segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

NEUROSE EM ADOLESCENTES


A minha pesquisa é focada na Neurose.
                            Antes de colocá-la, faço um breve resumo sobre a psicanálise.
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  PSICANÁLISE
 É a ciência que estuda o inconsciente da pessoa, seus sonhos, para assim descobrir a solução de seus conflitos internos e um melhor auto-conhecimento. Freud foi quem criou a Psicanálise. Sigmund Freud, nascido em 1856 na Austrália, era médico neurologista. Começa a trabalhar com Charcot que trata doenças mentais através da hipnose e a partir daí vai aprofundando seus conhecimentos nesta área. Em 1900, publica a Interpretação dos Sonhos que é considerado um marco na história da psicanálise. O seu interesse era achar um tratamento efetivo para pacientes com sintomas neuróticos ou histéricos.
                Ao escutar seus pacientes, Freud acreditava que seus problemas se originavam da inaceitação cultural, ou seja, seus desejos eram reprimidos, relegados ao inconsciente. Notou também que muitoos desses desejos se tratavam de fantasias de natureza sexual.
                 Não é possível abordar diretamente o inconsciente, o conhecemos somente por suas formações: atos falhos, sonhos, chistes e sintomas diversos expressos no corpo. Nas suas conferências, nos recomenda a interpretação dos sonhos como o meio mais simples e a base mais sólida de conhecer o inconsciente. Freud morre
em 1939 em Londres.

NEUROSE
    Neurose deriva da palavra grega neuron (nervo) com o sufixo oasis (doença ou condição anormal). Entretanto foi mais influenciado por Sigmund Freud e Carl Jung mais de um século depois. Trata-se de uma doença emocional, afetiva e de personalidade também conhecida como psiconeurose ou distúrbio neurótico, é um termo que refere-se a qualquer desequilíbrio mental que causa angústia e ansiedade, porém ao contrário da psicose e algumas outras desordens mentais, não impede ou afeta o pensamento racional. Neurose é particularmente associada ao campo da psicanálise.
                      O termo neurose , foi cunhado em 1769 pelo médico escocês Willian Cullen, foi popularizada na França por Philippe Pinel em 1785 e retomado por Sigmund Freud a partir de 1893, o termo é empregado para designar uma doença nervosa cujos sintomas simbolizam um conflito psíquico recalcado, de origem infantil.
                       Com o desenvolvimento da psicanálise, o conceito evoluiu até finalmente encontrar lugar, no interior de uma estrutura tripartite mental. Em consequência disso, do ponto de vista freudiano, classificam-se no registro da neurose a histeria e a neurose obsessiva, as quais é preciso acrescentar, a neurose atual, que abrange a neurose de angústia, a neurastenia e a psiconeurose, que abarca a neurose de transferência e a neurose narcísica.
                       Como doença, a neurose representa uma variedade de condições psiquiátricas, nas quais a angústia emocional ou conflito inconsciente são expressados através de várias perturbações que podem ser físicas, fisiológicas e/ou mentais.
                       O sintoma definitivo é ansiedade. Tendências neuróticas são comuns e podem se manifestar como depressão, ansiedade aguda ou crônica, tendências obsessivas-compulsivas, fobias e até desordem de personalidade. Neurose não pode ser confundida com psicose, a qual refere-se a perda de contato com a realidade.
                       
Segundo a psicanálise,a maioria das pessoas é afetada pela neurose de alguma forma. Um problema psicológico desenvolve quando a neurose começa a interfirir no funcionamento normal do indivíduo, causando ansiedade. A neurose pode ter raízes nos mecanismos de defesa do ego (somente naqueles com pensamentos e comportamentos que produzem dificuldades para viver).

                                NEUROSE DE ABANDONO
  O novo perfil da sociedade, por passar por mudança profunda sociocultural, vem causando insegurança e ansiedade. A maioria das notícias são ruins. Temos sempre a sensação de que políticos, cientístas e economistas agem atirando por todos os lados. Havendo assim buscas por doutrinas que preencham esse vazio dentro das pessoas. Percebemos uma sintomatologia não específica como angústia, neurose de abandono, agressividade, masoquismo e uma insegurança afetiva, que provavelmente é gerada por uma distância afetiva familiar, mesmo não tendo havido de fato um abandono. Há uma necessidade ilimitada de amor, de afirmação, uma infinita busca da segurança perdida. A nossa sustentação primeira é o relacionamento familiar, as demais são sociais, escola, trabalho, uma rede pela qual nos articulamos segundo a individualidade e formação de cada um. Todos nós procuramos laços afetivos, quem nos valorize e nos admire.
                             A responsabilidade da família na educação de seus filhos não pode ser negligenciada, estabelecendo limites e regras, garantindo também que sejam respeitados e cumpridos. É de extrema importância a participação dos

