segunda-feira, 10 de abril de 2017

Apertem os cintos! Mudanças climáticas devem aumentar turbulências graves em aviões

Turbulências fortes o bastante para arremessar pela cabine passageiros e tripulantes que estejam com cintos desafivelados podem se tornar duas ou até três vezes mais comuns devido às mudanças climáticas, de acordo com um novo estudo da Universidade de Reading publicado na Advances in Atmospheric Sciences.


O estudo é o primeiro a examinar o futuro das turbulências graves, aquelas que fazem aviões sofrerem com movimentos aleatórios, mais fortes que a gravidade, para cima e para baixo. Durante estes eventos, passageiros são violentamente projetados contra seus cintos de segurança, objetos desprotegidos voam e serviços de alimentação, e até o simples ato de andar, são considerados impossíveis.

A pesquisa examina vários níveis de intensidade de turbulência, para investigar como cada um deles mudará no futuro. Os resultados mostram que a quantidade média de turbulências leves na atmosfera aumentará 59%, com as turbulências classificadas de leve a moderadas aumentando 75%; as moderadas, 94%; as moderadas a graves, 127%; e as graves, 149%.

A razão desse crescimento é que as mudanças climáticas estão gerando tesouras de vento mais fortes dentro das correntes de jato. As tesouras de vento podem se tornar instáveis, e são uma das principais causas de turbulências.

Paul Williams, que conduziu a pesquisa, disse: “Nosso novo estudo mostra, até agora, a imagem mais detalhada de como as turbulências que afetam aeronaves vão responder às alterações climáticas.”

“Para a maioria dos passageiros, turbulências leves não são mais do que uma inconveniência irritante que reduz seus níveis de conforto; mas para viajantes nervosos, até mesmo turbulências leves podem ser angustiantes.”

“Contudo, mesmo os passageiros mais experientes podem ficar alarmados com a perspectiva de um aumento de 149% em turbulências graves, que muitas vezes levam à hospitalização de viajantes aéreos e de comissários de bordo em todo o mundo.”

O novo estudo utiliza supercomputadores para simular a atmosfera e calcular como a turbulência de ar claro transatlântica mudará em uma altitude de cerca de 12 quilômetros (39 mil pés) quando houver duas vezes mais dióxido de carbono na atmosfera, o que espera-se que aconteça até o final do século.

Williams acrescentou: “Minha maior prioridade para o futuro é investigar outras rotas de voo ao redor do mundo. Também precisamos estudar a altitude e a dependência sazonal das mudanças, além de analisar diferentes modelos climáticos e cenários de aquecimento para quantificar as incertezas.”

 

Institute of Atmospheric Physics, Chinese Academy of Sciences

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