  AO FIGADO.

ERVA-CIDREIRA – INTERAGE COM MEDICMENTOS PARA O SISTEMA NERVOSO E CAUSAM  AUMENTO DE  SEUS EFEITOS SEDATIVOS.

                            CENTELLA ASIÁTICA - USADO COM DEXAMETASONA, POTENCIALIZA O PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO.

ERVA DE SÃO JOAO (HYPERICUM)                                                                               
-INIBE A ABSORÇÃO DE FERRO, NÃO SENDO RECOMENDADA PARA GESTANTES E LACTANTES, BEM COMO PESSOAS QUE  POSSUEM ANEMIA.
  - EM CONJUNTO COM ANTICONCEPCIONAIS ORAIS, PODE RESULTAR EM GRAVIDEZ INDESEJADA E AUMENTA O RISCO DE HEMORRAGIA.
- QUANDO UTILIZADO COM DIGOXINA E TEOFILINA DIMINUI  OS NÍVEIS SANGUINEOS, COMPROMETENDO SUA AÇÃO.
- COM OMEPRAZOL CARBAMAZEPÍNA, NIFEDIPINA, SINVASTATINA, TEOFILINA, AMITRIPTILINA, IMIPRAMINA E MIDAZOLAM, OCORREM POTENCIAÇÃO DAS REAÇÕES ADVÉRSAS COMO BOCA SECA, FADIGA, DISTURBIO DE SONO, AGITAÇÃO, ANSIEDADE E CONSTIPAÇÃO, POIS AUMENTA O TEMPO DO MEDICAMENTO NO SANGUE.
- ATENÇÃO – NUNCA UTILIZE HIPERICO COM INIBIDORES DE APETITE, BRONCODILATADORES, E ANTIDEPRESSIVOS COMO AMITRIPTILINA E IMIPRAMINA, ISSO PODE CAUSAR DANOS PELA CHAMADA SINDROME SEROTONINÉRGICA.
- TAMBÉM O HIPÉRICO DEVE SER TOMADO SEMPRE LONGE DAS REFEIÇÕES.

ERVA DOCE OU ANIS – QUANDO UTILIZADA COM DIAZEPAM,  HALOPERIDOL, CLORPROMAZINA, E QUALQUER MEDICAMENTO SEDATIVO, PROLONGA  O EFEITO  DOS MESMOS.


EUCALIPTO – A ADMINISTRAÇÃO ORAL DE OLEO DE EUCALIPTO( SEJA PURO OU COM MEL) POR LONGO PERÍODO DIMINUI A CAPACIDADE DE RACIOCÍNIO E AUMENTA A IRRITABILIDADE,PRINCIPALMENTE SE  UTILIZADO AO MESMO TEMPO COM ALCOOL, DIAZEPAM, CARBAMAZEPINA OU FENOBARBITAL.
- A APRESENTAÇÃO EM FORMA DE ÓLEO DEVE SER EVITADA POR DIABÉTICOS, POIS POTENCIALIZA OS EFEITOS DA GLIBENCLAMIDA  E METFORMINA.

GENGIBRE - COMPROMETE   A  AÇÃO DE MEDICAMENTOS COMO LANSOPRAZOL, RANITIDINA E OMEPRAZOL.
- AUMENTA RISCO DE SANGRAMENTO QUANDO UTILIZADO COM AAS, IBUPROFENO, HEPARINA, VARFARINA E NAPROXENO.
- PODE INTERFERIR NA AÇÃO DE MEDICAMENTOS PARA O CORAÇÃO, COMO A DIGOXINA.
- EM DOSES ELEVADAS DESENCADEIA SONOLÊNCIA
- DIMINUI OS NÍVEIS DE AÇUCAR NO SANGUE SENDO CONTRA-INDICADO PARA PACIENTES QUE UTILIZEM INSULINA, METFORMINA E GLIBENCLAMIDA, BEM COM PARA OS DIABÉTICOS EM GERAL.

GINKGO BILOBA – AUMENTA O RISCO DE SANGRAMENTO PARA PACIENTES QUE UTILIZEM AAS, IBUPROFENO E HEPARINA.
-                      DIMINUI A AÇÃO DE ANTICONVULSIVANTES (FENITOÍNA) , QUANDO UTILIZADOS COM MEDICAMENTOS ANTIDEPRESSIVOS.POTENCIALIZA EFEITOS COLATERAIS COMO CEFALÉIAS( DOR DE CABEÇA) ,TREMORES, SURTOS MANÍACOS.
-                      QUANDO USADO COM SERTRALINA PODERA DESENCADEAR UM AUMENTO NOS BATIMENTOS CARDÍACOS, AUMENTO DE TEMPERATURA CORPOREA, AUMENTO DE SUOR, RIGIDEZ MUSCULAR E AGITAÇÃO.
-                      ALTAS DOSES DE GINKGO PODERÃO REDUZIR A FERTILIDADE EM HOMENS E MULHERES.

GINSENG – AUMENTA O RISCO DE SANGRAMENTO QUANDO UTILIZADOS COM AAS, IBUPROFENO E HEPARINA.