pais na vida cotidiana dos filhos, a escola necessita de buscar a participação dos pais nas atividades escolares e estreitar a parceria com as famílias. Deve haver essa parceria sem transferência de responsabilidade entre escola e família, para garantir os melhores resultados e o pleno sucesso na formação do sujeito, cidadão atuante, participativo, conhecedor dos seus direitos e dever

Neurose de angústia
  Neurose de angústia, do medo ou síndrome do pânico, é uma condição clínica cujo tratamento não depende de medicamentos, mas sim da exercitação do poder da mente pelo próprio indivíduo que deve enfrentá-la lutando corajosamente para livrar-se de tais acontecimentos físicos e mentais, ao invés de alimentar as habituais fugas, estratégicas mas covardes, que só servem para fortalecer e aumentar a intensidade e frequência de tais manifestações neuróticas, que atuam tão desastrosa e negativamente sobre o psiquismo, prolongando o sofrimento.
                                A neurose de angústia, medo ou sindrome de pânico, representa um litígio entre o consciente bem ajustado a um corpo são e o seu subconsciente dominado por inseguranças e incertezas.

                             Neurose de caráter
  Os pacientes com neurose de caráter, descarregam seus impulsos, desejos e fantasias no mundo externo, enquanto os neuróticos que apresentam sintomas, satisfazem seus impulsos através da própria pessoa.
                Os neuróticos de caráter executam estranhas ações, para as quais as vezes encontram justificativas, outras vezes não, geralmente não é possível distinguir o racional do irracional em seu comportamento. Passam anos antes que a motivação irracional seja reconhecida, podendo ter arruinado a si mesmo e a sua família.
                Enquanto o neurótico de sintoma sofre devido a sua doença, o neurótico de caráter nem está consciente de estar doente e, através de seus atos, obtém satisfação para suas tendências inconscientes.
                O caráter é uma combinação de muitos traços, hábitos e atitudes do ego. Para obter uma ideia mais precisa do caráter de um indivíduo, devemos considerá-lo a partir de vários pontos de vista, através de um ângulo descritivo, genético, estrutural, dinâmico, econômico e libidinos

 Neurose de fracasso
                A neurose de fracasso, leva o indivíduo a privar-se da satisfação obtida pelos seus esforços.
                 Algumas pessoas de grande sucesso na carreira, cometem determinados atos que muitas vezes as levam ao fracasso, pela simples razão de que não se permitem desfrutar os benefícios que o sucesso pode trazer-lhes.
                 É preciso não ter medo do sucesso, o homem é provido de vocação, ou de acontecimentos luminosos. É necessário observar os diferentes medos que precedem este medo de transcedência.
                 O medo do sucesso: o sucesso proficional provoca uma grande ansiedade, criando um sentimento de culpa, produzindo um estado de melancolia que podem durar vários anos. Essas pessoas são descritas como aquelas a quem o sucesso destrói, pelo medo de não conseguir obter sempre o sucesso em tudo.
                 Um estudo foi realizado sobre pessoas que sonham, que idealizam o sucesso, a plenitude, no momento da realização, inconscientemente, arranjam para falhar. É um processo muito doloroso e inconpreesível.
                 O psicólogo vê, como uma causa profunda do medo de vencer, o sentimento de indignidade, essa depreciação de si mesmo talvés seja a herança de inúmeros julgamentos que nos foram dirigidos. Quando se repete a uma criança que ela nunca será nada, ela integrará esta programação e se um dia ela chegar ao sucesso, inconscientemente, pensará que este sucesso não será justo.
                  O medo da diferença: É também um complexo, onde o medo de ser rejeitado por aqueles que são diferentes venha a afetá-los. Muitos passam por uma castração voluntária, renunciando ao seu poder, a sua originalidade, a sua independência, pelo medo da rejeição. Há aqueles que representam papel que lhes é pedido, mas o ser verdadeiro não está neles, causando um mal estar, que pode gerar uma doença.
                 
