Nela constam cinco exames e/ou tratamentos que poderiam ser evitados, sem retirar qualquer benefício médico dos pacientes. A iniciativa foi uma ideia de Howard Brody.
Depois de meses de análises por parte de comitês de especialistas, as nove primeiras especialidades a terem suas listas estabelecidas foram cardiologia, cardiologia nuclear, oncologia, radiologia, nefrologia, gastroenterologia, medicina de família, medicina geral e alergologia.
A importância dessas listas reside no fato de que tratamentos desnecessários podem acarretar péssimas consequências para a saúde do paciente, que, por exemplo, é exposto em excesso à radiação ou toma remédios além da conta.
Confira as listas!
Alergologia
- Exames de imunoglobulina G (IgG) e uma bateria indiscriminada de testes de imunoglobulina E (IgE) devem ser evitados.
- Não peça tomografia computadorizada da cavidade nasal e não prescreva antibióticos para rinossinusite aguda sem complicações.
- Não faça testes diários de diagnóstico em pacientes com urticária crônica.
- Em casos de infecção, não recomende a reposição de imunoglobulina, a menos que haja resposta dos anticorpos às vacinas terapêuticas.
- Não diagnostique asma sem fazer espirometria.
- Caso sinta dores nas costas, não faça raio-X da região nas primeiras seis semanas, a menos que existam fatores de risco.
- Não prescreva antibióticos para sinusite fraca ou moderada, a não ser que os sintomas durem sete dias ou mais, ou a menos que os sintomas piorem depois de uma pequena melhora clínica.
- Não faça absorciometria de raios-X de dupla energia para casos de osteoporose em mulheres abaixo de 65 anos ou em homens abaixo de 70, sem fatores de risco.
- Não peça eletrocardiogramas anualmente ou qualquer outro exame cardíaco para pacientes com baixo risco e sem sintomas.
- Não faça o teste de Papanicolau em mulheres que tenham menos de 21 anos ou em mulheres que fizeram histerectomia por doenças não relacionadas a cânceres.
- Não faça exames cardíacos que possam ser estressantes ou não invasivos na avaliação inicial de pacientes sem sintomas cardíacos, a não ser que existam fatores de alto risco.
- Não realize exames cardíacos que possam ser estressantes ou não invasivos em pacientes assintomáticos.
- Não faça exames cardíacos que possam ser estressantes ou não invasivos, como uma avaliação de pré-operatório, em pacientes programados para passar por cirurgias não cardíacas de baixo risco.
- Não faça ecocardiogramas como se fosse um exame de rotina para doenças assintomáticas de válvula nativa em pacientes adultos com nenhuma mudança dos sintomas.
- Não faça colocação de stent de lesões não culprit durante angioplastia coronária para enfartos estáveis e sem complicações do tipo STEMI.
- Não realize eletrocardiograma em indivíduos assintomáticos e com baixo risco para doenças coronárias.
- Não faça exames de imagens em pacientes com dores lombares não específicas.
- Na avaliação de síncope simples (desmaio) e na avaliação neurológica normal, não realize tomografias computadorizadas ou ressonância magnética.
- Em pacientes com baixa probabilidade de tromboembolismo venoso, obtenha a medida de D-dímero como um teste de diagnóstico inicial; não faça imagens computadorizadas como parte desse diagnóstico inicial.
- Não realize radiografias pré-operatórias do peito na ausência de suspeita clínica de patologia intratoráxica.
- Não faça exames computadorizados para dores de cabeça simples.
- Não realize exames computadorizados para suspeita de embolia pulmonar sem probabilidade moderada ou alta (pré testada).
- Evite raios-X do peito para pré-operatórios para pacientes ambulatoriais com histórico clínico e exames físicos normais.
- Não faça tomografia computadorizada para avaliar suspeitas de apendicite em crianças até que o ultrassom seja considerado uma opção.
- Não recomende exames computadorizados para cistos anexiais sem maiores perigos clínicos.
- Para tratamento farmacológico de pacientes com refluxo gastroesofágico, a terapia de supressão ácida deveria ser administrada na menor dose necessária, para atingir os objetivos terapêuticos.
- Não repita imageamento para câncer colorretal (seja qual for o método) por 10 anos, depois de uma colonoscopia de alta qualidade ter dado negativo em indivíduos que tenham o fator de risco da idade.
- Não repita colonoscopia por pelo menos cinco anos para pacientes que tenham um ou dois pólipos adenomatosos pequenos (menor que 1 centímetro), sem displasia.
- Para o paciente que é diagnosticado com o esôfago de Barrett e que já fez duas endoscopias, que confirmam a ausência de displasia na biópsia, um exame de vigilância posterior não precisa ser feito em um período menor que três anos.
- Para um paciente com síndrome da dor abdominal funcional, a tomografia computadorizada não deve ser repetida, a menos que haja mudança no quadro clínico.
- Não utilize terapias direcionadas ao câncer para pacientes com tumores sólidos e com as seguintes características: status de desempenho baixo (3 ou 4), nenhuma melhora de intervenções anteriores, não elegíveis para interferência cirúrgica e sem evidências clínicas de que tratamentos contra a doença poderão funcionar.
- Não faça tomografia computadorizada, tomografia emissora de pósitron ou scan de radionuclídeo dos ossos, em níveis iniciais de câncer de próstata, com baixo risco de metástase.
- Não faça tomografia computadorizada, tomografia emissora de pósitron ou scan de radionuclídeo dos ossos, em níveis iniciais de câncer de mama, com baixo risco de metástase.
- Não realize testes com biomarcadores ou imageamentos para indivíduos assintomáticos, que trataram câncer de mama com terapia curativa.
- Não use estimuladores das células brancas para prevenção primária ou neutropenia febril para pacientes com menos de 20% de risco de complicações.
- Não realize imageamentos rotineiros para detectar câncer em pacientes dialisados, que tem expectativas de vida limitadas sem qualquer sinal ou sintoma.
- Não administre agentes estimulantes de eritropoiesis em pacientes com doença renal crônica, em que os níveis de hemoglobina sejam maiores ou iguais a 10g/L e que não tenham sintomas de anemia.
- Evite drogas anti-inflamatórias não esteroidais em indivíduos com hipertensão e outras doenças cardíacas.
- Não coloque cateteres centrais de inserção periférica em pacientes com doença renal crônica (do estágio III ao V), sem consultar um nefrologista.
- Não inicie diálise crônica sem se assegurar que a decisão foi tomada em conjunto pelo paciente, sua família e seus médicos.
- Não faça imageamentos cardíacos ou angioplastia coronária em pacientes sem sintomas cardíacos, a não ser que tenham fatores de alto risco.
- Não faça imageamentos cardíacos para pacientes com baixo risco.
- Não realize imageamentos de radionuclídeos como parte de exames de rotina em pacientes assintomáticos.
- Não faça imageamentos cardíacos, como avaliação pré-operatória, em pacientes que passarão por cirurgias não cardíacas de risco baixo ou intermediário.
- Use métodos para reduzir a exposição à radiação em imageamentos cardíacos sempre que possível. [TheNewYorkTimes]
Nenhum comentário:
Postar um comentário