- DEVE SER EVITADO POR PACIENTES DIABÉTICOS QUE SE UTILIZEM INSULINA, GLIBENCLAMIDA E METFORMINA  POIS POSSUI GRANDE EFEITO HIPOGLICEMIANTE (DIMINUI O AÇUCAR NO SANGUE)  E PODE LEVAR A HIPOGLICEMIAV SEVERA.
- PRODUZ FALHA DE CICLOS MENSTRUAIS, AUMENTO NAS MAMAS DE HOMENS E DIFICULDADE DE MANTER EREÇÃO, BEM COMO AUMENTO DA LIBÍDO.
- O USO DE GINSENG COM ANTIDEPRESSIVOS (IMAOS) PODERÁ DESENCADEAR TREMORES, CEFALÉIA E INSÔNIA.
- ALTERA A PRESSÃO SANGUINEA E DIMINUI A EFETIVIDADE DE MEDICAMENTOS CARDÍACOS.
- PODERÁ OCASSIONAR EFEITO DE VARIAÇÃO CONTINUA DE PRESSÃO SANGUINEA O QUE É CONTRA INDICADO PARA  HIPERTENSOS.
- NÃO É RECOMENDADO A MULHERES GRAVIDAS OU EM FASE DE AMAMENTAÇÃO; A RELATO DE MORTE NEONATAL E DESENVOLVIMENTO DE CARACTERÍSTICAS MASCULINAS EM BEBÊS DO SEXO FEMININO APÓS A MÃE TER UTILIZADO GINSENG DURANTE A GRAVIDEZ.

GUACO – AGE AUMENTANDO A AÇÃO DAS TETRACICLINAS, CLORAENICOL, GENTAMICINA E PENICILINAS.



GUARANÁ – POTENCIA A AÇÃO DE ANALGÉSICOS.

HORTELÂ PIMENTA – INIBE  GRANDE PARTE DA ABSORÇÃO DE FERRO, O QUE É CONTRA INDICADO PARA GESTANTES, CRIANÇAS E ANÊMICOS.

KAVA- KAVA –  SE UTILIZADA POR MAIS DE TRÊS MESES PODE CAUSAR PROBLEMAS AO FÍGADO. NUNCA DEVE SER UTILIZADA COM AMIODARONA, PARACETAMOL, CETOCONAZOL E ANTIFUNGICOS ADMINISTRADOS POR VIA ORAL, POIS OS EFEITOS  COLATERAIS DO USO CONTINUO INCLUEM HEPATITE, CIRROSE E INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA.
- REDUZ A EFICACIA DO LEVODOPA
- POTENCIALIZA OS EFEITOS DOP ALCOOL, FENOBARBITAL, CARBAMAZEPINA, HOLOPERIDOL, FENITOÍNA E BIPERIDENO, ENTRE OUTROS.
MARACUJÁ – NÃO DEVERÁ SER UTILIZADO AO MESMO TEMPO COM DIAZEPAN, CLONAZEPAN, FENOBARBITAL, LORAZEPAN, CODEINA E OUTROS MEDICAMENTOS DA ESPÉCIE, POIS POTENCIALIZA A AÇÃO DOS MESMOS.

SALGUEIRO - PRODUZ EFEITOS TOXICOS AOS RINS SE UTILIZADO COM PARACETAMOL E  AAS.DIMINUI A ABSORÇÃO DE FERRO.
SENE – AUMENTA A PERDA DE POTÁSSIO E POTENCIALIZA A AÇÃO  DA DIGOXINA. EM USO PROLONGADO INTENSIFICA A AÇÃO DE MEDICAMENTOS ANTIARRÍTIMICOS, COMO A QUINIDINA, E AFETA OS CANAIS DE POTÁSSIO.
NÃO DEVE SER UTILIZADO COM HIDROCLORTIAZIDA E FUROSEMIDA POIS POTENCIALIZAM SUA AÇÃO.

SAW PALMETTO – PODE INTERAGIR COM ESTRÓGENOS PRESENTES EM TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL E EM ANTICONCEPCIONAIS, PREJUDICANDO SUA ABSORÇÃO.LIMITA A ABSORÇÃO DE FERRO.
VALERIANA -  POTENCIALIZA OS EFEITOS DOS MEDICAMENTOS PARA DORMIR, ANTIDEPRESSIVOS , ANESTÉSICOS E ALCOOL. PODE CAUSAR VÔMITO SE UTILIZADA COM METRONIDAZOL E DISSULFIRAN. EM DOSES PROLONGADAS É PREJUDICIAL AO FÍGADO




MEDICAMENTOS NATURAIS COM POTENCIALIDADE ABORTIVA QUE NÃO DEVEM SER UTILIZADOS DURANTE A GESTAÇÃO:

                                                                                                     

NOME POPULAR
NOME CIENTÍFICO
FAMÍLIA
1
SENE
Senna Alexandrina Mill.
Fabaceae
2
Arruda
Ruta graveolens L.
Rutaceae
3
Boldo
Pneumus boldus Molina
Monimiaceae
4
Buchinha-do-norte
Lufta operculata
Cucurbitaceae
5
Marcela
Egletes viscosa
Asteraceae
6
Canela
Cinnamomum verum
Lauraceae
7
Quina-quina
Coutarea hexandra
Ribiaceae
8
Cravo
Syzygium aromaticum
Myrtaceae
9
Aroeira
Astronium urundeuva
Anacardiaceae
10
Agoniada
Himatanthus lancifolius
Apocynaceae















Giani A. Z. Nogueira
Farmacêutico Especialista em Saúde Pública

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