Então podemos afirmar que, um grupo saudável, é capaz de ter a participação de pessoas muito diferentes, que pensam de maneiras diferentes e que se enriquecem com suas diferenças. Quando um ensinamento pode florecer sob diferentes formas, ele encontra aplicações em ambientes e mundos diferentes.
                  O medo de mudanças: O abandono dos antigos hábitos, a perda do conhecido, cria, cria um clima de insegurança. Não há realmente segurança senão no previsível mesmo que isto signifique infelicidade. É preciso reconhecer o fracasso, coragem para assumí-lo e sabedoria para aprender com ele.

 Histeria 
  Histeria é um tipo de neurose que se caracteriza predominantemente, pela transformação da ansiedade, para um estado físico. As pessoas que sofrem de histeria, apresentam uma situação de pânico intensa apresentada em forma de sintomas. As reações histéricas apresentam manifestações no corpo e na mente, no corpo são alteradas as funções sensoriais e motoras, já na mente são alteradas a memória, as percepções e a consciência. Sua origem vem desde os primórdios da humanidade, é citado como exemplo, os relatos de histeria presente em documentos egípcios, escritos há 4 mil anos. Esse documento descreve casos de mulheres que apresentavam diversos sintomas associados, geralmente dores por todo o corpo, associados a incapacidade de caminhar e até mesmo abrir a boca. Na antiguidade atribuía-se como causa, alguma alteração uterina. Acreditava-se que, devido ao descaso por parte do parceiro ou por fatalidade do destino, o útero se deslocava no interior do corpo da mulher, afetando o funcionamento dos outros órgãos e causando os sintomas. Por isso o nome "histeria" derivado do grego "hister" que quer dizer útero. Para a prevenção da histeria, recomendava-se práticas de relação sexual.
                       O paciente histérico caracteriza-se, geralmente por apresentar traço denominado "histriônico". Essa palavra estranha significa teatralidade. Assim, esse paciente costuma ter comportamento afetado, exagerado e exuberante, como se estivesse representando um papel. A pessoa é extrovertida, dramática e eloquente, busca sempre chamar a atenção, e seu comportamento varia de acordo com as reações das pessoas "a plateia". Eles costumam apresentar emoções exageradas, apresentam acesso de mau humor, choro e acusações, quando deixam de ser o centro das atenções. No início as pessoas costumam se encantar por esse indivíduo, mas a necessidade de ser sempre o centro das atenções, acaba minando essa admiração.
                        Atualmente, a histeria passou a representar um distúrbio da mente. O homem histriônico costuma apresentar quadros atípicos de histeria, de forma

que muitas vezes o diagnóstico realizado é outro. Sabe-se que, nos homens, a exigência de um evento traumático que desencadeie é essencial.
                        A histeria é encarada como uma neurose, podendo manifestar-se com sintomas diversos, estranhos, muitas vezes transitórios.
                        De uma forma geral, os sintomas que o paciente apresenta, são muito influenciados pelo seu meio cultural, já que esses indivíduos costumam ser muito sugestionáveis. Assim, embora a doença seja involuntária (o oaciente não controla o surgimento dos sintomas), parece que existe um componente intencional inconsciente. Vale lembrar que esses pacientes não costumam aceitar que existe um componente emocional no surgimento do quadro, atribuindo os sintomas apenas a alterações orgânicas que ele acredita existirem de verdade.
                        Existe uma associação entre histeria e depressão cada vez mais reconhecida, e estima-se que em aproximadamente 40% dos casos de histeria apresentam também o diagnóstico de transtorno depressivo.
                        Quem sofre de histeria, geralmente possui problemas em manter um relacionamento, seja de qualquer espécie, vive constantemente o drama da infidelidade de relacionamento.
                        Os sintomas da histeria são paralisias histéricas, anestesias e analgesias histéricas, perturbações, perda de fala e rouquidão. Podem ocorrer também pseudocrises (semelhante a crise epilética), amnésia, ilusões e alucinações.
                        O tratamento da histeria, normalmente é a psicoterapia, possibilitando que a pessoa entenda seus próprios sentimentos e simbologias, além de aprender a lidar com eles coordenadamente.
                                                                                                   Neurose infantil
  A psicanálise com crianças é confrontada com a questão da infância como um tempo de desenvolvimento, marcado pela dependência estrutural da criança a adultos em função de pais. É muito mais frequente sermos procurados como psicanalistas por pais, escolas, pediatras que trazem uma queixa referente a criança. A criança se constitui na estrutura familiar e sua entrada em análise se relaciona ao lugar que ocupa no desejo e no discurso parental, se não escutarmos a demanda trazidas pelos pais e não acolhermos sua transferência, a análise da criança não se torna possível. A criança chega ao psicanalista como portadora de uma história que lhe foi legada e a qual ela se identifica inicialmente, até como estratégia de sobrevivência. Os sintomas infantis são uma confirmação do fracasso do ideal de seus pais, uma maneira de afirmar, a sua revelia sua própria subjetividad.
          A clínica psicanalítica com crianças apontaria para duas vertentes: para a posição "infantil" de dependência e alienação estrutural da criança frente aos seus cuidadores fundamentais, assim como para a possibilidade de constituição de sua neurose infantil como resposta aos significantes enigmáticos e obscuros que vem do campo do inconsciente dos pais.
          A neurose infantil pode indicar o ponto culminante do processo de construção da realidade psíquica em que os sintomas constituem uma tentativa da interpretação e de subjetiva.

 Neurose Narcísica
  Narcisismo, um estado de amor por si mesmo.
De princípio, Freud afirma não haver neurose narcísica na infância. Sua argumentação é centrada na relação entre o desenvolvimento do Eu e de seus objetos. Para ele, as neuroses são apresentadas de acordo com o momento de sua aparição, na vida do sujeito.
          A neurose de angústia é seguida da histeria de converção, que surge em torno dos quatro anos, a neurose obsessiva na pré adolescência, a demência precosse se manifesta na puberdade e a melancolia-mania, assim como a paranóia, tem sua eclosão próxima a maturidade.
          É interessante ressaltar a escala de desenvolvimento, para situar a neurose narcísica. A paranóia tem sua gênese remetida a escolha homosexual e narcísica de objeto, a melancolia a uma fase narcísica e a demência precosse ao auto-erotismo.
          Para explicar a escolha de objeto nos homosexuais, Freud afirmou que estes tomam a si mesmo com objeto sexual, já que procuram jovens que se pareçam com eles, e a quem possam amar como suas mães o amaram.
          Freud toma o narcisismo como complemento libidinal do egoísmo.

 Neurose obsessiva compulsiva
  Freud afirma que os sintomas do neurótico obsessivo, bajulam seu amor próprio, fazendo sentir-se melhor que outras pessoas, por se considerar mais limpo ou especialmente consciencioso, Freud completa que há combinação da proibição com a satisfação.
          O neurótico obsessivo compulsivo, tem consciência da absurdidade de alguns de seus pensamentos.
          Algumas pecularidades do neurótico obsessivo como a onipotência e a necessidade de incerteza e da dúvida em sua vida. Devido a onipotência dos seus pensamentos, os neuróticos obsessivos são compelidos a superestimar os efeitos de seus sentimentos hostis sobre o mundo externo e esforçam-se por protelar qualquer decisão e são incapazes de chegar a uma decisão, especialmente em matéria de amor, atribuindo como origem destas dificuldades o conflito entre amor e ódio durante a infância.



                           Neurose de transferência
          Segundo Freud, é um conceito técnico por assinalar uma modalidade especial do desenvolvimento do tratamento psicanalítico e segundo essa modalidade, a enfermidade originária se transforma em uma nova, que se canaliza para o terapeuta e para a terapia. A neurose de transferência se contrapõe a neurose narcísica e é, portanto, um conceito psicopatológico.
           Durante um tratamento psicanalítico, se rompe regularmente a produção de sintomas. Porém a produtividade da neurose não se extingue com ele, mas atua na criação de uma ordem especial de produtos mentais, inconscientes na sua maior parte, ao que podemos dar o nome de transferências.. Assim, pois, os sintomas mudam (diminuem ou aumentam) em relação a situação analítica, os efeitos, e em especial a ansiedade, se dirigem ao analísta recrudecem velhos sintomas e hábitos, as reações afetivas tendem a se canalizar para a análise e não fora. A neurose de transferência, enfim, é definida como reconhecimento da presença do analista e do efeito da análise.


                                 Melancolia
  A melancolia, pode ser considerada como uma das manifestações da estrutura psicótica, por outro lado, pode ser interpretada como uma neurose narcísica, neurose na qual o sujeito sofre fragilização da imagem de si. Um deslocamento da libido para o próprio eu, porém, esse eu seria faltante.
          Freud elabora suas teorias sobre a melancolia no texto "Luto e melancolia". A semelhança entre o luto e a melancolia, estariam mais relacionadas pelo desânimo, a falta de interesse pelo mundo externo, a perda de capacidade de amar e a inibição de toda e qualquer atividade. A primeira diferença estaria relacionada a auto-estima. Na melancolia haveria uma perturbação da auto-estima, o sujeito se considera moralmente desprezível, se culpando pela perda, no luto isso não existe, há a perda, mas não há esse sentimento de culpa, na melancolia há uma tendência suicída, enquanto no luto há a perda, mas não de si mesmo.
          A melancolia está relacionada também ao narcisismo, que é um fator fundamental para a constituição do sujeito.
          Na melancolia o ideal do eu torna-se tirano. O discurso melancólico, consistiria em ele se botar para baixo, "Eu sou o fracasso, e por isso machuco aqueles que estão a minha volta". Cria-se a partir disso uma lógica extremista de tudo ou nada, como se tudo fosse uma questão de vida ou morte, porém, coexistindo com a não existência dos afetos e um constante negativismo.
 
Sonhos
  Freud, listou as operações de distorção que seriam aplicadas para reprimir, que os desejos se formassem nos sonhos como recordáveis. Por causa dessas distorções, o conteúdo manifesto dos sonhos diferia tanto do sentido latente que poderia ser alcançado através da análise. Essas operações incluíram: condensação (sonhos breves e lacônicos), deslocamento (objeto do significado emocional é separado do seu objeto ou conteúdo real e ligado a um diferente que não levante suspeitas para censura), representação (o pensamento é traduzido em imagens visuais) e simbolismo (um símbolo substitui uma ação, pessoa ou idéia). A essas operações pode-se adicionar a "elaboração secundária", que é o resultado da tendência natural da pessoa, dar sentido ao que recordou do conteúdo manifesto do sonho. Freud considerava o pesadelo como resultado de falhas na elaboração do sonho.
          Jung, acreditava que a psique era um organismo auto regulatório no qual as atitudes conscientes eram compensadas nos sonhos pelo inconsciente.
          Os sonhos são verdadeiramente, uma estrada real que leva aos recessos inconscientes da mente. O fato é que o estudo dos sonhos não proporciona apenas a compreensão dos processos e conteúdos mentais inconscientes, em geral, revela, principalmente os conteúdos mentais que foram repreimidos ou de qualquer forma excluídos da consciência e de sua descarga pelas atividades defensivas do ego.

  Desordem de personalidade
  A pessoa com desordem de personalidade, evita contatos sociais e qualquer situação que possa causar embaraço e ansiedade. O seu comportamento é autodestrutivo e autodepreciativo, tendem a responsabilizar outras pessoas por sua aflição e desenvolve um esquema de autoproteção.
          Alguns sinais e sintomas são encontrados nessas pessoas: tendem a viver sozinhas, evita contatos com estranhos, desenvolvem pelo menos uma fobia, são conscientes de que abdicaram de certas experiências na vida para evitar o sofrimento, frequentimente fantasiam acerca de situações que evitam e que gostariam de vivenciar. Poderia ser profissionalmente bem sucedido se não desse as costas para as oportunidades que aparecem.
          As vezes a desordem de personalidade é confundida com timidez, envolve pessoas que ainda tentam enfrentar situações que geram medo, enquanto que na desordem de personalidade a pessoa está focada na evitação da ansiedade. Ansiedade social é quando a pessoa evita contatos sociais, enquanto, na desordem de persoalidade a pessoa abdica de convívio afetivo duradouro. Fobia social quando a pessoa sofre crises de ansiedade devdo a exposição a muitas situações, evitam para se proteger, mas querem viver em sociedade e ter as mesmas oportunidades, enquanto, na desordem de personalidade as pessoas optam para uma vida solitária. Personalidade introvertida, embora tem semelhanças externas com a desordem de personalidade, dentro da pessoa há diferenças. A principal é que a pessoa de personalidade introvertida não sente ansiedade quando é necessário manter contato social.
          O tratameno indicado é a psicoterapia.
          Quando há o abandono do tratamento ou vão de um terapeuta para outro, os casos podem ficar anos e anos andando em círculo.

 Alguns significados na Psicanálise
  Alucinação É a percepção real de um objeto que não existe. Entre possíveis causas das alucinações se incluem as reações a drogas e medicamentos, síndromes associadas ao stress, fadiga, perturbações do sono (sua privação), infecções (febres) e entre as psicoses destacando-se a paranóia e esquizofrenia. A classificação mais usual dos tipos de alucinação, se baseia nos cinco órgãos dos sentidos, auditivos, visuais, táteis e olfativos.     
         Arquético Imagem que contém características distinguíveis e que personifica, em si, um dado valor, dom, predicado do caráter ou alma humana.
          Catarse De origem grega, é uma palavra utilizada em diversos contextos, uma delas, a psicanálise. Sob a ótica da psicologia, catarse é o experimentar da liberdade em relaçao a alguma situação opressora.
          Chiste De origem alemã, significa "gracejo", a palavra chiste é definida por Freud, como uma válvula de escape de nosso inconsciente, que o utiliza para dizer em tom de brincadeira, aquilo que realmente pensa. Freud acreditava que utilizar o humor e a ironia no dia a dia deixava o cotidiano mais leve e a realidade mais tolerável.
          Doenças Psicossomáticas As doenças psicossomáticas agem de forma intensa na saúde do corpo. As emoções e sentimentos mais fortes são percebidos pelo hipotálamo, estas funções alteram a conexão do hipotálamo com a hipófise,causando assim doenças respiratórias, de pele, circulatórias e gastrointestinais, levando a crer que quando há doenças psicossomáticas, tem componentes psiquicos, provocando manifestação de doenças orgânicas ocasionadas por problemas emocionais.
          Estrutura Tripartite da mente Estrutura da personalidade. Inspirado por Platão, Freud em sua teoria sobre a personalidade atribuiu funções físicas para as partes ou órgãos da mente. Tais partes foram nomeadas de Id, Ego e Superego.
          Fobia Temor exagerado em situações, objetos, animais ou lugares. Sob o

ponto de vista clínico, faz parte do espectro das doenças de ansiedade.
          Neurastenia É uma doença nervosa que se manifesta pelo enfraquecimento do sistema nervoso. É provocadp pela permanência prolongada em ambientes mal ventilados, esgotamento mental, exposição a emoções fortes. Os sintomas são, depressão, tremores injustificados, formigamento nas mãos, dormência dos membros inferiores, dificuldade de concentração, irritação e cansaço fácil. O prognóstico positivo na neurastenia avança na medida em que o indivíduo consegue enfrentar seus conflitos e vencer as dificuldades. Já um prognóstico mais sombrio acontece quando os sintomas estão associados a distúrbio de caráter e o indivíduo resiste a mudar sua posição para uma atitude mais otimista e corajosa. Enfim, a neurastenia aborda diversos sintomas característicos de muitas doenças e que em seu conjunto permite formar uma síndrome com debilidades físicas e mentais.
          Neurose Desordem mental, causando tensão, não interferindo no pensamento racional ou com a capacidade funcional da pessoa. Causa ansiedade, fobias, impulsos e obsessões, passíveis de serem tratadas pela psicoterapia.
          Repressão A repressão consiste em afastar, uma determinada coisa do consciente, mantendo-a no inconsciente. Ainda assim, o material reprimido continua fazendo parte  do psique, apesar de inconsciente continua causando problemas. Segundo Freud, sintomas histéricos com frequência tem sua origem em alguma antiga repressão. Algumas doenças psicossomáticas, tais como asma, artrite e úlcera, também poderiam estar relacionadas com a repressão.
          Subjetividade O mundo interno de todo e qualquer ser humano. Este mundo é composto por emoções, sentimentos e pensamentos. Através da nossa subjetividade construímos um espaço relacional, ou seja, nos relacionamos com o outro.
         
         
                                Depressão
A depressão caracteriza-se por um grande desinteresse pela vida, podendo levar ao suicídio ou a uma incapacidade de funcionamento quer físico quer mentalmente.
          O estado de depressão pode acontecer na infância, na adolescência, na vida adulta ou mesmo após o parto, dando a sensação de incapacidade de lidar com algo, sente que não vale a pena viver ou lutar, levando-o a afastar-se de tudo e de todos.
          As principais causas da depressão são: emocional, física, física e emocional, desarranjos hormonais ou carências nutricionais.
          A depressão afeta o apetite e o sono. O tratamento é feito através de psicoterapia e antidepressivos.

Neurose Infantil

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É de fácil constatação a neurose de abandono numa criança quando seu pai ou mãe se afasta por alguns instantes. O desespero que esta demonstra parece nos dizer o quanto tem medo de que venha a ser abandonada por estes.
Pergunta-se: estaria isso ligado a incerteza de não ser amada? Um outro fator que poderíamos considerar seria se esta criança é filha de pais, que por razões variadas, acabam se tornando muito ausentes. E,ainda deve ser considerado o próprio trauma do nascimento, ocasião em que se deu a expulsão do útero, que num parto não tão tranquilo seria mais agravado talvez ocasionando essa neurose de abandono. Muitas são as possibilidades, mas é fato a evidência dessa neurose em muitas crianças.

AVALIAÇÃO DAS NEUROSES INFANTIS, SEGUNDO ANNA FREUD
De acordo com Anna Freud, a presença ou a ausência de sofrimento não pode ser tomada como fator decisivo quando se decide acerca de um tratamento de uma criança. E, alega que há muitos distúrbios neuróticos sérios que as crianças suportam com ânimo firme; além de outros menos sérios que provocam sofrimento.
Segundo ela, somente quando os sintomas da criança são conturbadores para o meio em que vive e, afetam diretamente os pais, há uma probabilidade maior destes procurarem um profissional da psicanálise para tratar de seus filhos ( a exemplo  das crianças que urinam na cama, pois  são levadas mais regularmente às clinicas do qualquer outra categoria de casos).
E, completa dizendo que os pais se mostram mais preocupados, por exemplo, com os estados de agressividade e de destrutividade dos filhos do que com as inibições; os atos obsessivos são considerados mais leves do que as crises de ansiedade, embora, na verdade, representem eles, um estágio mais avançado do mesmo distúrbio; os estágios iniciais da passividade feminina nos meninos, embora frequentemente decisivos para sua futura anormalidade, são quase que invariavelmente deixados despercebidos.

Em virtude disso, Anna Freud sugere que o analista avalie a seriedade de uma neurose infantil, não em virtude da criança de uma forma especial qualquer, ou em um dado momento, mas em virtude do grau em que não permita à criança o seu desenvolvimento posterior.

A CRIANÇA E SEU LUGAR EQUIVOCADO NO SEIO FAMILIAR
Prazer no desprazer e a necessidade da intervenção paterna
Ocorre que muitas mães não se desvincularam de seu papel de filha e ainda não assimilaram sua condição materna; por consequência, o filho acaba por não ter espaço para ser filho. Essa situação traz um desconforto e também um certo prazer, visto que o filho passa a desempenhar uma função de companheiro. Prazer porque lhe é agradável tal posição e, desprazer, justamente por não lhe ser dado o direito de desempenhar sua condição de filho.
Com isso o filho acaba por se tornar objeto da mãe, um vínculo que para ser quebrado depende da atuação paterna, desempenhando seu papel de pai e marido.

O sintoma da criança como revelador da estrutura familiar
O sintoma é a expressão de um desejo que foi reprimido, por outro lado, pode demonstrar algo que ficou bloqueado no desenvolvimento da relação inconsciente da criança com seus pais. E, durante o processo terapêutico, o terapeuta deve permitir que sobrevenha tudo o que o sujeito em formação não teve no curso do seu desenvolvimento.
São inúmeras as razões que levam pais ou responsáveis a procurar terapia para suas crianças, dentre as quais, destacamos:
Ø  Baixo rendimento escolar;
Ø  Comportamentos agressivos;
Ø  Timidez;
Ø  Enurese noturna;
Ø  Hiperatividade;
Ø  Dificuldades de interagir com outras crianças ou familiares;
Ø  Depressão;
Ø  Obesidade.
Caso tais comportamentos estejam associados à falta de habilidade para lidar com situações adversas difíceis,como a separação dos pais ou mudança de escola, a terapia, valendo-se de uma metodologia adequada, irá auxilia-la na aquisição de novos comportamentos eficientes para lidar com as situações geradoras do estresse emocional.
É importante que o analista observe por meio de uma atenção flutuante os sintomas apresentados pela criança, o que significa dizer que deve procurar captar tudo que o analisando quer dizer sem se focar num único tema.
Ainda na hora de analisar os sintomas apresentados pela criança, o analista deverá abster-se de pré-julgamentos, a fim de, seja possível uma interpretação condizente ao caso e, deverá ter o cuidado de nunca ver seu paciente como a um filho, além é claro, de atentar para o fato de que as crianças possuem grande sensibilidade para assumirem os sintomas e a angústia específica de seu grupo familiar e, os confrontará juntamente com seus próprios conflitos.

A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO DOS PAIS NO PROCESSOTERAPÊUTICO DA CRIANÇA

O fato é que a escolha do profissional e a decisão pelo tratamento do filho se dão em razão de uma transferência dos pais em relação ao terapêuta e, é em razão dessa transferência que surge nos pais a confiança de entregar sua criança aos cuidados desse profissional.
O analista pode se tornar um objeto transferencial dos próprios pais de seu paciente, isto se deve ao fato de que para muitos pais, procurar um tratamento psicológico para seus filhos significa que eles falharam em sua paternidade e maternidade. Eles passam a atacar suas próprias falhas que criticaram em seus pais e suas mães. O fato é que as transferências dos pais em relação ao analista podem ser facilitadora do trabalho analítico ou pode vir a dificultá-la, ocorrendo até mesmo uma retirada inesperada da criança da análise, caso o analista não identifique e considere a transferência dos pais do paciente, estabelecendo uma escuta do que esses pais trazem e do que lhe é tão difícil de ser elaborado. Por outro lado, a transferência dos pais pode ser utilizada na reorganização dos lugares na dinâmica familiar.
É, portanto, de fundamental importância que os pais estejam incluídos no processo terapêutico da criança, visto que possibilitará ao terapeuta perceber os sentimentos destes em relação à criança. Se assim não for, o tratamento da criança torna-se praticamente inviável.
Ao envolvimento dos pais no processo terapêutico da criança através de sessões de orientações, dá-se o nome de modelo triádico. Dentre outros motivos, destacamos as seguintes razões, pelas quais, a participação efetiva dos pais é importante:
Ø  Possibilita ao analista detectar a causa dos sintomas apresentados pela
Ø  criança;
Ø  Os pais aprendem formas alternativas de ajudar o filho, visto que passam a entender melhor o que ocorre no contexto familiar;
Ø  Os pais ouvindo-se narrar os fatos, terão condições de se conscientizarem que também precisam da ajuda de um analista.
É preciso que os pais fiquem atentos aos possíveis sintomas e os comunique ao Psicanalista:
Ø  Observe durante alguns dias o comportamento da criança em várias situações: família, escola, clube, etc;
Ø  Procure detectar a partir de quando esse comportamento passou a se manifestar e, em quais circunstâncias e com que intensidade;
Ø  Analise quais tipos de tentativas foram feitas para solucioná-lo e, por quais pessoas e, em quais situações;
Portanto, deve haver uma intervenção orientada pelo terapeuta em todo ambiente no qual a criança interage, o que inclui, demais familiares, escola, etc.
A forma como os pais se posicionam é um fator determinante no processo terapêutico do paciente infantil. E, pode ser comum aos pais expressarem ansiedade sobre análise de seus filhos, e que, sentimentos de competição, possessividade e de culpabilidade surjam durante o processo, o que denotará o que a criança presencia na vida de seus pais e, que está sendo exibido por meio dos sintomas que apresenta. Por esta razão, faz-se necessário ao terapêuta identificar, esclarecer e elaborar as transferências que forem surgindo, a fim de levar os pais a se conscientizarem de suas próprias dificuldades, o que por sua vez, irá ajudar no êxito do tratamento.
No decorrer do tratamento, a criança pode passar a ter comportamentos tidos como inconvenientes por seus pais, por estarem se libertando de sua dependência emocional, ou mesmo, fazendo com que seus pais vejam que suas próprias dificuldades alimentavam-lhe o sintoma. E, os pais poderão ter dificuldades de lidar com esse tipo de situação, passando então, a negar o que está ocorrendo, transferindo para a figura do analista sua hostilidade, por não ter o profissional transformado seu filho naquilo que convinha às suas expectativas pessoais. Quando os pais tentam manipular e controlar seus filhos através do analista, solicitando essa “ajuda”, este pode ser um dado importante sobre a dinâmica dessa família e das necessidades inconscientes dos pais que estão procurando se realizar através de seus filhos. Esse fator que pode parecer, por um lado, um obstáculo ao tratamento, por outro pode ser usado como material a ser trabalhado, fornecendo ao terapeuta uma oportunidade de denunciar esse tipo de conduta dos pais e fazer com que reflitam a respeito.